Por motivos que agora não interessam... encontrei este texto... deu-me um ataque de nostalgia... Sábados de manhã... :)
Mãe Vem Ouvir
Mãe!
Vem ouvir a minha cabeça a contar histórias ricas que ainda não viajei! Traze tinta encarnada para escrever estas coisas! Tinta cor de sangue, sangue verdadeiro, encarnado!
Mãe! passa a tua mão pela minha cabeça!
Eu ainda não fiz viagens e a minha cabeça não se lembra senão de viagens! Eu vou viajar. Tenho sede! Eu prometo saber viajar.
Quando voltar é para subir os degraus da tua casa, um por um. Eu vou aprender de cor os degraus da nossa casa. Depois venho sentar-me ao teu lado. Tu a coseres e eu a contar-te as minhas viagens, aquelas que eu viajei, tão parecidas com as que não viajei, escritas ambas com as mesmas palavras.
Mãe! ata as tuas mãos às minhas e dá um nó-cego muito apertado! Eu quero ser qualquer coisa da nossa casa. Como a mesa. Eu também quero ter um feitio que sirva exactamente para a nossa casa, como a mesa.
Mãe! passa a tua mão pela minha cabeça!
Quando passas a tua mão na minha cabeça é tudo tão verdade!
A. Negreiros
sexta-feira, outubro 22, 2004
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5 comentários:
Vida de artista...
O que te faz mais falta. o "cheiro" do palco, ou o dos Almeidas?
Aquele abraço
Este texto é muito bonito mesmo...e como é que nos podemos esquecer?
E o "Senhor Público", como vai?...
Cláudia
:)
Na próxima tertúlia temos de repetir as nossas peças !!
Toca a ensaiar...
Olá Sra. Directora!!Que tal Roma, meteu "aqua", ou anda sobre rodas? Beijo do Zuka
Ok, já estou a ensaiar!
Oh Zuca, a meter "acqua"? Hum...
Cláudia
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