quarta-feira, outubro 20, 2004

A justiça nacional

Os motivos que levam altos magistrados de Portugal a discutirem o estado da justiça nacional em Badajoz são – para mim – completamente desconhecidos. Será uma indigestão provocada pela doçaria local? Portugal já demasiado pequeno? Com excesso de limitação da liberdade de expressão? Desligam os microfones a estes ilustres? Se ainda fosse em Olivença…

Quando o Ministério Público encarna neste país os interesses punitivos do Estado e simultaneamente a defesa da sociedade no seu todo, não se compreendem as mais recentes declarações do seu mais alto representante.

Reparem bem nas palavras sábias deste senhor que “apenas” o Procurador-Geral da República: “volto a dizer o que disse há uns tempos em relação às declarações para memória futura. Se este caso [leia-se Casa Pia… para os mais distraídos] acontecesse em França, os miúdos seriam ouvidos em declarações para memória futura. Se acontecesse em Espanha, em principio seriam ouvidos em declarações para memória futura. Há aqui alguma hesitação no que diz respeito à protecção das vítimas da Casa Pia que acho que não pode existir e que só existe, evidentemente, pela importância das pessoas acusadas”.

Não é de uma pessoa ficar um pouco confusa. Ou será que é o senhor que está equivocado? Alguém lhe explicou as suas funções?

Tenho uma sugestão: agarre na sua mala de cartão e vá para França ou fique mesmo já em Espanha. Se nesses países as coisas funcionam e se cá em Portugal o senhor é incapaz de contribuir para uma alteração desta realidade… de que está à espera?

Em alternativa, tenho uma outra sugestão: cale-se e trabalhe! E já agora, coma menos caramelos… de caramelos está este país a abarrotar.
De qualquer forma aceite os meus parabéns. O Governo continua a acreditar em si… o que é algo de muito reconfortante…

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