domingo, março 26, 2006

Alma!!!!!!!!!!!

Meus amigos quero jantar!
Desde Janeiro que não janto!
Há por aí ainda um Sábado disponível?


Foto 1000 Imagens

(sim, não pedi autorização! Processem-me!)

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Alma Portuguesa


Entre as palavras pequenas
De grande significado
Com quatro letras apenas
Emerge a palavra fado !

O fado é toda a essência
É deste Povo a raiz...
O fado é por excelência
A canção do meu País.

Nós temos fado na alma
Um fado que a vida adoça
E ninguém nos leva a palma
Nesta canção que é tão nossa.

Nós veneramos o fado
Quase como uma doutrina
Porque tange algo sagrado
Que a nossa alma ilumina.

(Fado)... Fado somos todos nós...
Pelo mundo em qualquer lado
Há fado na nossa voz...
Mesmo sem cantar o fado !...

Fado é a expressão maior
Que traduz subtileza
É o nosso Embaixador....
Fado... É a alma portuguesa !...



Euclides Cavaco

[Não confundir com o Aníbal...]

segunda-feira, março 20, 2006

Ainda Álvaro de Campos...

Foto Vitor MM Sousa


O Sono

O sono que desce sobre mim,
O sono mental que desce
fisicamente sobre mim,
O sono universal que desce individualmente sobre mim
Esse sono
Parecerá aos outros o sono de dormir,
O sono da vontade de dormir,
O sono de ser sono.
Mas é mais, mais de dentro, mais de cima:
E o sono da soma de todas as desilusões,
É o sono da síntese de todas as desesperanças,
É o sono de haver mundo comigo lá dentro
Sem que eu houvesse contribuído em nada para isso.

O sono que desce sobre mim
É contudo como todos os sonos.
O cansaço tem ao menos brandura,
O abatimento tem ao menos sossego,
A rendição é ao menos o fim do esforço,
O fim é ao menos o já não haver que esperar.

Há um som de abrir uma janela,
Viro indiferente a cabeça para a esquerda
Por sobre o ombro que a sente,
Olho pela janela entreaberta:
A rapariga do segundo andar de defronte
Debruça-se com os olhos azuis à procura de alguém.
De quem?
Pergunta a minha indiferença.
E tudo isso é sono.

Meu Deus, tanto sono! ...


Álvaro de Campos

Tributo a Fernando Gil

Para que ninguém confunda este falecido Gil, o Fernando, com um outro pensador português, o José Gil, aqui fica um excerto de entrevista conduzida por José Gabriel Viegas (suplemento ‘Actual’ do ‘Expresso’) a Fernando Gil em 2004, versando seu livro "Impasses - seguido de coisas vistas e coisas ouvidas" editado pela Europa-América (co-autoria de Paulo Tunhas e Danièle Cohn).
Fotografia de António Pedro Ferreira/Expresso


Logo na primeira linha do livro diz-se que Impasses teria sido escrito “sem prazer”. Porquê?

É por certo um livro triste, que traduz uma decepção. Não provoca alegria intelectual analisar uma colecção de diferendos sem solução visível. Em geral escreve-se para mostrar que há escolhas e aberturas, cada livro de ideias é suposto trazer alguma coisa nova. Aqui tudo parece fechado. Dizemos também nesse prefácio que ficaríamos aliviados se as nossas conjecturas estivessem erradas.

Pois, se o não estão, a situação que descrevemos é então pelo menos problemática. Tentamos mostrar – com muitos outros – que o Ocidente, conceito que tem um sentido que definimos explicitamente, é alvo de uma “jihad” global actuando em muitas frentes, da finança internacional ao terrorismo. Os seus agentes são inúmeros e diversificados – Al-Qaeda é só o mais importante – e dispõe de uma reserva potencial de milhões de pessoas.

Ora, o Ocidente está dividido face a ele, e não parece saber o que quer: em primeiro lugar porque muitos governantes e intelectuais não admitem sequer a existência de um ataque, preferindo crer que uma política de bons ofícios conseguirá conter meros “riscos” sem realidade duradoura.

Quer-se acreditar que só os Estados Unidos e os seus aliados correm verdadeiro perigo e que no fundo a prioridade consiste em deles nos dissociarmos. A comparação com a atitude da Europa em relação a Hitler impõe-se por si mesma. O ressurgir, que se acelera, do anti-semitismo lembra também a Europa dos anos 30.

O Ocidente está também dividido dentro de si próprio: não é ainda motivo de alegria um leque de opiniões, da extrema-esquerda à direita fascista – Haider, Le Pen, etc. – com a sanha anti-americana por denominador comum. É um dos temas de Impasses, a propósito da guerra do Iraque.

Escolhemos tratá-lo num modo irónico. Mas a falsificação despudorada dos factos, o insulto e a desqualificação automática de quem pensa diferentemente, a precipitação dos juízos – sempre no mesmo sentido – as argumentações e as previsões delirantes, a vontade de crer no que conforta e de ignorar o que não convém – nada disto, de que damos dúzias de exemplos, dá vontade de rir. Porquê tal e tanta “má-fé”?

Não estamos certos de ter sabido responder. O conceito de má-fé e a sua “viscosidade”, que Sartre determinou admiravelmente, é o nosso principal instrumento crítico. Essa má-fé é sobretudo europeia e sul-americana – Não falando do mundo árabe e muçulmano.

Comparem-se os nossos “media” com jornais como o New York Times ou o International Herald Tribune , ambos hostis à administração americana e exprimindo muitas objecções à condução da guerra do Iraque. Só excepcionalmente se encontrará neles deformação dos factos ou menosprezo pelas pessoas. É possível defender uma posição sem sobranceria, discordar sem amesquinhar, criticar sem troçar e pretender intimidar.

O modo como questionam os chamados pensamentos únicos, quanto ao anti-americanismo, o anti-sionismo, o islamismo é bastante vivo...

Tudo isso “faz sistema” – é o que mostramos, desculpe remetê-lo para o livro, que se lê depressa. Não seria capaz de o resumir aqui. Tentámos descobrir o que subjaz aos comportamentos, assinalar a cegueira voluntária e as posturas da boa consciência que não são outras do que as da má-fé.

O livro não é de polémica mas toma partido pelo Ocidente e particularmente pelos Estados Unidos e por Israel. Mas isso não nos impede, claro está, de fazer as críticas que a política americana merece, quer se trate dos seus erros, no Iraque, quer, sobretudo, da sua política internacional em geral e do seu egoísmo comercial.

Precisamente: continua a considerar que a intervenção no Iraque era inevitável?


No que escrevemos sobre o Iraque, não nos pusemos na posição de estrategos que não somos, nem de previsionistas, que não queremos ser, nem sequer de observadores capazes de julgar acerca da política mundial, para o que nos falta competência. Quisemos simplesmente evidenciar, com a minúcia requerida, que perante o comportamento do Iraque tal como é historiado na resolução 1441 e no «Relatório Blix» – lidos por inteiro – havia todas as razões – digo bem, todas – para presumir que essas armas existiam, e que o ónus da prova da sua inexistência cabia ao Iraque.

O erro dos Estados Unidos, compreensível mas fatal, foi aceitar – indevidamente – a inversão do ónus e ter na prática feito como se lhes coubesse, a eles, provar que as armas existiam. O Iraque recusou-se a fornecer a prova que lhe era pedida – contudo fácil de produzir, parece, se as armas não existiam.

Isso bastava para motivar a guerra, tanto mais que o anúncio prévio de um veto pela França e pela Rússia acarretou uma autêntica suspensão do direito internacional da ONU. Acresce que os contactos entre a Al-Qaeda, desde o fim da I Guerra do Golfo, parecem hoje fora de dúvida. Sobre o pós-guerra, muito haveria a dizer e antes do mais que a “reconstrução” do Iraque é de facto uma construção. Leia, por exemplo, «The Economist» de 1 de Novembro, vale a pena.

Não saberá talvez que, entre vários – muitos – outros aspectos dessa construção – reparou que se deixou de falar da penúria, etc.? – Bassorá, dispõe hoje de um excedente de electricidade enquanto que antes da guerra não tinha mais que 2-4 horas diárias de luz. Quanto à situação militar, no momento em que conversamos ela é por certo péssima no centro do país – mas caberia analisar em pormenor porquê.

Convém, no entanto, lembrar que até ao momento em que falo, 16 de Novembro, a coligação perdeu 422 soldados. Entendo que é um sinal admirável que um número tão baixo seja já considerado insuportável: na guerra do Vietname morreram 60 mil americanos. Isso significa que – ao contrário da glória terrorista na morte – para a consciência ocidental dos nossos dias a vida humana não tem preço.

Não posso estender-me aqui a este respeito – deixe-me de novo remeter para o livro a propósito de Israel – nem ainda a respeito da falta de apoio internacional à coligação, que é um erro tragicamente míope, mesmo se se pensa que era preferível manter o regime de Saddam. Goste-se ou não de Bush, parece haver vantagem, é o menos que se pode dizer, em que todos contribuam sem reservas para o sucesso da democratização do Iraque.

Ou não?

Preferir-se-á o regresso de Saddam? Ou um regime islamista? Que pretendia a França quando, ainda há pouco, exigia a “transferência da soberania” em três meses?Estará em curso o tal “choque de civilizações”? Acha que o pensamento europeu está a ficar dominado por um novo niilismo?


O mais terrível aspecto desse niilismo é o Ocidente parecer fascinado pelo niilismo assassino do terrorismo. Não sei o que o “choque de civilizações” significa ao certo: o problema é antes que o Ocidente, ou uma sua parte, se vê cada vez menos a si próprio como uma civilização. (...)

Breve Biografia:

[Muecate/Moçambique, 1937 - Paris 2006]

Filósofo, ensaísta e professor universitário. Realizados os estudos liceais em Moçambique, e após permanência, durante um ano, na Universidade de Witwatersrand de Joanesburgo cursando Sociologia, muda-se para Lisboa onde se licencia em Direito.

Não chega, contudo, a concluir o estágio de advocacia, partindo para Paris em 1961. Aí licencia-se em Filosofia pela Universidade de Sorbonne (1961-64). No mesmo período e como aluno titular na École des Hautes Études en Sciences Sociales (EHESS), prepara uma tese, que não conclui, sobre a obra de L. F. Céline, sob a direcção de Lucien Goldmann. Ainda nesse período, traduz para português obras de autores como Karl Jaspers, Romano Guardini, Cesare Pavese e M. Merleau-Ponty.

A partir de 1966, inicia na Universidade de Paris, e sob a orientação de Suzanne Bachelard, um doutoramento em Lógica, de que resulta a tese La Logique du Nom, publicada em França no ano de 1972. Entra nos corpos docentes da Faculdade de Letras de Lisboa em 1976, vindo em 1979 a integrar o Departamento de Filosofia da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, então fundada.

É desde 1988 professor catedrático nessa Universidade. Em 1989, foi eleito directeur d'études (grau equivalente a professor catedrático) na EHESS. Além da docência nestas duas instituições, leccionou, como professor visitante, em várias universidades europeias e sul-americanas, designadamente nas Universidades de Porto Alegre e S. Paulo, integrando desde 1985 a direcção da Sociedad de Filosofia Iberoamericana. Com a publicação de Mimesis e Negação (1984) recebe o Prémio Ensaio do Pen Club, distinção que lhe será atribuída uma segunda vez com a publicação de Viagens do Olhar (1998).

No espaço de tempo que medeia a publicação destas duas obras, outras três, Provas (1988), Tratado da Evidência (1993) e Modos da Evidência (1998), permitem reconstituir um itinerário de investigações a vários níveis notável. Longe de se permitir uma redução da Filosofia, enquanto trabalho de investigação, ao seu estudo histórico, e sem sequer se filiar numa das vias de pensamento já disponíveis, o opus de Fernando Gil recorre tanto àquele como a estas, exibindo em ambos os casos um impressionante domínio, para lançar e desenvolver um projecto de investigação pleno de ambição e actualidade.

Primeiramente sob a égide do problema da prova, problema crucial da epistemologia, questiona-se sobre as condições de um conhecimento objectivo, da sua validade e universalidade (no essencial, procurando responder à pergunta pela verdade do que se sabe). A partir do Tratado da Evidência, a investigação centra-se num momento particular das preocupações epistemológicas até então desenvolvidas; em concreto, em vez de tematizar a prova, toma em atenção precisamente aquilo que a dispensa, a evidência, sem que se possa afirmar o contrário. E fá-lo introduzindo o conceito de "alucinação originária", uma hipótese forte que visa explicar o que seja a evidência.

Tanto Modos da Evidência como Viagens do Olhar procuram experimentar esta hipótese, com a diferença de a segunda destas obras, em co-autoria com Hélder Macedo, o fazer no campo da literatura portuguesa renascentista (com Os Lusíadas, Menina e Moça de Bernadim Ribeiro e a poesia de Sá de Miranda). O interesse e investigação da cultura e literatura portuguesas conduziu-o ao cargo de director do Centre d'Études Portugaises entre 1990 e 1997 e do Seminário Francisco Sanches desde 1992.

Além das obras individuais que assinou, dirigiu um conjunto de importantes obras colectivas (entre as quais, O Balanço do Século, 1990; Scientific and Philosophical Controversies, 1990; Philosophy in Portugal, a Profile, 1999; A Ciência tal Qual se Faz, 1999) e publicou para cima de 150 estudos, escritos em diferentes línguas, quer como artigos de revistas, quer como comunicações e apresentações a colóquios.

Fundou e dirigiu a revista Análise e integra os comités de redacção de diversas outras revistas e publicações, designadamente as encicliopédias Universalis, Britannica e Einaudi (sendo o coordenador dos quarenta volumes da edição portuguesa desta última).

Em virtude do seu mérito científico, internacionalmente reconhecido, foi agraciado, em 1992, com o grau de Grande Oficial da Ordem Infante D. Henrique, por proposta do presidente da República, Mário Soares, de quem foi aliás conselheiro especial. É também distinguido em 1993 com o Prémio Pessoa. O governo francês agraciou-o em 1995 com o título Chevalier da Ordem das Palmes Académiques. Finalmente, foi consagrado em 1998 doutor honoris causa pela Universidade de Aveiro.


in Dicionário Cronológico de Autores Portugueses, Vol. VI, Lisboa, 1999


Notícias à portuguesa

O Jornal de Notícias decidiu gastar papel na seguinte “notícia”… cortam-se árvores para fazer celulose… esta notícia parece-me mais um crime ambiental…



Procurador desconfia de fotocopiadora de Valentim

Nuno Miguel Maia

O procurador adjunto do Ministério Público (MP) de Gondomar desconfiou que a máquina fotocopiadora apresentada pelo advogado de Valentim Loureiro para tirar cópias ao processo Apito Dourado era propriedade da Câmara de Gondomar.

Para apurar um eventual crime de peculato, por utilização de um bem público em benefício particular, Carlos Teixeira até já abriu um inquérito, no âmbito do qual inquiriu uma testemunha e mandou averiguar quem é o dono da máquina.

Tudo começou depois de os advogados de Valentim Loureiro, José Luís Oliveira e Castro Neves terem decidido fazer uma "sociedade" para tirar cópias ao processo. O objectivo era evitar ter de pagar mais de 70 cêntimos por fotocópia e evitar dar trabalho aos funcionários do MP de Gondomar.

De acordo com informações recolhidas pelo JN, foi alugada uma máquina que foi colocada numa sexta-feira nas instalações do MP. Na segunda-feira seguinte, há algumas semanas, uma familiar de Valentim, que também é funcionária da Câmara de Gondomar, foi ao tribunal para tirar as fotocópias, mas foi surpreendida com a reacção do magistrado.

O titular do processo Apito Dourado quis saber quem era a pessoa, a profissão e a razão pela qual foi incumbida daquela tarefa. E inquiriu-a formalmente como testemunha.

Ao que apurámos, a familiar do autarca explicou que tinha metido um dia de férias para fazer aquele favor a Valentim, ao que o procurador lhe terá dito que não o deveria ter feito, uma vez que as férias constituem "um direito inalienável". Tal facto, então, poderia consubstanciar um crime de abuso de poder por parte do major.

De seguida, Carlos Teixeira solicitou documentos comprovativos de que a máquina foi alugada e não pertence à autarquia. Foi-lhe apresentado um recibo em nome de Amílcar Fernandes, advogado de Valentim Loureiro. Antes disso, porém, o procurador do MP terá tomado nota do número de registo da máquina, outra forma de averiguar o proprietário da fotocopiadora - segundo a factura uma conhecida multinacional do ramo.

Só depois destas diligências é que os defensores dos arguidos conseguiram tirar as cópias do processo.

Link para a Notícia

sábado, março 11, 2006

Tou velho... de Beiços bem abertos… mas com cigarro apagado…

Foto Vítor Cid



Ask me no questions
I'll tell you no lies
Come to me when you're down
I'll give you friendly advice
I'll be your avenue, your trusting ear
Release your deepest secrets
I'll be sincere

It's an age old situation
There's nothing to fear
Whatever life throws at you
Your friend is here
Right by your side

When love leaves you cold
Lies have been told
I will be there with my open arms
Hurting inside
Please don't hide the pain
I will be there with my open arms :
Open arms, open arms, open arms !

I know what you're saying
I´ve been there myself
Promises withstanding
They left me for someone else
Then the tables turned
A lesson I've had to learn
I can't put my fingers 'cause
Girls, my fingers have been burned

It's an age old situation
The message is clear
Whatever life throws at you
Your friend is here
Right by your side

When love leaves you cold
Lies have been told
I will be there with my open arms
Hurting inside
Please don't hide the pain
I will be there with my open arms :
Open arms, open arms, open arms !

- - - -

It's an age old situation
The message is clear
Whatever life throws at you
Your friend is here
Right by your side

When love leaves you cold
Lies have been told
I will be there with my open arms
Hurting inside
Please don't hide the pain
I will be there with my open arms :
Open arms, open arms, open arms !

When love leaves you cold
Lies have been told
I will be there with my open arms
Hurting inside
Please don't hide the pain
I will be there with my open arms :
Open arms, open arms, open arms !

sexta-feira, março 03, 2006

Parabéns

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Grande trinta e um