Estou a escrever este texto enquanto acompanho a paupérrima antena televisiva nacional. No “primeiro canal” está a passar um concurso de “conhecimentos vários”; na “dois” um senhor tenta demonstrar a inteligência dos nossos primos primatas; na “três” passa aquele programa de anedotas televisivas, enquanto na “quatro” decorre “aquilo”.
Será que só eu é que ouvi, ou será que sonhei, que o Presidente da República vai convocar eleições antecipadas, dissolvendo o parlamento?
Não será este "pequeno" facto de relevante interesse público para justificar a alteração à programação costumeira?
Eu ainda sou um romantico.
Ultrapassado este pequeno aparte, começo por pedir desculpas pela minha intervenção neste momento de crise mas nunca imaginei que ao escrever, no passado domingo, ao Pai-Natal, ele corresponde-se de forma tão lesta.
Mas vamos estar atentos.
Vamos ter o nosso, antigo, ainda, candidato, qualquer coisa primeiro a lamentar não ter podido cumprir o conjunto de medidas como: os aumentos de reformas e de ordenados e o abaixamento dos impostos para além do combate à fraude e fuga fiscais e ainda o blá, blá, blá, etc…;
Vamos, espantados, descobrir que o outro partido da coligação afinal não era tão coligado assim e que tem queixas gravíssimas deste primeiro, para além de advogar para si o mérito das tais promessas que afinal não lhes permitiram cumprir blá, blá, etc…;
Vamos descobrir Sócrates, para além de filosofo, vai inflectir nas suas, recentes, posições sobre as medidas anteriormente faladas, blá, blá, etc…;
Mas para já, numa leitura imediatista e parafraseando o nosso antigo, ainda, candidato, qualquer coisa ministro da defesa, blá, blá e do mar, “qué lá saber disso”.
Já estou a antever as guerras intestinais que se avizinham (e dai todos sabemos o que sai).
Estejamos atentos.
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