quinta-feira, novembro 06, 2003

Televisão

Tele-lixo ou como se mantém um neandertal
Por Anónimo

Não existem muitas coisas que possa dizer que deteste: a minha namorada naqueles dias, o arrebentamento físico após horas de onanismo, e a TVI.

Numa sociedade que se mantém fechada culturalmente, em que ucranianos e afins são tratados como cães, em que fetos e bebés são encontrados em sítios que nem ao Wally lembram, a TVI faz questão de manter Portugal na parvalheira, e as audiências comprovam-no.

Passemos então ao enxovalhamento em si.

Começo pelo serviço de notícias, se assim se pode chamar. De facto, abrem o programa (designação mais que apropriada) com uma de duas coisas, neste momento: ou a Casa Pia, ou o Iraque. Não censuro, nem o pretendo fazer, já que se tornou moda e, pior ainda, meio de subsistência para "armas" como a comunicação social. O pior é mesmo a importância que dão, especialmente se for a Casa Pia.

Neste caso, apresentam o menu de "Bibi", que nem merece nome próprio, como seria de esperar da imparcialidade jornalística, com direito a entrevistas que nada adiantam a pessoas que nada adiantam. Até aqui, menos mal. Temos depois duas variantes horríficas, que me chegam a encarquilhar as unhas dos pés: a Manuela Moura Guedes, e as reportagens finais.

Ignorando o facto de ser esposa do director da estação, a D. Guedes limita-se literalmente a apresentar o "freak show", ditanto suas sentenças, tornando-se comentadora das próprias notícias. Afinal, para quê limitarmo-nos ao Prof. Marcelo Rebelo de Sousa ou a Miguel Sousa Tavares, quando podemos contar sempre com a opinião da JORNALISTA Manuela Moura Guedes? Mas, esperem lá, um jornalista não é suposto ser imparcial? oops!!!!

Depois temos aquelas pedagógicas e interessantes reportagens que enchem os minutos finais. Temas como a bruxaria, a dança do ventre, e a violência dos jogos de vídeo assumem uma importância cabal no programa, quando, no máximo, talvez devessem ser remetidos a curiosidades, se tanto. Além disso, há que tratar os temas com rigor. Relativamente a uma reportagem acerca da violência dos videojogos, que não tive oportunidade de ver, suscitou a pálida indignação da comunidade em causa, com um artigo publicado na revista Mega Score de Abril.

Chega de notícias. Passemos à grelha de programação.

Se há coisa que eu posso louvar, é a escolha de filmes da estação, salvo as tardes de Sábado e de Domingo, recheadas de produções da Disney e afins (o que não tem necessariamente de ser negativo). Mas o que chateia é o horário. Não imaginam como me senti quando vi que iam passar o "Clube dos Poetas Mortos". Não imaginam como fiquei quando vi que ia passar à 1 da manhã de um Domingo. Percebo que o queiram fazer com filmes menos próprios para horas mais acessíveis, mas há que ter em conta o próprio espectador!

O mesmo posso dizer das séries. Ally Mcbeal, Frasier, Seinfled, enfim, pérolas da comédia made in USA, a passar depois das 2????????

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Finalmente, temos a plêiade de novelas que agridem os sentidos a uma pessoa. Eu, na minha restrita opinião, acho que novelas das 19 às 00, com um intervalo para notícias (?) é algo abusivo. Além disso, completam com aquela inclassificável... coisa chamada VIDAS REAIS. Qual a necessidade de se copiar um formato que, só por si, é degradante? Mais, porquê pôr aquilo a passar às 18 da tarde?

Enfim, basicamente, a TVI tem tudo para vencer em Portugal: oferecem a preservação da mentalidade fechada e tacanha, com os baldes de fait-divers que açambarcam o jornal, e agarram as pessoas com histórias sem qualquer desafio intelectual que contrubua para melhorar este país, em que o irmão rouba a namorada ao irmão, quando, afinal, ela é irmã do pai do filho do avô do irmão. É triste saber que a televisão ainda tem este poder magnético de afastar as pessoas daquilo que "Acontece" de cultural no país e não só.

Façam uma visita a este site: CAFEÍNA


sEeUallLaTeR

..::carlos galveias::..

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