quinta-feira, novembro 20, 2003

Noctívidades

Com pequeno almoço de "Gurosan", e olhares trocistas, encaminho-me para o escritório pedindo de passagem para não me passarem quaisquer chamadas.
Estou completamente de rastos, tudo em meu redor está baço e desfocado, sinto a cabeça a latejar ao ritmo da tremedeira das pernas.
Apetecia-me ter ficado de cama, mas quando a mobília não é nossa dificilmente podemos decidir o destino matinal.
Que puta de conversa incongruente.
A língua teima em encortiçar e os olhos doem a cada pancada nas teclas, mas o pior é a roupa usada de véspera e a barba feita com lamina de pernas.
O organismo pede líquidos que rapidamente, e de todas as formas, decide expelir.
O trago de café começa a provocar estragos internos e externos, quando as pálpebras se recusam a obedecer, fechando-se por segundos intermitentes.
Acordo com a explosão, no momento em que o borrão do malfadado cigarro chegou ao meus dedos, provocando dores lancinantes por todo o corpo.
Vou para casa. Está decidido, vou para casa.
Preciso rapidamente de descansar, ainda por cima hoje é noite quinta-feira e há que aproveitar que a vida é limitada.

Lembrete: Pelo menos apontar o nome dela, em qualquer lado

F.Marinho

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