sexta-feira, novembro 28, 2003

CANAL 2

Canal A Dois Arranca a 5 de Janeiro
Por MARIA LOPES - Público


As emissões do canal A Dois vão arrancar no próximo dia 5 de Janeiro. O sucessor da actual RTP2 já tem toda a grelha definida e grande parte dos primeiros programas gravados. Para o arranque só falta mesmo formalizar os contratos de parceria com meia centena de entidades da sociedade civil - cerimónia que terá lugar no próximo dia 8 -, e criar o conselho de acompanhamento do canal composto pelos representantes dos parceiros.

Todo o processo em falta estará concluído até 15 de Dezembro, mas a administração da RTP prefere esperar até ao início do ano - "uma altura de descompressão" - porque na época de Natal há uma grande saturação de marketing, afirmou ontem o administrador Luís Marques durante a apresentação à imprensa, realçando que, "se fosse preciso, podia ser lançado na próxima segunda-feira, como estava planeado". "Ano Novo, canal novo", resumiu.

A promoção da A dois arranca, de um modo "suave" na próxima semana, passando a campanha a ser mais forte depois da assinatura dos protocolos formais.

O orçamento para o novo canal ronda os 30 milhões de euros, participando os parceiros com dois milhões - custos menores que os da actual RTP2, fez questão de salientar o presidente, Almerindo Marques. Ainda que partilhe muitos recursos da RTP, como equipamento e redacção - o que lhe suaviza o orçamento -, está já afectada ao A Dois uma equipa de cerca de 25 pessoas, especificou. Os trabalhos de produção estão a ter lugar nos estúdios da 5 de Outubro e no Lumiar, mas a equipa irá mudar-se também para as novas instalações da RTP em Cabo Ruivo, cuja transição está prevista para o fim do primeiro trimestre do próximo ano.

Até agora a parceria com as entidades civis "está a ser completamente conseguida" e "a qualidade dos programas está acima das expectativas", disse Luís Marques. Das 21 encomendas de produção nacional que a RTP, em conjunto com alguns parceiros, fez no mercado através de consulta, 17 têm a participação de produtores independentes, acrescentou.

Os programas-piloto da manhã e da tarde estão feitos e as gravações praticamente terminadas. O magazine cultural - de 30 minutos, sendo 15 de actualidade e o restante dedicado a boletins temáticos diários, apresentado por Anabela Mota Ribeiro e Filipa Melo - encontra-se em fase adiantada de produção.

Telejornal com 30 minutos

A área da informação é a mais "sensível". "É preciso articular o que queremos para a filosofia do A Dois com uma redacção de uma televisão mais tradicional", adiantou Luís Marques, lembrando que a área está debilitada por a estação se encontrar numa fase de reestruturação e mudança que tem provocado a falta de recursos humanos. No entanto, realçou que a solução de uma redacção única é mais eficiente, dando como exemplo a BBC, que também funciona assim.

O espaço informativo do A Dois terá como "pivots" Carlos Fino e Alberta Marques Fernandes, e uma duração fixa de 30 minutos, começando às 21h30 - mais cedo que o actual Jornal 2. "Será claramente distintivo do da RTP1 e que acrescente valor não só na abordagem como na selecção de temas que não são tratados naquele canal", descreveu, lembrando que o actual bloco informativo, por escassez de jornalistas, repete muitas peças do Telejornal. A intenção é "adaptar a informação ao 'target', composto por um público mais exigente e que quer informação mais trabalhada". O ritmo de informação "será mais intenso, com maior incidência nas notícias culturais e internacionais, e acrescentando mais explicações".

Confrontado com as críticas do Conselho de Opinião da RTP à acumulação de competências entre este órgão e o futuro Conselho de Acompanhamento do A Dois, Luís Marques disse que o primeiro "tem apenas que se centrar no canal 1 e fiscalizar o contributo da RTP", ao passo que o segundo "fiscaliza a contribuição e desempenho dos parceiros sociais". No entanto, o contrato de concessão do novo canal deixa para os parceiros um papel quase meramente observador: além de co-financiarem os projectos, o seu acompanhamento resume-se à elaboração de pareceres, mas que não são vinculativos, sobre a grelha, o orçamento e os planos de actividades.


..::carlos galveias::..

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