Um grande link, para desafiar o Darth Vader.
http://www.sithsense.com/
Que a força esteja com o Blog@Uni!
terça-feira, maio 31, 2005
segunda-feira, maio 30, 2005
Orgulho!
sábado, maio 28, 2005
sexta-feira, maio 27, 2005
Adeus... para sempre adeus....
Adeus! Para sempre adeus!
Vai-te! Oh; vai-te!
Que nesta horaSinto a justiça dos céus
Esmagar-me a alma, que chora.
Choro, porque não te amei,
Choro o amor que me tiveste!
O que eu perco, bem no sei,
Mas tu... tu nada perdeste:
Que este mau coração meu,
Nos secretos escaninhos,
Tem venenos tão daninhos,
Que o seu poder só sei eu!
Conhecem???
Despedida….
Não, não é dia um de Abril… logo… é verdade o que tenho para contar…
Acabou….
Para mim hoje foi o último dia….
Eu gosto das pessoas que gostam de mim… [de algumas outras, eu também gosto]…
Eu gosto muito de todos os mirones deste blog… há pessoas de quem eu gosto muito… mesmo muito…
Mas não dá mais… estou a sentir-me… um pouco cromo…”uni-cromo”…
Desejo que tenham uma vida feliz…
Eu vou fazer todos os esforços… e sabem uma coisa?
Eu vou ser feliz!!!!!
Todos são convidados… eu também me farei convidado…. mas sejam felizes…
Estou a contar estar bem longe dentro de pouco tempo… mesmo muito longe… mas uma coisa tenho a certeza… dia 4 de Junho estarei na Foz do Arelho….
Não voltarei a participar neste blog… assim não…
Vai-te! Oh; vai-te!
Que nesta horaSinto a justiça dos céus
Esmagar-me a alma, que chora.
Choro, porque não te amei,
Choro o amor que me tiveste!
O que eu perco, bem no sei,
Mas tu... tu nada perdeste:
Que este mau coração meu,
Nos secretos escaninhos,
Tem venenos tão daninhos,
Que o seu poder só sei eu!
Conhecem???
Despedida….
Não, não é dia um de Abril… logo… é verdade o que tenho para contar…
Acabou….
Para mim hoje foi o último dia….
Eu gosto das pessoas que gostam de mim… [de algumas outras, eu também gosto]…
Eu gosto muito de todos os mirones deste blog… há pessoas de quem eu gosto muito… mesmo muito…
Mas não dá mais… estou a sentir-me… um pouco cromo…”uni-cromo”…
Desejo que tenham uma vida feliz…
Eu vou fazer todos os esforços… e sabem uma coisa?
Eu vou ser feliz!!!!!
Todos são convidados… eu também me farei convidado…. mas sejam felizes…
Estou a contar estar bem longe dentro de pouco tempo… mesmo muito longe… mas uma coisa tenho a certeza… dia 4 de Junho estarei na Foz do Arelho….
Não voltarei a participar neste blog… assim não…
quinta-feira, maio 26, 2005
Florbela...
Tenho estado a falar com Florbela… não sei se conhecem… Florbela Espanca… a minha gata…
Eu gosto muito da Florbela… ela é rafeira… nos gatos não se diz “rafeira”… é “raça comum europeia”…
Desgraçada… é europeia… mais… vive em Portugal…
Ela não acredita… mas eu tenho insistido… não é fácil ser europeu… muito menos português…
Curiosamente ela tem orgulho…
Mas a desgraçada tem apenas dois meses… não sei se ela compreende o que eu lhe digo… mas presta atenção…
Não sei se os estimados leitores sabem como uma gata presta atenção…
Olhem para as orelhas… dá sempre para saber se a nossa mensagem está a passar…
A Florbela dá todas as indicações de estar atenta… mas ela desconhece que é das poucas portuguesas a prestar atenção…
Isto tudo num dia em que tem estado muito aborrecida… a alimentação dela passou a ser tributada a 21%... de IVA…
E eu não lhe conto tudo… os ratos artificiais com que ela tanto gosta de brincar, também ficaram mais caros…
Eu não me preocupo… estou muito bem disposto…
Eu gosto de ajudar o Estado… eles merecem o nosso esforço…
Eu não tenho de ter férias… o Ministro XPTO é que necessita de descanso… eu aguento…
Eu consigo prescindir de tudo… deixei de ler… de comprar jornais… de ouvir música… [detesto CD’s]… livros… nunca!...
E sabem uma coisa?
Já me sinto mais inteligente!!
[Abençoada a ignorância]
Tenho comido muitas verduras… e fumado ainda mais… [secas]…
Ritualização
A Crença só se Mantém pela Ritualização
Uma verdade racional é impessoal e os factos que a sustentam ficam estabelecidos para sempre. Sendo, ao contrário, pessoais e baseadas em concepções sentimentais ou místicas, as crenças são submetidas a todos os factores susceptíveis de impressionar a sensibilidade. Deveriam, portanto, ao que parece, modificar-se incessantemente.
As suas partes essenciais mantêm-se, contudo, mas cumpre que sejam constantemente alentadas. Qualquer que seja a sua força no momento do seu triunfo, uma crença que não é continuamente defendida logo se desagrega. A história está repleta de destroços de crenças que, por essa razão, tiveram apenas uma existência efémera. A codificação das crenças em dogmas constitui um elemento de duração que não poderia bastar. A escrita unicamente modera a acção destruidora do tempo.
Uma crença qualquer, religiosa, política, moral ou social mantém-se sobretudo pelo contágio mental e por sugestões repetidas. Imagens, estátuas, relíquias, peregrinações, cerimônias, cantos, música, prédicas, etc., são os elementos necessários desse contágio e dessas sugestões.
Confinado num deserto, privado de qualquer símbolo, o crente mais convicto veria rapidamente a sua fé declinar. Se, entretanto, anacoretas e missionários a conservam, é porque incessantemente relêem os seus livros religiosos e, sobretudo, se sujeitam a uma multidão de ritos e de preces. A obrigação para o padre de recitar diariamente o seu breviário foi imaginada pelos psicólogos que conheciam bem a virtude sugestiva da repetição.
Nenhuma fé é durável se dela se eliminam os elementos fixos que lhe servem de apoio. Um Deus sem tempestades, sem imagens, sem estátuas, perderia logo os seus adoradores. Os iconoclastas eram guiados por um instinto seguro, quando quebravam as estátuas e os templos das divindades, que eles queriam destruir.
Os homens da Revolução, procurando anular a influência do passado, tinham igualmente razão, no seu ponto de vista, quando saqueavam as igrejas, as estátuas e os castelos.
Mas essa destruição não foi suficientemente prolongada para actuar nos sentimentos fixados por uma hereditariedade secular. A sua duração é mais longa do que a das pedras que as simbolizam.
Gustave Le Bon, in 'As Opiniões e as Crenças'
Nós
O Que os Outros Sabem de Nós
O que sabemos de nós próprios, o que a nossa memória reteve, é menos decisivo do que se pensa para a felicidade da nossa vida. Chega um dia em que surge nela aquilo que, sabem os outros (ou julgam saber), de nós: damo-nos então conta de que a sua opinião é mais poderosa. Arranjamo-nos melhor com a má consciência do que com a má reputação.
Friedrich Nietzsche, in 'A Gaia Ciência'
Cultura
O Gosto pela Cultura
É mais difícil encontrar um gentleman que um génio. A marca mais distintiva de um homem culto é a possibilidade de aceitar um ponto de vista diferente do seu; pôr-se no lugar de outra pessoa e ver a vida e os seus problemas dessa perspectiva diferente.
Estar disposto a experimentar uma ideia nova; poder viver nos limites das divergências intelectuais; examinar sem calor os problemas escaldantes do dia; ter simpatia imaginativa, largueza e flexibilidade de espírito, estabilidade e equilíbrio de sentimentos, calma ponderada para decidir - é ter cultura.
(...) A cultura vem da contemplação da natureza; do estudo da Literatura, Arte e Arquitectura com letras grandes; e do conhecimento pessoal das realidades emocionais da existência. É uma escala de valores, ou méritos, diferente da usada nas esferas dominadas pela ciência e pelo comércio. Vivemos numa cultura onde o sucesso é medido pelos bens materiais. É importante alcançar objectivos materiais, mas ainda é mais importante ser-se cidadão amadurecido, bem equilibrado e culto.
A cultura (...) está em nós e não sepultada em estranhas galerias. Significa bondade de espírito e é a base de um bom carácter. A plenitude da vida não vem das coisas exteriores a nós; temos de criar a beleza em que vivemos.«Embora andemos pelo mundo a procurar a beleza, temos de a levar connosco ou não a encontraremos» - escreveu Emerson.
Uma pessoa pode fruir o máximo prazer com paisagens, árvores, bosques, flores e frutos, céu azul, nuvens encasteladas, mares encapelados ou brandas ondas de um lago, vistas da margem de um rio, sombras na relva, estrelas e luar à noite. Para outra a beleza natural não tem encantos.
A lua e as árvores brilham em vão; pássaros e insectos, árvores e flores, rio e lago e mar, sol, lua e estrelas não lhe dão qualquer prazer. Quem quer ter uma vida mais rica só tem de compreender e reconhecer todos os tipos de beleza e cultivar o gosto pelo belo dentro da alma.
Alfred Montapert, in 'A Suprema Filosofia do Homem'
Vítima
Prazo de validade
O prazo de validade dos cidadãos mais velhos tornou-se, nas sociedades ocidentais, cada vez mais curto, transformando a idade num factor essencial de avaliação curricular. Ao contrário de algumas sociedades orientais, nas quais os veteranos, embora possam ter abandonado, já, as funções executivas, continuam a transmitir o seu saber noutro tipo de cargos onde a experiência representa um factor de mais-valia
Helena Sacadural Cabral
Ansiedade...
Imagem ZEFA
Tendemos a só olhar para os outros humanos: quem são os melhores, os mais rápidos, os mais ricos, os mais inteligentes, os mais bonitos... Isto cria uma verdadeira anisedade: quem sou eu neste mundo? Não é por acaso que sair da cidade e ir para o meio da natureza se tornou tão importante. Qualquer coisa que nos tire desta pressão, deste aqui e agora, e que nos faça ver como somos pequenos, reduz o estado de anisedade. Tradicionalmente, era esse o papel das religiões.
Alain Botton
Tendemos a só olhar para os outros humanos: quem são os melhores, os mais rápidos, os mais ricos, os mais inteligentes, os mais bonitos... Isto cria uma verdadeira anisedade: quem sou eu neste mundo? Não é por acaso que sair da cidade e ir para o meio da natureza se tornou tão importante. Qualquer coisa que nos tire desta pressão, deste aqui e agora, e que nos faça ver como somos pequenos, reduz o estado de anisedade. Tradicionalmente, era esse o papel das religiões.
Alain Botton
Pois, pois... é já a seguir...
Artigo do Público [excerto]...
A Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP) e o sindicato dos guardas prisionais criticaram hoje as conclusões do relatório da Amnistia Internacional (AI) relativas à situação dos direitos humanos em Portugal, que denunciam a existência de maus-tratos e abusos por parte das forças policiais.
A Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP) e o sindicato dos guardas prisionais criticaram hoje as conclusões do relatório da Amnistia Internacional (AI) relativas à situação dos direitos humanos em Portugal, que denunciam a existência de maus-tratos e abusos por parte das forças policiais.
Eu também critico tantas coisas... mas criticar evidências...
Amigos
História
Não ouçamos mais disparates como o de a Europa ser multicultural, quando a riqueza da Europa veio sempre da sua diversidade e não do multiculturalismo, e qualquer pessoa com elementares conhecimentos de História sabe que os países multiculturais são meros fruidores, na melhor das hipóteses criadores de culinária e cultura pop, mas em suma, estéreis sob o ponto de vista da criação.
Alexandre Brandão da Veiga
Imaginação
Centrifugação
À subalternidade sucedeu-se a marginalidade - os novos pobres só são actores num único palco, o da exclusão social. A sua marca pode sintetizar-se no prefixo "sem": sem-abrigo, sem-papéis, sem-poder. O que a caracteriza é a sua centrifugação de toda a relação com o centro, colocando-os na situação de relegados e oferecendo-os como espectáculo da desafiliação, da deambulação pela cidade impessoal e imensa, da deriva de sítio em sítio sempre à margem dos lugares.
Luís Fernandes
Reflexões Pessoais... de um Pessoa
Em sua essência a vida é monótona. A felicidade consiste pois numa adaptação razoavelmente exacta à monotonia da vida. Tornarmo-nos monótonos é tornarmo-nos iguais à vida; é, em suma, viver plenamente. E viver plenamente é ser feliz.
Os ilógicos doentes riem - de mau grado, no fundo - da felicidade burguesa, da monotonia da vida do burguês que vive em regularidade quotidiana e, da mulher dele que se entretém no arranjo da casa e se distrai nas minúcias de cuidar dos filhos e fala dos vizinhos e dos conhecidos. Isto, porém, é que é a felicidade.
Parece, a princípio, que as cousas novas é que devem dar prazer ao espírito; mas as cousas novas são poucas e cada uma delas é nova só uma vez. Depois, a sensibilidade é limitada, e não vibra indefinidamente. Um excesso de cousas novas acabará por cansar, porque não há sensibilidade para acompanhar os estímulos dela.
Conformar-se com a monotonia é achar tudo novo sempre. A visão burguesa da vida é a visão científica; porque, com efeito, tudo é sempre novo, e antes de este hoje nunca houve este hoje.
É claro que ele não diria nada disto. Às minhas observações, limita-se a sorrir; e é o seu sorriso que me traz, pormenorizadas, as considerações que deixo escritas, por meditação dos pósteros.
Fernando Pessoa, in 'Reflexões Pessoais'
terça-feira, maio 24, 2005
Imagem Enevoada
Imagem Enevoada
Paradoxo: por um lado, a televisão fabrica-me representações de um mundo longínquo; por outro, esse é o mundo adequado ao meu mundo.
É o que me convém: se as imagens do mundo não me dizem respeito, ou me dizem só longinquamente respeito, então está tudo bem assim, porque a minha imagem também só enevoada me diz respeito.
Eu nem me apercebo do «longe», do «afastamento», da «ausência de mim a mim».
Não há paradoxo, porque não há consciência dele. Não há sobressalto de pensamento.
Tudo se mistura, talvez.
José Gil
O Espaço Que a Tecnologia Expulsa
O Espaço Que a Tecnologia Expulsa
A tecnologia que inunda o mundo de hoje, e a ciência que a serviu, não o invadem apenas na parte exterior do homem mas ainda os seus domínios interiores.
Assim o que daí foi expulso não deixou apenas o vazio do que o preenchia, mas substituiu-o pelo que marcasse a sua presença.
O mais assinalável dessa presença é por exemplo um computador. Mas será a obra transaccionável por um parafuso?
Vergílio Ferreira
Os Convencidos da Vida
Os Convencidos da Vida
Todos os dias os encontro. Evito-os. Às vezes sou obrigado a escutá-los, a dialogar com eles. Já não me confrangem. Contam-me vitórias. Querem vencer, querem, convencidos, convencer. Vençam lá, à vontade. Sobretudo, vençam sem me chatear.
Mas também os aturo por escrito. No livro, no jornal. Romancistas, poetas, ensaístas, críticos (de cinema, meu Deus, de cinema!). Será que voltaram os polígrafos? Voltaram, pois, e em força.
Convencidos da vida há-os, afinal, por toda a parte, em todos (e por todos) os meios. Eles estão convictos da sua excelência, da excelência das suas obras e manobras (as obras justificam as manobras), de que podem ser, se ainda não são, os melhores, os mais em vista. Praticam, uns com os outros, nada de genuinamente indecente: apenas um espelhismo lisonjeador. Além de espectadores, o convencido precisa de irmãos-em-convencimento. Isolado, através de quem poderia continuar a convencer-se, a propagar-se?
(...) No corre-que-corre, o convencido da vida não é um vaidoso à toa. Ele é o vaidoso que quer extrair da sua vaidade, que nunca é gratuita, todo o rendimento possível. Nos negócios, na política, no jornalismo, nas letras, nas artes. É tão capaz de aceitar uma condecoração como de rejeitá-la. Depende do que, na circunstância, ele julgar que lhe será mais útil.
Para quem o sabe observar, para quem tem a pachorra de lhe seguir a trajectória, o convencido da vida farta-se de cometer «gaffes». Não importa: o caminho é em frente e para cima. A pior das «gaffes», além daquelas, apenas formais, que decorrem da sua ignorância de certos sinais ou etiquetas de casta, de classe, e que o inculcam como um arrivista, um «parvenu», a pior das «gaffes» é o convencido da vida julgar-se mais hábil manobrador do que qualquer outro.
Daí que não seja tão raro como isso ver um convencido da vida fazer plof e descer, liquidado, para as profundas. Se tiver raça, pôr-se-á, imediatamente, a «refaire surface». Cá chegado, ei-lo a retomar, metamorfoseado ou não, o seu propósito de se convencer da vida - da sua, claro - para de novo ser, com toda a plenitude, o convencido da vida que, afinal... sempre foi.
Alexandre O'Neill
Todos os dias os encontro. Evito-os. Às vezes sou obrigado a escutá-los, a dialogar com eles. Já não me confrangem. Contam-me vitórias. Querem vencer, querem, convencidos, convencer. Vençam lá, à vontade. Sobretudo, vençam sem me chatear.
Mas também os aturo por escrito. No livro, no jornal. Romancistas, poetas, ensaístas, críticos (de cinema, meu Deus, de cinema!). Será que voltaram os polígrafos? Voltaram, pois, e em força.
Convencidos da vida há-os, afinal, por toda a parte, em todos (e por todos) os meios. Eles estão convictos da sua excelência, da excelência das suas obras e manobras (as obras justificam as manobras), de que podem ser, se ainda não são, os melhores, os mais em vista. Praticam, uns com os outros, nada de genuinamente indecente: apenas um espelhismo lisonjeador. Além de espectadores, o convencido precisa de irmãos-em-convencimento. Isolado, através de quem poderia continuar a convencer-se, a propagar-se?
(...) No corre-que-corre, o convencido da vida não é um vaidoso à toa. Ele é o vaidoso que quer extrair da sua vaidade, que nunca é gratuita, todo o rendimento possível. Nos negócios, na política, no jornalismo, nas letras, nas artes. É tão capaz de aceitar uma condecoração como de rejeitá-la. Depende do que, na circunstância, ele julgar que lhe será mais útil.
Para quem o sabe observar, para quem tem a pachorra de lhe seguir a trajectória, o convencido da vida farta-se de cometer «gaffes». Não importa: o caminho é em frente e para cima. A pior das «gaffes», além daquelas, apenas formais, que decorrem da sua ignorância de certos sinais ou etiquetas de casta, de classe, e que o inculcam como um arrivista, um «parvenu», a pior das «gaffes» é o convencido da vida julgar-se mais hábil manobrador do que qualquer outro.
Daí que não seja tão raro como isso ver um convencido da vida fazer plof e descer, liquidado, para as profundas. Se tiver raça, pôr-se-á, imediatamente, a «refaire surface». Cá chegado, ei-lo a retomar, metamorfoseado ou não, o seu propósito de se convencer da vida - da sua, claro - para de novo ser, com toda a plenitude, o convencido da vida que, afinal... sempre foi.
Alexandre O'Neill
domingo, maio 22, 2005
Notícia digital
Fonte: BOCC
Notícia digital: processos de construção
Ricardo Nunes
Ricardo Nunes
"The internet has the potential to change the way news is made''
Jeff Boutler
Tendo em conta a "Falta de unanimidad sobre como debe ser una notícia difundida través de Internet'', torna-se imperioso avaliar os modos de produção informativa para e através da rede internacional de computadores, recorrendo a uma metodologia de trabalho com bases sólidas, que permita um desempenho mais eficaz, sempre que se enuncie uma notícia digital. Inquietação idêntica é trazida por Chris Lapham, que equaciona o problema desta maneira, ``The bottom line, whatever the medium, is how well you tell a story''.
Embora este seja o momento de avaliar os procedimentos que permitem a construção de uma notícia on-line, é determinante reconhecer que "Cyberspace belongs to readers, not writers''. A validação desta teoria surge em Newswriting for the Web, um estudo do The Poynter Institute of Media Studies da Universidade do Alasca Anchorage. Sustenta Carole Rich, ao introduzir as linhas centrais da investigação, que "The journalist who carefully crafts a story with a lead, middle and ending is at the mercy of World Wide Web users who resemble TV couch potatoes with a mouse for a remote control. With a world at their fingertips, readers can link to another Web site in an instant before they even access the story''. Este é o cenário real. Cada vez mais, a decisão encontra-se na ponta dos dedos, remetendo a escolha para o círculo das preferências individuais. Cumprir na internet, o formulário de requisitos do jornalismo tradicional, significa, antes de mais, não estar conforme o novo media, no limite, desenvolver um trabalho de qualidade e eficácia altamente duvidosas.
Lembra a autora que, inclusive, no formato tradicional, a notícia produzida corre igualmente riscos de não ser lida na totalidade, ou olhada apenas de rompante. "But news stories on the Web offer more diversions and problems. With a multitude of links to others sites and technology that causes poor readability and slow download time, getting and keeping readers attention is more difficult on-line than a print''.
Vale a pena fixar as questões principais deste estudo, de modo a contextualizar a investigação que se pretende realizar. Interroga-se Carole Rich
"Should we write inverted pyramid stories, with the most important information at the top of the story?
"Should we write in narrative form like a fiction story with a plot that unfolds from beggining to end?
"Should we organize in chuncks for readers to click on or in continuous screens they can sroll? Or should we create new forms of storytelling for the Web?''.
Se nos posicionarmos no patamar de quem escreve e apresenta a informação periodicamente nos meios de comunicação social, não só a estrutura hipertextual se apresenta como uma condição sine qua non para descrever a realidade através dos media electrónicos, como esta nova arrumação permite uma eficácia porventura maior do que a utilização exclusiva da clássica estruturação em forma de pirâmide invertida nos media tradicionais. Erik K. Meyer, no texto Tomorrow's News Today sustenta que "As seen in modern broadcast and headline writing, inverted pyramid stress the value of each word. It includes only the most important and discards or downloadns the rest''.
Quando o jornalista digital produz as suas notícias, terá que ter presente um aspecto fundamental que Balasubramanian situa no conceito de Hipertexto: permitir a navegabilidade no interior do documento, mas também abrir fronteiras para o exterior. Melinda Mcadms em Inventing an On-line Newspaper refere que as diferenças entre um jornalista de imprensa escrita, e um profissional orientado para o media digital acusam características e estratégias de construção radicalmente diferentes - "A journalist with little on-line experience tends to think in terms of stories, news value, public service, and things that are good to read. These are the staples of a one way medium. But a person with a lot of on-line experience thinks more about connections, organization, movement within and among sets of information, and communication among different people. On-line is bi-directional''.
A este propósito J.D. Lassica em Net Again, um texto publicado na American Journalism Review escreve "On line coverage could involve a multiple branch of short of things where, for example, you start out talking about childhood adoption, and you do one branch from the child's point of view, one branch form the birth mother's point of view, and one from the agency point of view''. Esta é uma das mais valias da notícia interactiva, a rede tentacular que se estende de acordo com um cardápio sugerido pelo jornalista, que deverá ir ao encontro dos interesses do utilizador.
O exercício do jornalismo através do estabelecimento de links levou uma das repórteres do Wall Streel Journal a deixar a seguinte interrogação: Journalist or "linkalist''? Journalism or "linkalism''? Apesar de ter sido apresentado como uma piada, durante um congresso de jornalismo, não caiu bem o humor feito pela jornalista Kara Swisher, ao pronunciar na Berkeley's Graduate School of Journalism qual o entendimento que tem sobre sobre a nova vaga do jornalismo electrónico. Partindo do conceito de "link'', a repórter fez um trocadilho e juntou-o à profissão de jornalista e à actividade do mesmo. A boa disposição de Swisher não conseguiu contagiar a plateia, e alguns dos presentes manifestaram desagrado. A forma redutora como a mais recente aventura comunicacional e jornalística foi assumida, constitui uma visão parcelar e deformada do que é de facto a informação on-line, e a actividade exigente de quem a exerce. Não incorre em erro quem afirmar que o jornalismo electrónico se faz de múltiplas ligações, da conjugação de vários recursos em busca de um produto equilibrado, do ponto de vista dos conteúdos, e agradável, do ponto de vista estético e formal. Embora tenha fundamentado minutos depois porque razão tomava esta atitude, o mal estar tinha contaminado a plateia, predisposta a aceitar o maravilhoso suporte electrónico... A repórter viria a concretizar a ideia ao afirmar que a informação deve ser a alavanca para a actividade jornalística, e não deve ser encarada, exclusivamente, como trampolim para a construção de complexas narrativas noticiosas. Explicado o argumento de base, a plateia ficou mais serena e mostrou-se disposta a escutar a mensagem da interveniente.
George Landow, professor na Universidade de Brown, especialista em Hipermédia, defende o uso de metáforas, estrutura ramificada, uma escrita desenvolvida em caixas sucessivas ou o recurso à Web que permite uma estrutura não linear da escrita. Landow, escreve em Hypermedia and Literary Studies que "Hypermedia as a medium conveys the strong impression that its links signify coherent, purposeful, and above all useful relationships. Is still depends upon many of the same organizing principles that make page-bound discourse coherent and even pleasurable to read.''11 Entende este universitário que é preciso ter um cuidado extremo na estrutura de ramificação, que vai permitir os vários desenvolvimentos do corpo central da notícia. É motivo de confusão e baralhamento quando uma pista sugerida frusta as expectativas do leitor "When users follow links and encounter materials that do not appear to possess a significant relation do the document from which the link pathway originated, they feel confused and resentful'' .
Mas se esta é a novidade estrutural que se impõe no formato digital de informação, há princípios que devem ser respeitados, de modo a alcançar eficácia. Pixie Ferris, escreveu na Computer Mediated Communication Magazine o que entende ser a cartilha para bem escrever na Internet. Em Writing in Cyberspace, é defendido que uma boa escrita deve contemplar um objectivo, conteúdo, organização, estilo e audiência.
A receita de Ferris, baseia-se num pressuposto de que a eficácia da notícia depende em boa parte do respeito que deve ter pela sua organização formal, mas também ao nível dos conteúdos. Analisada ao pormenor, a notícia bem estruturada deve dizer objectivamente qual é o seu alvo de actuação, descrever com rigor e síntese os episódios que a constituem, revelar organização interna, apresentar os elementos de forma lógica.
A notícia deve ainda ser reveladora de quem a escreveu, a marca pessoal indelével e discreta do seu autor. Por último, qualquer conteúdo informativo deve ser orientado para uma audiência, para um público específico. No limite, será esta audiência que vai condicionar a eficácia da notícia levada ao prelo, ou apresentada de modo digital. Esta última condicionante, remete a análise para um outro nível de complexidade, se a notícia deve ter como referente a audiência a que é dirigida, então, o cibernauta, irá exigir, mais do que conteúdos renovados, um formato radicalmente diferente da imprensa escrita. O discurso parcelar, potenciador de abordagens particulares, remetendo permanentemente para outras paragens, prefigura, um convite constante à exploração informativa.
Para que fique claro quais são as premissas defendidas por Pixie Ferris, apresento uma descrição sumária, cruzada com os postulados de Jakob Nielsen e a experiência de Melinda Mcadms. Estes são alguns contributos norteadores do novo jornalismo digital:
Objectivo
Começar a notícia pela notícia. A clareza do objectivo é meio caminho andado para que essa notícia seja lida com eficácia. Na estruturação de uma notícia, o que é verdadeiramente importante, não pode aparecer descrito no corpo da mesma, ou na pior das hipóteses em rodapé.
Conteúdo
A forte aposta nos conteúdos, faz da notícia matéria prima por excelência da nova linguagem digital. A ênfase do jornalismo é agora colocada na esfera dos conteúdos disponíveis on-line.
Identificar a fonte de informação é determinante para credibilizar a notícia. Com a proliferação de experiências infomativas na rede, torna-se crucial reconhecer a quem pertence determinado site, quem escreveu determinada notícia. Esta preocupação ao nível dos conteúdos é fundamental para que se estabeleça a fronteira nítida entre a actividade jornalística e a propaganda, publicidade, etc.
Daí que a descrição dos conteúdos com base na hipertextualidade, deverá permitir ao utilizador aceder a links reconhecidos pelo jornalista e pelo media em questão. Desta forma fica reforçada a idoneidade dos destinos sugeridos ao longo do texto, dos seus recursos e fontes.
Identificar a fonte de informação é determinante para credibilizar a notícia. Com a proliferação de experiências infomativas na rede, torna-se crucial reconhecer a quem pertence determinado site, quem escreveu determinada notícia. Esta preocupação ao nível dos conteúdos é fundamental para que se estabeleça a fronteira nítida entre a actividade jornalística e a propaganda, publicidade, etc.
Daí que a descrição dos conteúdos com base na hipertextualidade, deverá permitir ao utilizador aceder a links reconhecidos pelo jornalista e pelo media em questão. Desta forma fica reforçada a idoneidade dos destinos sugeridos ao longo do texto, dos seus recursos e fontes.
Organização
A contenção no desenvolvimento da notícia pressupõe que a escrita se desenvolva com base numa estrutura arborescente. O hipertexto vai permitir que a informação se alongue no justo equilíbrio entre os elementos disponíveis para a construção da notícia e o interesse do leitor. Ao analisar as novas Cartas de Navegação, Carlos Correia constata que "(...)o modelo interactivo possui um sistema estruturado de menus e submenus, portos de abrigo primários e secundários a partir dos quais a navegação interactiva se pode iniciar, desenvolver e abrigar''13.
A ligação dinâmica, assinalada pela cor contrastante ou por outra diferença gráfica, remete possiveis desenvolvimentos, para leituras transversais do documento. As páginas secundárias, assumem o papel de background, ou, narrativa particular de uma das componentes da notícia. Ao construir as ramificações de um jornal, ou de uma notícia Melinda Mcadms apercebe-se da necessidade de ser flexivel na construção "(...)a design or hierarchy that we think is very good may have to be changed substantially if we discover that users find it unwieldly or unintuitive''.
A clareza da organização é determinante para a arquitectura da escrita, por isso, sugerem-se palavras, conceitos e metáforas, absolutamente determinantes e essenciais Melinda Mcadms defende que ``A fundamental principle of this venture has been that the newspaper metaphor provides a superior structural model for an on-line service''. Mcadms sustenta que ``The importance of a good user matephor can not be understimated. (...) A designer must choose metaphors that help the users understand the system. The newspaper metaphor uses the "front page'' as the entry point to the system; it relies on headlines to tell users what items in the system are most important; it employs division into sections similar to the sections of a large metropolitan daily. It does not restrict the content of the system to the content of newspaper, but it promotes an assumption that users can follow a typical newspaper organizational structure to find any information they want''.
Está subjacente ao comentário de Mcadms uma preocupação, absolutamente determinante no universo das novas tecnologias, ou seja, o modo como o homem se relaciona com a máquina e vice-versa. Daí que, a optimização do interface seja decisiva para que se retire o melhor partido dos recursos apresentados ao público. No entanto, a defesa da metáfora enquanto entidade integradora, através da estimulação visual, de construções aproximadas a objectos do quotidiano, ou a sínteses de funções está longe de ser consensual.
Ted Nelson é um dos críticos da utilização da metáfora, enquanto elemento de representação digital. O recurso ao desktop, é no entender do criador do hipertexto, uma amálgama afixada no ecrã, que grosseiramente estabelece pontos de contacto com a realidade quotidiana. Por seu lado, Nicholas Negroponte, director do Media Lab do MIT sonha com um computador semelhante ao homem. A defesa desta ideia remete o conceito de interface para um conjunto de características absolutamente fundamentais "(...)precisa de possuir uma configuração, uma forma, uma cor, um tom de voz e todo o poder de atracção sensorial''17. Negroponte chega a personificar esta interface ideal - um mordomo inglês com muito estilo... Um agente de interface que estabelecesse as diplomacias, fizesse cumprir os protocolos, de modo subtil mas imediato e eficaz.
Um outro contributo decisivo parta enquadrar esta questão, surge nas propostas de Brenda Laurel, uma referência fundamental quando se trata de estabelecer um diálogo frutuoso entre o conhecimento académico e a prática instrumental. A autora defende a aproximação entre o interface gráfico e o teatro, uma forma de avaliar os processos de mediação entre utilizador e máquina através das mais variadas figuras da representação. Laurel sugere uma aproximação entre duas funções específicas: o construtor de interfaces gráficas e o director de teatro, já que ambos têm muitas coisas em comum.
De acordo com o enquadramento teórico referido é possível identificar, telegraficamente, algumas situações que se apresentam como referêncial ou padrão:
O recurso a títulos, sub titulos, ligações dinâmicas deve pontuar a notícia, de modo equilibrado, para que não provoque dispersão na leitura. A escrita por tópicos, limitada às principais guide-lines, do tipo - um parágrafo, uma ideia; sugere uma construção sustentada na simplicidade e no recurso ao essencial.
Não só as palavras, mas também as fotografias, os vídeos, a infografia, o som devem confluir na organização interna da notícia. A combinação dos elementos envolvidos permite acrescentar novos métodos de abordagem, enriquecendo a notícia, e dando ao leitor coordenadas várias que complementam o todo informativo.
Um media on-line terá que ter uma preocupação fundamental com a escrita. A capacidade de síntese é determinante para uma boa construção da notícia, aconselhando-se a reduzir para metade as palavras que, eventualmente poderiam ser escritas num media tradiconal.
Organizar a notícia de modo a permitir uma leitura rápida. Está provado que perante um ecrã de computador fica mais reduzida a capacidade de leitura e compreensão. O utilizador não tem por hábito ler os documentos, em vez disso, utiliza a visão como um scanner, identificando blocos e estímulos ao longo da narrativa.
Porque a leitura se faz em parcelas, a fórmula clássica de pirâmide invertida, tem sido adoptada pelo novo media, ainda que nem sempre cumprida à risca. A graduação da notícia consiste em reduzir a importância dos seus elementos à medida que se desenvolve. Primeiro a resposta à notícia, depois os pormenores, por último o background da informação.
A ligação dinâmica, assinalada pela cor contrastante ou por outra diferença gráfica, remete possiveis desenvolvimentos, para leituras transversais do documento. As páginas secundárias, assumem o papel de background, ou, narrativa particular de uma das componentes da notícia. Ao construir as ramificações de um jornal, ou de uma notícia Melinda Mcadms apercebe-se da necessidade de ser flexivel na construção "(...)a design or hierarchy that we think is very good may have to be changed substantially if we discover that users find it unwieldly or unintuitive''.
A clareza da organização é determinante para a arquitectura da escrita, por isso, sugerem-se palavras, conceitos e metáforas, absolutamente determinantes e essenciais Melinda Mcadms defende que ``A fundamental principle of this venture has been that the newspaper metaphor provides a superior structural model for an on-line service''. Mcadms sustenta que ``The importance of a good user matephor can not be understimated. (...) A designer must choose metaphors that help the users understand the system. The newspaper metaphor uses the "front page'' as the entry point to the system; it relies on headlines to tell users what items in the system are most important; it employs division into sections similar to the sections of a large metropolitan daily. It does not restrict the content of the system to the content of newspaper, but it promotes an assumption that users can follow a typical newspaper organizational structure to find any information they want''.
Está subjacente ao comentário de Mcadms uma preocupação, absolutamente determinante no universo das novas tecnologias, ou seja, o modo como o homem se relaciona com a máquina e vice-versa. Daí que, a optimização do interface seja decisiva para que se retire o melhor partido dos recursos apresentados ao público. No entanto, a defesa da metáfora enquanto entidade integradora, através da estimulação visual, de construções aproximadas a objectos do quotidiano, ou a sínteses de funções está longe de ser consensual.
Ted Nelson é um dos críticos da utilização da metáfora, enquanto elemento de representação digital. O recurso ao desktop, é no entender do criador do hipertexto, uma amálgama afixada no ecrã, que grosseiramente estabelece pontos de contacto com a realidade quotidiana. Por seu lado, Nicholas Negroponte, director do Media Lab do MIT sonha com um computador semelhante ao homem. A defesa desta ideia remete o conceito de interface para um conjunto de características absolutamente fundamentais "(...)precisa de possuir uma configuração, uma forma, uma cor, um tom de voz e todo o poder de atracção sensorial''17. Negroponte chega a personificar esta interface ideal - um mordomo inglês com muito estilo... Um agente de interface que estabelecesse as diplomacias, fizesse cumprir os protocolos, de modo subtil mas imediato e eficaz.
Um outro contributo decisivo parta enquadrar esta questão, surge nas propostas de Brenda Laurel, uma referência fundamental quando se trata de estabelecer um diálogo frutuoso entre o conhecimento académico e a prática instrumental. A autora defende a aproximação entre o interface gráfico e o teatro, uma forma de avaliar os processos de mediação entre utilizador e máquina através das mais variadas figuras da representação. Laurel sugere uma aproximação entre duas funções específicas: o construtor de interfaces gráficas e o director de teatro, já que ambos têm muitas coisas em comum.
De acordo com o enquadramento teórico referido é possível identificar, telegraficamente, algumas situações que se apresentam como referêncial ou padrão:
O recurso a títulos, sub titulos, ligações dinâmicas deve pontuar a notícia, de modo equilibrado, para que não provoque dispersão na leitura. A escrita por tópicos, limitada às principais guide-lines, do tipo - um parágrafo, uma ideia; sugere uma construção sustentada na simplicidade e no recurso ao essencial.
Não só as palavras, mas também as fotografias, os vídeos, a infografia, o som devem confluir na organização interna da notícia. A combinação dos elementos envolvidos permite acrescentar novos métodos de abordagem, enriquecendo a notícia, e dando ao leitor coordenadas várias que complementam o todo informativo.
Um media on-line terá que ter uma preocupação fundamental com a escrita. A capacidade de síntese é determinante para uma boa construção da notícia, aconselhando-se a reduzir para metade as palavras que, eventualmente poderiam ser escritas num media tradiconal.
Organizar a notícia de modo a permitir uma leitura rápida. Está provado que perante um ecrã de computador fica mais reduzida a capacidade de leitura e compreensão. O utilizador não tem por hábito ler os documentos, em vez disso, utiliza a visão como um scanner, identificando blocos e estímulos ao longo da narrativa.
Porque a leitura se faz em parcelas, a fórmula clássica de pirâmide invertida, tem sido adoptada pelo novo media, ainda que nem sempre cumprida à risca. A graduação da notícia consiste em reduzir a importância dos seus elementos à medida que se desenvolve. Primeiro a resposta à notícia, depois os pormenores, por último o background da informação.
Estilo
No contexto da informação on-line, esta característica não assume um papel preponderante. O estilo é, frequentemente, moldado pelo próprio meio de comunicação social onde se exerce a actividade. No entanto, faz sentido falar em estilo pessoal e intransmissível (sobriedade/exuberância, protagonismo/discrição, etc.), que em circunstância alguma poderá colidir com as regras gramaticais e os preceitos linguisticos. Pretende-se que impere uma abordagem directa, factual, afastada de editorialismos e preceitos rebuscados. A informalidade e o estilo coloquial devem sobrepôr-se às abordagens formais.
Propositadamente, a análise sobre a Audiência, será desenvolvida no próximo subponto do trabalho, já que as questões que lhe estão subjacentes serão articuladas com a Leitura e o processo de construção da narrativa
Uma outra abordagem é ainda proposta por Jakob Nielsen ao avaliar em How to Write for the Web quatro modelos de escrita. Um modelo fundado nos sites comerciais, propondo uma abordagem promocional da informação, recorrendo ao uso de adjectivos; outro na concisão dos textos, utilizando, em média, metade das palavras das utilizadas num modelo tradicional. Uma terceira proposta assente numa página que possibilita a busca de informação como se a visão tivesse a característica de um scanner; por último um formato de escrita baseado numa linguagem objectiva, ausente de adjectivos. Notaram os autores que ``The concise text was the most popular, followed by the scannable model with bullets and then the objective language model.''
Propositadamente, a análise sobre a Audiência, será desenvolvida no próximo subponto do trabalho, já que as questões que lhe estão subjacentes serão articuladas com a Leitura e o processo de construção da narrativa
Uma outra abordagem é ainda proposta por Jakob Nielsen ao avaliar em How to Write for the Web quatro modelos de escrita. Um modelo fundado nos sites comerciais, propondo uma abordagem promocional da informação, recorrendo ao uso de adjectivos; outro na concisão dos textos, utilizando, em média, metade das palavras das utilizadas num modelo tradicional. Uma terceira proposta assente numa página que possibilita a busca de informação como se a visão tivesse a característica de um scanner; por último um formato de escrita baseado numa linguagem objectiva, ausente de adjectivos. Notaram os autores que ``The concise text was the most popular, followed by the scannable model with bullets and then the objective language model.''
A estória digital
Tendo em conta as característica enunciadas, que pretendem ser orientaçõs para encarar a notícia on-line, podemos afirmar, que é o carácter multimédia que vai tornar original esta unidade informativa e a sua renovada organização interna. É essa riqueza de produção, de encenação dramatúrgica que leva Pierre Levy a considerar que uma escrita baseada no hipertexto ``estará seguramente mais próxima da montagem de um espectáculo do que da redacção clássica''19. Tal como na montagem de um espectáculo, também aqui se depreende que haja um colectivo de especialistas em vários domínios de modo a levar à boca de cena a produção noticiosa mais completa e estimulante.
Esta ideia de realização cinematográfica, surge também no estudo de Carole Rich. Quando a autora se debruça sobre o On-line Writing Process, é identificada, à cabeça uma ideia estruturante - tudo começa com o planeamento da estória. Esta é a etapa em que se avaliam as notícias e os recursos técnicos que a vão cruzar, mas também o corpo humano necessário para que tal tarefa se realize. Jeff Garrard, Produtor Executivo da CNN Interactive, um dos convidados a opinar nesta investigação sobre a experiência do site que produz, refere que o planeamento da estória envolve uma equipa vasta, da qual se destacam o autor/escritor, o editor, um especialista em Multimédia e pessoal técnico. Habitualmente, as linhas fortes da actualidade são colocadas num quadro, e a partir daí é feita a selecção das notícias que vão integrar a página. Passos seguintes: "Then a writer and associate producer team up. The writer sifts through wires, CNN reportes and video feeds. The associate producer tracks down multimédia elements and consults with a multimédia designer. A Web editor then searches the Internet for appropriate links''.
Mas antes mesmo da notícia começar a ser teclada, é crucial descrever o seu storyboarding. A construção desse mapa informativo afigura-se determinante para que a estória se encaixe sem sobressaltos, e para que fiquem inventariados todos os elementos e recursos imprescindíveis. Carole Rich define esta etapa da construção noticiosa - "A storyboard is a diagram like an organizational chart. Each chunk of the story is a box on the chart. Including audio and visual elements. The storyboard is a concept borrowesd from film or cartooning where each panel of the cartoon is a box in the diagram showing the sequence''.
Ainda no estudo desenvolvido por Rich, surge uma outra abordagem que enriquece a análise sobre o processo de construção da notícia on-line. Leah Gentry enquanto dirigiu editorialmente a versão digital do Los Angeles Times sugeriu uma forma de formatar a actualidade, apostando num processo de Desconstrução e Reconstrução. Desconstruir uma estória significa cumprir estes procedimentos "Divide your story into component pieces. Look for similarities and relationships between the pieces. Group those that are similar''. Cumprida esta primeira fase, sucede-se o processo de reconstruir a narrativa "Then use a storyboard to diagram the relationships between the groupings''. Para que a notícia, enquanto unidade discursiva faça sentido, Gentry entende que deve ser encontrado o seu componente fundamental. Quer isto dizer que "Every story has a micro element, the part of the story that must be linear. For example, a man walk into a room and is shot. The man must have walked into the room before he can be hit with the bullet, so that sentence is the micro story, a linear part that explains what the story is about. It could be a sentence or paragraph similar to a nut graph or several paragraphs''.
Todos os desenvolvimentos que tenham a ver com o resto da estória, dizem respeito à macro story, ou seja, contexto e informação relacionada com o enredo central. Já na fase de abordagem multimédia, Leah Gentry é defensora da libertação da notícia através dos mais variados recursos. "Not all parts of the story have to be text''. Devidamente articulados, a directora editorial do Los Angeles Times digital, defende o recurso a imagens, som gráficos, etc. Também John Caserta, Web Designer do Chicago Tribune entende que "Design is communication of information in a clear way. Text is not always the best way to communicate it. I think the traditional story should be questioned''. Gentry deixa, no entanto, um alerta, em relação ao uso de recursos e tecnologia de forma exagerada e gratuita. Os excessos podem traduzir-se na ampliação do ruído, e numa óbvia perda de eficácia informativa.
A variedade de meios e recursos, a confluência de dados de natureza diferente, faz da notícia multimédia uma unidade síntese de contaminações e mestiçagens. A abordagem que é sugerida por Gonzalo Abril remete esta nova figura do jornalismo e dos media para um patamar inovador da produção informativa. A simbiose que se afigura, remete a análise para renovadas inquietações avaliadas nestes termos: "(...) entre cotidianeidad y fantasia, entre experiencia sentimental y discurso racional, entre narración dramática y argumentación, entre repetición e innovacion; dicotomías que remiten al abigarrado y paradójico engranaje entre e proyecto ilustrado de lo público e la expresión, a menudo resistente, de las culturas populares sometidas al orden capitalista''.
Deixando de lado a interpretação política, as dicotomias assinaladas traduzem os parâmetros em que as estórias do quotidiano se enquadram. Ou seja, a construção da notícia, e mais ainda da notícia on-line, aproxima-se progressivamente da ficcionalização e da virtualização dos factos. O discurso das notícias será o espaço, por excelência, das tecnologias audiovisuais e dos múltiplos recursos da comunicação. O produto final resultará da performance conseguida pelos vários profissionais envolvidos e pelo cruzamento das fontes. Com este pano de fundo, Abril defende que "La hipótesis de que los hábitos y disposiciones que orientan nuestra experiencia cultural han sido intensivamente trabajados por una cultura audiovisual espectacularizante, desrrealizadora y generadora de incertidumbre cognitiva y moral no es descabellada''.
Neste sentido, a notícia multimédia surge como a mais recente curta metragem da actualidade ao mostrar os factos, com a riqueza da mise en scéne e apresentada na subtileza do plateau. Doravante, a notícia não surge apenas para servir "(...) o sangue discursivo ou o discurso sanguinário na taça de cristal de um banquete que acompanha a morte do imprevisível''.
Esta ideia de realização cinematográfica, surge também no estudo de Carole Rich. Quando a autora se debruça sobre o On-line Writing Process, é identificada, à cabeça uma ideia estruturante - tudo começa com o planeamento da estória. Esta é a etapa em que se avaliam as notícias e os recursos técnicos que a vão cruzar, mas também o corpo humano necessário para que tal tarefa se realize. Jeff Garrard, Produtor Executivo da CNN Interactive, um dos convidados a opinar nesta investigação sobre a experiência do site que produz, refere que o planeamento da estória envolve uma equipa vasta, da qual se destacam o autor/escritor, o editor, um especialista em Multimédia e pessoal técnico. Habitualmente, as linhas fortes da actualidade são colocadas num quadro, e a partir daí é feita a selecção das notícias que vão integrar a página. Passos seguintes: "Then a writer and associate producer team up. The writer sifts through wires, CNN reportes and video feeds. The associate producer tracks down multimédia elements and consults with a multimédia designer. A Web editor then searches the Internet for appropriate links''.
Mas antes mesmo da notícia começar a ser teclada, é crucial descrever o seu storyboarding. A construção desse mapa informativo afigura-se determinante para que a estória se encaixe sem sobressaltos, e para que fiquem inventariados todos os elementos e recursos imprescindíveis. Carole Rich define esta etapa da construção noticiosa - "A storyboard is a diagram like an organizational chart. Each chunk of the story is a box on the chart. Including audio and visual elements. The storyboard is a concept borrowesd from film or cartooning where each panel of the cartoon is a box in the diagram showing the sequence''.
Ainda no estudo desenvolvido por Rich, surge uma outra abordagem que enriquece a análise sobre o processo de construção da notícia on-line. Leah Gentry enquanto dirigiu editorialmente a versão digital do Los Angeles Times sugeriu uma forma de formatar a actualidade, apostando num processo de Desconstrução e Reconstrução. Desconstruir uma estória significa cumprir estes procedimentos "Divide your story into component pieces. Look for similarities and relationships between the pieces. Group those that are similar''. Cumprida esta primeira fase, sucede-se o processo de reconstruir a narrativa "Then use a storyboard to diagram the relationships between the groupings''. Para que a notícia, enquanto unidade discursiva faça sentido, Gentry entende que deve ser encontrado o seu componente fundamental. Quer isto dizer que "Every story has a micro element, the part of the story that must be linear. For example, a man walk into a room and is shot. The man must have walked into the room before he can be hit with the bullet, so that sentence is the micro story, a linear part that explains what the story is about. It could be a sentence or paragraph similar to a nut graph or several paragraphs''.
Todos os desenvolvimentos que tenham a ver com o resto da estória, dizem respeito à macro story, ou seja, contexto e informação relacionada com o enredo central. Já na fase de abordagem multimédia, Leah Gentry é defensora da libertação da notícia através dos mais variados recursos. "Not all parts of the story have to be text''. Devidamente articulados, a directora editorial do Los Angeles Times digital, defende o recurso a imagens, som gráficos, etc. Também John Caserta, Web Designer do Chicago Tribune entende que "Design is communication of information in a clear way. Text is not always the best way to communicate it. I think the traditional story should be questioned''. Gentry deixa, no entanto, um alerta, em relação ao uso de recursos e tecnologia de forma exagerada e gratuita. Os excessos podem traduzir-se na ampliação do ruído, e numa óbvia perda de eficácia informativa.
A variedade de meios e recursos, a confluência de dados de natureza diferente, faz da notícia multimédia uma unidade síntese de contaminações e mestiçagens. A abordagem que é sugerida por Gonzalo Abril remete esta nova figura do jornalismo e dos media para um patamar inovador da produção informativa. A simbiose que se afigura, remete a análise para renovadas inquietações avaliadas nestes termos: "(...) entre cotidianeidad y fantasia, entre experiencia sentimental y discurso racional, entre narración dramática y argumentación, entre repetición e innovacion; dicotomías que remiten al abigarrado y paradójico engranaje entre e proyecto ilustrado de lo público e la expresión, a menudo resistente, de las culturas populares sometidas al orden capitalista''.
Deixando de lado a interpretação política, as dicotomias assinaladas traduzem os parâmetros em que as estórias do quotidiano se enquadram. Ou seja, a construção da notícia, e mais ainda da notícia on-line, aproxima-se progressivamente da ficcionalização e da virtualização dos factos. O discurso das notícias será o espaço, por excelência, das tecnologias audiovisuais e dos múltiplos recursos da comunicação. O produto final resultará da performance conseguida pelos vários profissionais envolvidos e pelo cruzamento das fontes. Com este pano de fundo, Abril defende que "La hipótesis de que los hábitos y disposiciones que orientan nuestra experiencia cultural han sido intensivamente trabajados por una cultura audiovisual espectacularizante, desrrealizadora y generadora de incertidumbre cognitiva y moral no es descabellada''.
Neste sentido, a notícia multimédia surge como a mais recente curta metragem da actualidade ao mostrar os factos, com a riqueza da mise en scéne e apresentada na subtileza do plateau. Doravante, a notícia não surge apenas para servir "(...) o sangue discursivo ou o discurso sanguinário na taça de cristal de um banquete que acompanha a morte do imprevisível''.
A partir deste momento, ao relatar os factos com elementos de várias origens, ao compor a realidade da forma mais espectacular, ao buscar o sucesso da sua apresentação, a notícia multimédia, produz, constrói, organiza, planifica, realiza, ficciona, serve o fim trágico, por exemplo, da Princesa Diana. A mais recente estrela do jornalismo electrónico mostra a cada segundo que passa a produção noticiosa mais elaborada da história do jornalismo mundial.
Já marcaram férias?
Repensar os Media: Novos Contextos da Comunicação e da Informação
4 SOPCOM... agora que as inscrições para a tertúlia estão preenchidas...
Com um historial de sucesso na organização de vários congressos de cariz nacional e internacional nas redes Lusófona e Ibérica, é com imenso prazer que em nome da Associação Portuguesa de Ciências da Comunicação (SOPCOM) e do Departamento de Comunicação e Arte da Universidade de Aveiro (DeCA-UA) anunciamos o 4º Congresso da Associação Portuguesa de Ciências da Comunicação (4º SOPCOM).
A estrutura científica do 4º SOPCOM é constituída por uma multiplicidade de áreas temáticas que convidam a espaços de reflexão transdisciplinares, fomentadores de pontes para um universo de conhecimento, que se espera, permanentemente dinâmico e inovador. Espera-se também que o tema do 4º SOPCOM “Repensar os Media: Novos contextos da Comunicação e da Informação” contribua para um enquadramento científico potenciador de correlação de estudos, reflexões e conclusões.
A localização do congresso, no seio de uma região com um dos mais belos espelhos de água lagunares naturais do país, a Ria de Aveiro, representará sem dúvida um importante factor para a meditação, boa disposição e convívio dos congressistas.
… e conforme dita estrategicamente o lema da Universidade de Aveiro; com o cruzamento de “theoria - poiesis – praxis”, votos de que continue a nascer conhecimento, porventura novo.
4 SOPCOM... agora que as inscrições para a tertúlia estão preenchidas...
Com um historial de sucesso na organização de vários congressos de cariz nacional e internacional nas redes Lusófona e Ibérica, é com imenso prazer que em nome da Associação Portuguesa de Ciências da Comunicação (SOPCOM) e do Departamento de Comunicação e Arte da Universidade de Aveiro (DeCA-UA) anunciamos o 4º Congresso da Associação Portuguesa de Ciências da Comunicação (4º SOPCOM).
A estrutura científica do 4º SOPCOM é constituída por uma multiplicidade de áreas temáticas que convidam a espaços de reflexão transdisciplinares, fomentadores de pontes para um universo de conhecimento, que se espera, permanentemente dinâmico e inovador. Espera-se também que o tema do 4º SOPCOM “Repensar os Media: Novos contextos da Comunicação e da Informação” contribua para um enquadramento científico potenciador de correlação de estudos, reflexões e conclusões.
A localização do congresso, no seio de uma região com um dos mais belos espelhos de água lagunares naturais do país, a Ria de Aveiro, representará sem dúvida um importante factor para a meditação, boa disposição e convívio dos congressistas.
… e conforme dita estrategicamente o lema da Universidade de Aveiro; com o cruzamento de “theoria - poiesis – praxis”, votos de que continue a nascer conhecimento, porventura novo.
A regra de quatro
Excerto de "A Regra de Quatro", de Ian Caldwell e Dustin Thomason:
"Como todas as coisas do universo, estamos destinados, desde que nascemos, a divergir. O tempo é apenas a unidade de medida desta separação. Se nós somos partículas num mar de distância, que explodiram de um todo original, então existe uma ciência para a nossa solidão. Estamos sós em proporção aos nossos anos."
sábado, maio 21, 2005
sexta-feira, maio 20, 2005
Campanha de Manuel Alegre para Presidente da República
Ainda se lembram?
db
Durão Barroso salientou que, a confirmar-se que Portugal tem um défice na casa dos seis ou sete por cento, concluir-se-á que "o esforço feito por Portugal" em matéria de consolidação orçamental "não foi tão significativo como o necessário". [Fonte: Lusa]
Onde é que tu tens andado? Antes de teres esse emprego porreiro como é que ganhavas a vidinha?
Já doi... mesmo com vaselina...
Durão Barroso salientou que, a confirmar-se que Portugal tem um défice na casa dos seis ou sete por cento, concluir-se-á que "o esforço feito por Portugal" em matéria de consolidação orçamental "não foi tão significativo como o necessário". [Fonte: Lusa]
Onde é que tu tens andado? Antes de teres esse emprego porreiro como é que ganhavas a vidinha?
Já doi... mesmo com vaselina...
Cromos há muitos...
Os nossos riscos... segundo o SIS
Sobreiro
O SIS alerta:
A título meramente exemplificativo, podem apontar-se algumas ameaças que actualmente se colocam ao Estado português:
O SIS alerta:
A título meramente exemplificativo, podem apontar-se algumas ameaças que actualmente se colocam ao Estado português:
- A internacionalização do terrorismo, que assume formas muito diversificadas e de grande violência, não estando excluída a possibilidade de certos grupos terroristas se servirem do nosso país como plataforma para o desenvolvimento das suas actividades, quer como refúgio ou lugar de passagem, quer mesmo como palco para acções violentas. Basta ter presente que Portugal tem fronteira com um país onde o problema do terrorismo assume uma dimensão particularmente grave ou recordar alguns factos históricos de um passado bem recente (ex.: o homicídio de Issam Sartawi, em 1983, e o assalto à Embaixada da Turquia em Lisboa, no mesmo ano).
- O surgimento de fundamentalismos religiosos, que usam a violência e o terrorismo como forma de afirmação.
- A explosão vertiginosa do consumo e tráfico de droga, apoiada em redes multinacionais de grandes dimensões, dotadas de organizações complexas, sofisticadas e com avultados recursos materiais, técnicos e humanos.
- A utilização do sistema financeiro para branqueamento de capitais provenientes de actividades ilícitas.
- Os riscos de vulnerabilização do sistema económico e do tecido produtivo por investimentos indesejáveis de certos países, grupos ou empresas.
- O surgimento de grupos de jovens extremistas (neonazis, skinheads), cujas actividades se encontram por vezes ligadas a outros fenómenos sociais, como a violência no desporto, o hooliganismo ou o vandalismo urbano.
- O surgimento de gangs de jovens delinquentes nos meios degradados da periferia das grandes cidades, em consequência de fenómenos como a exclusão social, o desemprego ou a discriminação racial.
- O surgimento de novas seitas e movimentos pseudo-religiosos com uma sólida implantação nos tecidos urbanos - e mesmo em certos espaços rurais - e cujas actividades podem representar um sério risco para as garantias individuais dos cidadãos. Nos casos mais radicais, as seitas podem promover a prática de actos terroristas (ex.: a Verdade Suprema, no Japão) ou o suicídio colectivo dos seus membros (ex.: a seita de Jones, na Guiana, os davidianos no Texas ou o Templo do Sol, na Suíça).
- O surgimento de redes transnacionais de imigração clandestina e de tráfico de seres humanos, orientadas para a exploração de mão-de-obra e da prostituição.
- O surgimento de redes de comércio internacional de armas e material radioactivo, geralmente com origem nos países do Leste europeu.
- A internacionalização de organizações criminosas de grande escala (mafias, tríades, etc.), com um potencial criminógeno muito diversificado (droga, prostituição, jogo ilícito, comércio de armas, etc.).
- A presença de criminosos em território nacional, mercê das possibilidades abertas pela liberdade de circulação de pessoas no espaço europeu.
- A possibilidade de utilização das potencialidades tecnológicas para a prática de novas formas de crime (ex. terrorismo ou pirataria informática).
- O aprofundamento dos riscos da prática de crimes ecológicos de grandes dimensões.
E o perigo do suicídio colectivo de sobreiros??
quarta-feira, maio 18, 2005
Pessoa
O único homem feliz é o que não toma nada a sério. Quanto mais as cousas se tomam a sério, mais infeliz se é. O que toma a sério a sorte da humanidade é quase o mais infeliz de todos os homens... quase, porque o que toma a sério a sorte do mundo e o enigma do universo é ainda mais infeliz.(...)
São tão inferiores as criaturas que se dedicam a um ideal! Só são superiores àquelas que não se dedicam a ideal nenhum. O homem verdadeiramente superior é aquele que gostaria de ter ideais. Não os pode ter por ser superior a tê-los.
Fernando Pessoa, in 'Reflexões Pessoais'
terça-feira, maio 17, 2005
Mais um post... para terminar...
A Minha Dor
A minha Dor é um convento ideal
Cheio de claustros, sombras, arcarias,
Aonde a pedra em convulsões sombrias
Tem linhas dum requinte escultural.
Os sinos têm dobres de agonias
Ao gemer, comovidos, o seu mal...
E todos têm sons de funeral
Ao bater horas, no correr dos dias...
A minha Dor é um convento.
Há lírios Dum roxo macerado de martírios,
Tão belos como nunca os viu alguém!
Nesse triste convento aonde eu moro,
Noites e dias rezo e grito e choro,
E ninguém ouve... ninguém vê... ninguém...
Florbela Espanca
segunda-feira, maio 16, 2005
Avante isenção jornalística
Jornal
O alerta partiu de um artigo publicado no Diário de Notícias. Pedro Correia descreve num artigo [“Comunistas ‘reabilitam’ o Mandato de Estaline”] a forma como o jornal Avante!, propriedade do Órgão Central do Partido Comunista Português, regenera a imagem tenebrosa de Estaline.
Pela primeira vez dirigi-me a uma banca de jornais e adquiri, por 1,10 euros, o referido semanário. Não queria correr o risco de estar a ser vítima de desinformação. Quantas vezes já nos sucedeu sermos incorrectamente informados, principalmente quando se trata de informação em segunda-mão? Defendo que nos devemos aproximar da fonte, para conferir as afirmações e analisar a informação no seu contexto global.
Na página 10 encontro o artigo citado no texto do jornalista do Diário de Notícia. O artigo tem como ante-título: “PCP assinala 60 anos da derrota do nazi-fascismo”, tendo como título principal: “Combater a revisão da História”.
No dia nove de Maio realizou-se no Centro de Trabalho Vitória, em Lisboa, uma iniciativa do PCP que teve como objectivo a comemoração dos 60 anos da vitória aliada sobre o nazi-fascismo. Este evento teve a participação de Jerónimo de Sousa, secretário-geral do PCP. No seu discurso, Jerónimo de Sousa identifica uma tentativa de apagar “o papel dos comunistas, do movimento operário e das massas na resistência ao fascismo e na luta contra a guerra, de minimizar o contributo da URSS e povo soviético na derrota da mais negra e odiosa ditadura que o sistema capitalista gerou”. Para o secretário-geral, o Exército Vermelho e o povo soviético foram os grandes artífices da vitória.
Podemos extrair duas verdades óbvias, depois de concluída a leitura da edição 1641 [12.Maio.2004] do jornal Avante!
A primeira é que Pedro Correia não é rigoroso, pois nem uma vez é referenciado Estaline. Sim, eu sei perfeitamente quem na altura liderava a antiga URSS, Estaline, mas continuo a considerar que o texto publicado no DN não é rigoroso. O título é demasiado especulativo e não corresponde à essência, característica habitualmente atribuída a outros títulos mais sensacionalistas.
Uma outra verdade, a segunda, é que o Partido Comunista Português não consegue fazer as suas pazes com a história, mantendo problemas de identidade muito graves, dignos de um sofá de psicanalista. Acusar terceiros de reescreverem reinventando a história é muito grave quando se tenta fazer exactamente o mesmo. Condenar o Terceiro Reich ignorando a realidade soviética, dá muito pouca autoridade moral. Neste contexto, apresentar a perda do Socialismo [leia-se Comunismo] como uma catástrofe para a ordem mundial, parece-me leviano.
Recentemente li o livro de Anne Applebaum [“Gulag, uma história”, prémio Pulitzer de 2004], agora pondero enviar uma cópia a Jerónimo de Sousa. Os gulags serão propaganda ocidental?
“Ninguém quer pensar que derrotámos um assassino em massa [Hitler] com a ajuda de outro [Estaline]. Ninguém quer recordar como esse assassino se deu tão bem com os estadistas ocidentais.” [Applebaum, Anne, Gulag, Uma história, Editora Civilização, 2005 – página 20]
…para que nunca mais aconteça!!
O alerta partiu de um artigo publicado no Diário de Notícias. Pedro Correia descreve num artigo [“Comunistas ‘reabilitam’ o Mandato de Estaline”] a forma como o jornal Avante!, propriedade do Órgão Central do Partido Comunista Português, regenera a imagem tenebrosa de Estaline.
Pela primeira vez dirigi-me a uma banca de jornais e adquiri, por 1,10 euros, o referido semanário. Não queria correr o risco de estar a ser vítima de desinformação. Quantas vezes já nos sucedeu sermos incorrectamente informados, principalmente quando se trata de informação em segunda-mão? Defendo que nos devemos aproximar da fonte, para conferir as afirmações e analisar a informação no seu contexto global.
Na página 10 encontro o artigo citado no texto do jornalista do Diário de Notícia. O artigo tem como ante-título: “PCP assinala 60 anos da derrota do nazi-fascismo”, tendo como título principal: “Combater a revisão da História”.
No dia nove de Maio realizou-se no Centro de Trabalho Vitória, em Lisboa, uma iniciativa do PCP que teve como objectivo a comemoração dos 60 anos da vitória aliada sobre o nazi-fascismo. Este evento teve a participação de Jerónimo de Sousa, secretário-geral do PCP. No seu discurso, Jerónimo de Sousa identifica uma tentativa de apagar “o papel dos comunistas, do movimento operário e das massas na resistência ao fascismo e na luta contra a guerra, de minimizar o contributo da URSS e povo soviético na derrota da mais negra e odiosa ditadura que o sistema capitalista gerou”. Para o secretário-geral, o Exército Vermelho e o povo soviético foram os grandes artífices da vitória.
Podemos extrair duas verdades óbvias, depois de concluída a leitura da edição 1641 [12.Maio.2004] do jornal Avante!
A primeira é que Pedro Correia não é rigoroso, pois nem uma vez é referenciado Estaline. Sim, eu sei perfeitamente quem na altura liderava a antiga URSS, Estaline, mas continuo a considerar que o texto publicado no DN não é rigoroso. O título é demasiado especulativo e não corresponde à essência, característica habitualmente atribuída a outros títulos mais sensacionalistas.
Uma outra verdade, a segunda, é que o Partido Comunista Português não consegue fazer as suas pazes com a história, mantendo problemas de identidade muito graves, dignos de um sofá de psicanalista. Acusar terceiros de reescreverem reinventando a história é muito grave quando se tenta fazer exactamente o mesmo. Condenar o Terceiro Reich ignorando a realidade soviética, dá muito pouca autoridade moral. Neste contexto, apresentar a perda do Socialismo [leia-se Comunismo] como uma catástrofe para a ordem mundial, parece-me leviano.
Recentemente li o livro de Anne Applebaum [“Gulag, uma história”, prémio Pulitzer de 2004], agora pondero enviar uma cópia a Jerónimo de Sousa. Os gulags serão propaganda ocidental?
“Ninguém quer pensar que derrotámos um assassino em massa [Hitler] com a ajuda de outro [Estaline]. Ninguém quer recordar como esse assassino se deu tão bem com os estadistas ocidentais.” [Applebaum, Anne, Gulag, Uma história, Editora Civilização, 2005 – página 20]
…para que nunca mais aconteça!!
sexta-feira, maio 13, 2005
Recordações de Almada
Reconhecimento à Loucura
Já alguém sentiu a loucura vestir de repente o nosso corpo?
Já.
E tomar a forma dos objectos?
Sim.
E acender relâmpagos no pensamento?
Também.
E às vezes parecer ser o fim?
Exactamente.
Como o cavalo do soneto de Ângelo de Lima?
Tal e qual.
E depois mostrar-nos o que há-de vir muito melhor do que está?
E dar-nos a cheirar uma cor que nos faz seguir viagem sem paragem nem resignação?
E sentirmo-nos empurrados pelos rins na aula de descer abismo se fazer dos abismos descidas de recreio e covas de encher novidade?
E de uns fazer gigante se de outros alienados?
E fazer frente ao impossível atrevidamente e ganhar-Ihe, e ganhar-Ihe a ponto do impossível ficar possível?
E quando tudo parece perfeito poder-se ir ainda mais além?
E isto de desencantar vidas aos que julgam que a vida é só uma?
E isto de haver sempre ainda mais uma maneira pra tudo?
Tu Só, loucura, és capaz de transformar o mundo tantas vezes quantas sejam as necessárias para olhos individuais.
Só tu és capaz de fazer que tenham razão tantas razões que hão-de viver juntas.
Tudo, excepto tu, é rotina peganhenta.
Só tu tens asas para dar a quem tas vier buscar.
José de Almada Negreiros
Saudade
Gráfico de controlo de visitas de BLOG@UNI
pelas 2:36 de Sexta-Feira, 13 de Maio de 2005
A saudade é algo de muito português, pelo menos há quem o afirme. Não é nostalgia, não é melancolia… é mais mágoa, ou mesmo, fado. Para os outros povos esta palavra ainda é mais difícil, os linguistas afirmam que não existe tradução possível. Dizer yearning, amitiés ou mesmo sehnsucht, não é a mesma coisa… falta o sentimento.
Dizer que as estatísticas valem o que valem, também é um lugar comum… mas fico a pensar se serei apenas eu a nutrir este sentimento… quem sabe… por vezes a idade atraiçoa-nos…
pelas 2:36 de Sexta-Feira, 13 de Maio de 2005
A saudade é algo de muito português, pelo menos há quem o afirme. Não é nostalgia, não é melancolia… é mais mágoa, ou mesmo, fado. Para os outros povos esta palavra ainda é mais difícil, os linguistas afirmam que não existe tradução possível. Dizer yearning, amitiés ou mesmo sehnsucht, não é a mesma coisa… falta o sentimento.
Dizer que as estatísticas valem o que valem, também é um lugar comum… mas fico a pensar se serei apenas eu a nutrir este sentimento… quem sabe… por vezes a idade atraiçoa-nos…
quinta-feira, maio 12, 2005
Telmo Correia, o alonso
As afirmações ditas a “quente” acabam por ser sempre muito reveladoras de um estado de alma. Telmo Correia, antigo destacado dirigente do CDS-PP, antigo ministro do Turismo, actual vice-presidente da Assembleia da República e recente derrotado no congresso do seu partido, teve no dia de ontem um desabafo lapidar.
"Ponderados os interesses em causa, a minha obrigação como ministro do Turismo era assinar o documento. A única documentação de que dispus sobre esta matéria foi o despacho."
Afiançou que voltaria a fazer o mesmo, até ontem às 19.59, momento em que ficou a saber através da SIC que o negócio em questão poderia estar envolto em ilegalidades.
Diga-nos uma coisa senhor ex-ministro, afinal o que sabia? O marco da sua passagem pelo Governo limitou-se ao “assinar de cruz”?
Ainda dizem que temos de trabalhar 135 dias por ano para pagarmos os impostos…
"Ponderados os interesses em causa, a minha obrigação como ministro do Turismo era assinar o documento. A única documentação de que dispus sobre esta matéria foi o despacho."
Afiançou que voltaria a fazer o mesmo, até ontem às 19.59, momento em que ficou a saber através da SIC que o negócio em questão poderia estar envolto em ilegalidades.
Diga-nos uma coisa senhor ex-ministro, afinal o que sabia? O marco da sua passagem pelo Governo limitou-se ao “assinar de cruz”?
Ainda dizem que temos de trabalhar 135 dias por ano para pagarmos os impostos…
Domingos Pedreira, o presbítero sátiro
A TSF e o Público têm dado o devido destaque ao impropério de Domingos Pedreira, padre da paróquia de Lordelo do Ouro:
"Matar uma criança no seio materno é mais violento que matar uma criança de cinco anos", isto porque "uma criança de cinco anos pode reagir, pode chorar, queixar-se".
Esta autêntica pérola foi distribuída durante a missa de sétimo dia de Vanessa Pereira, a criança que acabou por ser encontrada no rio Douro após – alegados – maus-tratos infringidos por familiares próximos.
Eu gostaria de dizer mais qualquer coisa, mas vou-me ficar apenas pela citação… é melhor assim… termino com o resto do raciocínio deste representante de... não sei bem quem:
"Há mortes que são mais graves e outras que são menos graves."
Vale a pena meditar sobre esta afirmação...
"Matar uma criança no seio materno é mais violento que matar uma criança de cinco anos", isto porque "uma criança de cinco anos pode reagir, pode chorar, queixar-se".
Esta autêntica pérola foi distribuída durante a missa de sétimo dia de Vanessa Pereira, a criança que acabou por ser encontrada no rio Douro após – alegados – maus-tratos infringidos por familiares próximos.
Eu gostaria de dizer mais qualquer coisa, mas vou-me ficar apenas pela citação… é melhor assim… termino com o resto do raciocínio deste representante de... não sei bem quem:
"Há mortes que são mais graves e outras que são menos graves."
Vale a pena meditar sobre esta afirmação...
quarta-feira, maio 11, 2005
domingo, maio 08, 2005
sábado, maio 07, 2005
terça-feira, maio 03, 2005
domingo, maio 01, 2005
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