terça-feira, dezembro 07, 2004

Um pouco “contraditório”…

Um pouco “contraditório”…

As notícias por vezes tendem a passar despercebidos. Hoje na última página do Jornal de Notícias vêm duas peças muito curiosas…

Uma das acusações feitas ao Governo de Santana Lopes prende-se com a alegada tentativa de conseguir um controlo sobre a comunicação social. Se foi uma acção deliberada e concertada ou não, apenas saberemos quando Santana Lopes editar as suas memórias, “Os meus quatro meses como Primeiro-ministro”.

Uma notícia relata a fricção entre o conselho de redacção da Lusa e… who else... Pedro Santana Lopes. O conselho de redacção da Lusa refutou as afirmações do ainda Primeiro-Ministro, Pedro Santana Lopes, de sexta-feira, quando este reprovou “a agência oficial de notícias” (sim, é uma citação!) por esta “recusar uma notícia” (continua a citação). Santana Lopes a querer dar notícia, uma novidade absoluta.

A notícia prendia-se com um desmentido – o Jornal de Notícias faz referência a um dirigente do PSD, mas na verdade tratou-se de Telmo Correia, o ainda ministro do recém-criado ministério do Turismo – às críticas feitas por Macário Correia a Pedro Santana Lopes.

A Lusa viu-se obrigada a lembrar ao governante que, apesar do capitais públicos, não poder ser entendida como “agência oficial”. Garantiu ainda que – no próprio dia – deu conta da resposta do Primeiro-ministro, cumprindo desta forma o princípio do contraditório.

O mais curioso é o conselho de redacção considerar a atitude de Pedro Santana Lopes, ao afirmar “ter os nomes” de quem recusou a notícia, de “inadmissível e persecutória”.

Que falta faz Luís Delgado na Lusa…

A segunda notícia está relacionada com declarações emitidas por Paes do Amaral. Durante a cerimónia de entrega dos prémios “Stock Awards”, que decorreu ontem e pretende distinguir as melhores empresas cotadas em Bolsa, o líder da TVI revelou-se preocupado com a crise politica actual, considerando-a de surrealista.

Com o cessante Primeiro-ministro presente, Paes do Amaral manifestou-se contra a dissolução da Assembleia da República, justificando a sua opinião com a existência de uma “maioria eleita”.

Não sei se ainda têm contas pendentes após o famigerado caso “Marcelo”…

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