sábado, setembro 04, 2004

Alice no País das Maravilhas




O título também poderia ser: “Carlos no País dos Deslumbrados”… mas hoje não quero falar sobre o país no seu todo, apenas estou interessado na Segurança Social, Família e Criança...

Pretendo falar um pouco sobre um homem que se encontra no local certo: o meritíssimo juiz de direito, senhor doutor Fernando Negrão. Já agora, este senhor só não é “digníssimo” por não ser procurador do Ministério Público, a sua grande paixão. Também não é “ilustre” por não usar toga. Mas definitivamente é “meritíssimo”.

“Meritíssimo” soa a mérito, valia, virtude, aptidão, capacidade, merecimento, valor… mas no caso do juiz de direito, senhor doutor Fernando Negrão, significa também habilidade. No cartaz político nacional não existe outro político de carreira que tenha revelado tão bem a sua habilidade. Há umas semanas, Nicolau Santos do Expresso, afirmava: “
Fernando Negrão foi tão bom como director da PJ, como especialista no combate à droga e à criminalidade - mas vai para o Ministério da Segurança Social, da Família e da Criança”. Como vêem, o juiz de direito, senhor doutor Fernando Negrão, tem todo o mérito…

Quando se fala na polivalência exigida no mercado de trabalho, vem de “cima” este exemplo… juiz, director da PJ, director do Instituto da Droga e da Toxicodependência e ministro da Segurança Social, Família e Criança. Não é para qualquer um! Esta performance está apenas ao alcance de algumas, meritíssimas, mentes… Ok, o Telmo Correia, o Álvaro Barreto, a Carmo Seabra (conhecem?), o ilustre Luís Nobre Guedes… o resto da caderneta poderá ser consultada
AQUI… todos eles são almas gémeas do meritíssimo juiz de direito, senhor doutor Fernando Negrão. Nunca esquecendo o jornalista militar (são as fardas, meus Deus, são as fardas…) e o playboy, comentador, advogado, presidente do magnifico SCP, aplicador de cartazes, presidente da câmara com tendências para toupeira (Freud explica…)… o nosso Primeiro-ministro. Nem vale a pena falar dos secretários de estado… do tipo Teresinha Caeiro… fez espectáculo, passando primeiro pelo quartel…

Não, não vou trazer à memória dos estimados colegas os motivos que levaram o juiz de direito, senhor doutor Fernando Negrão, a sair da PJ de uma forma tão pouco digna, depois de ter presidido tão elegantemente ao processo do Zézé Beleza. Não quero falar da quebra de sigilo e das farras que incluíam meninas do Elefante Branco a saltarem de bolos… não, não adianta… todos já se esqueceram… Já agora, só mais uma nota de rodapé, na altura de tomada de posse, como director da PJ, Negrão terminou desta forma singela o seu discurso: “Palavras sem obras são tiros sem balas; atroam mas não ferem”. Estes senhores esquecem-se que a memória colectiva não está num estado tão agonizante de Alzheimer como por vezes nos querem fazer querer… (para quem anda esquecido, poderá encontrar
AQUI mais algumas informações sobre esta doença. Não, não tem nada a ver com o actual presidente do Sporting)

Depois deste breve intróito… desculpem e obrigado por chegarem até aqui…

Esta semana a revista Grande Reportagem termina com uma página inteira devotada ao juiz de direito, senhor doutor Fernando Negrão. O título: “Fico embaraçado sempre que me tratam por Sr. Ministro”…he, he, he… trata.se de uma página muito importante… nem compreendo o motivo do editor de a deixar para o fim da revista, pois é muito rica em informação complementar que enquadra e caracteriza o nosso eleito… ou não?... já não me lembro… nós votamos nele?… há, é verdade, foi o cenoura… pá…

Vamos lá eternizar esta pérola:

“Sempre que posso… estou com as pessoas com aqueles que mais gosto”, devem ser as tais miúdas do bolo…

“Um defeito que eu tenho é… excesso de voluntarismo”, pois, modéstia não é defeito…

“Desconfio que a minha maior qualidade é… acreditar que é sempre possível”, sim filho, é sempre possível dares a mão ao Zé Maria BB e atirarem-se os dois da ponte… bem, do Zé até tenho pena…

“Tenho a mania de… fazer só aquilo em que acredito”, mais uma vez, Freud explica… quando se acredita em nada… deve ser niilista… “o vazio e o nada encontram-se”…

“O maior erro da minha vida foi… não ter tido mais filhos”, pois… mas deixa estar, agora até és ministro das crianças… talvez elas acreditem…

“Gostava de ser parecido com… com o passar do tempo, contento-me com tentar ser parecido com o homem que acho que devo ser”, é verdade que existem pessoas que se contentam com pouco… ou nada, não te esqueças que és niilista…

“Pode ser que um dia consiga… ser melhor do que sou hoje”, o Benfica quer ser campeão, na verdade existem sonhos impossíveis… mas o teu…

“Mandasse eu no mundo… a aposta seria na paz e nas pessoas”, o prémio Miss Musgueira está entregue…

“Tenho-me esquecido de… parar e prolongar o sorriso para aqueles que me são queridos”, ele também é citado nas cassetes “alegadamente” furtadas ao jornalista do CM?

“Devia ter mais cuidado com… o excesso de dossiers. Mas não resisto ao trabalho”, aqui está uma verdadeira pérola… que homem… que consciência da causa pública… ele não resiste ao trabalho… o trabalho vence sempre… ele já desistiu de lutar…

“Temo bem que… no tempo que disponho não consiga concretizar todos os projectos que me são caros”, ele está a falar de? Se eu puder ajudar… prometo que nas próximas eleições voto no sentido de teres mais tempo para descansar nas filas do desemprego…

“Gostaria de ter coragem para… ir sempre mais longe, seja nas ideias, na acção ou como viajante”, isso não é coragem, mas sim utopia…

“Já não há pachorra para… as bandeiras da esquerda e da direita”, e para ti? Ainda tens pachorra de te ver ao espelho?

“Se há coisa que me enfurece… é o exercício de qualquer poder sem bom senso, profissionalismo ou respeito pelos outros”, deves andar furioso contigo… que cara de pau…

“Detesto quando… se mente, mesmo que seja jogar aos berlindes”, como ele se deve odiar, ai, ai essa auto-estima… deixa estar, eu também te detesto… já deu para perceber?

“Não consigo mesmo resistir a… aos olhos dos meus filhos”, bem… eu se fosse juiz de direito, senhor doutor Fernando Negrão, teria cuidado… como as coisas andam, não sei, não sei…

“Fico embaraçado sempre que… me tratam por sr. Ministro”, realmente… é uma ideia abominável….

“Comovo-me facilmente com… o afecto genuíno, com a vulnerabilidade e, sobretudo, com a sensação de impotência face a certas injustiças”, também eu… que injustiça… que impotência… como pode ser… existirem pessoas como o juiz de direito, senhor doutor Fernando Negrão, no Governo de um país…

“Desato a rir quando… chego à praia e o céu está limpo, o sol tem um brilho forte e a água me deixa ver a areia que está debaixo dela”, este tipo é um danadinho para a pândega… que cromo…

“A maior alegria que me podiam dar era… poder desatar a rir mais vezes”, no Júlio de Matos estão lá muitos assim…

Não sei se o juiz de direito, senhor doutor Fernando Negrão, escreveu as respostas pela própria pena ou se foi um desses assessores recentemente adquiridos por atacado… mas o resultado é lindo… para mais tarde recordar… vou-me passar por álcool…

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