quinta-feira, dezembro 28, 2006
terça-feira, dezembro 26, 2006
Vamos ao Boxe...
The Mission - "Wasteland"
Boxing Day
Traditional English holiday extends Christmas giving
Despite its name, Boxing Day, which is celebrated on December 26 in Great Britain, has nothing to do with pugilistic competition. Nor is it a day for people to return unwanted Christmas presents. While the exact origins of the holiday are obscure, it is likely that Boxing Day began in England during the Middle Ages.
Some historians say the holiday developed because servants were required to work on Christmas Day, but took the following day off. As servants prepared to leave to visit their families, their employers would present them with gift boxes.
Church Alms Boxes
Another theory is that the boxes placed in churches where parishioners deposited coins for the poor were opened and the contents distributed on December 26, which is also the Feast of St. Stephen.
As time went by, Boxing Day gift giving expanded to include those who had rendered a service during the previous year. This tradition survives today as people give presents to tradesmen, mail carriers, doormen, porters, and others who have helped them.
A época natalícia assume para alguns de nós proporções catastróficas… basta ler alguns posts publicados nos mais respeitados blogues… neste, por exemplo.
Tenho a certeza que os senhores doutores têm por estes dias uma sobrelotação nas suas chaise long… eu próprio ainda tenho um ticket no bolso… sou o 1024…
Mas também há consenso… não tem nada de religioso… já há muito que deixámos de acreditar no pai natal… o menino Jesus… esse já é um ressequiu na nossa memória colectiva… mesmo raspando, perdeu todo o seu significado…
Mas não é do Natal que pretendo falar…
Os privilegiados que hoje não foram trabalhar, ficaram nos sofás a assistir ao déjà vu [recomendo vivamente]… os fogos do verão, o aniversário do tsunami, as bombas no Iraque, o futebol da liga inglesa, a explosão em oleoduto nigeriano… e os doces ainda souberam melhor hoje… o açúcar começou a fazer o seu efeito…
Disse privilegiados porque… já todos o somos… reparem nos funcionários municipais do Porto… de repente… subitamente… o país começou a trabalhar a 26 de Dezembro…
Eu nunca trabalho a 26 de Dezembro… agora só depois do Entrudo… seria descabido… tantos feriados próximos…
Gosto passear pela cidade no dia 26… todos exibem as suas roupas novas… os casacos… as calças… as camisolas… os mais distraídos revelam um pouco das suas peúgas e cuecas… outros ostentam jóias e relógios…
A cidade fica muito mais bonita no dia 26… aliás, recomendo que se passe a festejar apenas o dia 26… o Boxing Day… porque um dia destes viveremos todos de uma e numa grande caixa de esmolas…
See U… after the boxing day… and remember Saint Stephen
Não sou Stephen… mas até um dia destes…
Carlos Galveias
segunda-feira, dezembro 25, 2006
Santissima Triade
Às 17:50 decidi ligar-me ao éter... óbviamente que o álcool não ajuda e nem as “prendas” amenizam o estado deprimente em que me encontro.
A consuada foi passada com um conjunto de fantasmas de um outrora feliz, com um sem numero de lugares desocupados pelos que só a minha memória relembra.
Mas “falemos”, escrevemos, sobre os “vivos”... esses que assombram mais ainda que os mortos.
Há 1661 anos “alguém” decidiu que um tal de cristo nasceu nesta data, perfaz agora dois mil e seis anos (os incultos que procurem esta referencia) e desde essa data que “comemoramos“ o nascimento do dito “menino”.
Quando era “menino”, eu e não o dito, o simbolo era o menino... anos passaram e o consumismo sobrepos qualquer tipo de crença e a bela da “cola” criou o “Pai Natal”. Esse ser explendoroso que distribui prendas de de lar em lar, substituindo aqueles que de camelo andavam sem escolhas de raça, qual Baltazar sobre bossas atrás de um estrela.
Longe vai o tempo em que na “campanha” (mais um termo para estudar no dicionario) no foi dito que o impostos não aumentariam ... quais vendilhões do templo... quais arautos da desgraça... a primeira medida ... foi o aumento dos mesmos... e o “menino” nas palhas deitado....
Cruzei, no ultimo mês, o pais de lés-a-lés e o que vi foi uma “miséria franciscana” (outra referencia a procurar). Acreditamos nos salvadores, naqueles que com ossanas prometem o reino dos céus... fazemos “votos” de fidelidade num futuro de promessas, que como nobres fieis pagamos sem pestanejar.
Ontem, a 24, ensinaram-me que a nossa primeira “moeda” foi o “dinheiro” (outro termo a estudar). Aquele vocábulo que utilizamos no nosso dia-a-dia e do qual desconhecemos o significado...
... duas da manha desta data... atravessei a cidade e o que vi foi uma miséria indescritivel... dormi mal... o que fiz? Nada. Egoismo .
Gente, repito, GENTE, a sobreviver nas ruas, miséria daquela que os textos não podem descrever no conforto dos lares...
Discutimos sifrões, algoritemos e outras formulas matematicas. Escolhemos escroques e outros filhos-da-puta para nos governar... mas na pratica o que somos?...
Até para o ano... que seja melhor que este... não é dificil... o dificil... é ser pior...
Francisco Marinho
PS. Ontem, num canal que eu pago, ouvi um “tal de cardeal”, em tempo de antena, defender a egnominia, mas o tal senhor das barbas, vermelho como o inferno, tudo deve perdoar.
sábado, novembro 04, 2006
quarta-feira, outubro 18, 2006
Mais um postal...
Este verão tive a oportunidade de fazer uma viagem pela minha terra...
"Não: plantai batatas, ó geração de vapor e de pó de pedra, macadamizai estradas, fazeis caminhos de ferro, construí passarolas de Ícaro, para andar a qual mais depressa, estas horas contadas de uma vida toda material, maçuda e grossa como tendes feito esta que Deus nos deu tão diferente do que a que hoje vivemos.
Andai, ganha-pães, andai; reduzi tudo a cifras, todas as considerações deste mundo a equações de interesse corporal, comprai, vendei, agiotai.
No fim de tudo isto, o que lucrou a espécie humana?
Que há mais umas poucas dúzias de homens ricos.
E eu pergunto aos economistas políticos, aos moralistas, se já calcularam o número de indivíduos que é forçoso condenar a miséria, ao trabalho desproporcionado, à desmoralização, à infâmia, à ignorância crapulosa, à desgraça invencível, à penúria absoluta, para produzir um rico?"
Almeida Garrett, em Viagens na minha Terra
Há quanto tempo não lêem Garrett?
segunda-feira, outubro 02, 2006
Pessoa...
Fernando Pessoa and me by Derek Suchard
Years and years ago, around 1980 or 1981, I was visiting my beloved in Amsterdam.
For no particular reason, we went one night to a little pizzeria (for the Amsterdam aficionado, it was just off the Leidseplein, but no longer exists) after having visited the Atheneum bookstore and having purchased a copy of Elizabeth Barrett Browning's Sonnets of the Portuguese.
The book lay on the table, dominating it in fact, given the surface area. During a lull in the action, while she went to visit the facilities, a waiter came by, and without so much as an "excuse me," picked up the book.
"Sonnets of the Portuguese, eh?" he said.
"Yes," said I, always the master of a well-turned phrase.
"These are Portuguese poems?"
"No," said I. "They're by Elizabeth Barrett Browning. She's English. Well, she's dead now, of course, but she was English. They called her the Portuguese because she was sick a lot and had to go to Portugal to try and get better."
"I am Portuguese," he informed me.
"Oh," I said.
"You know who is the greatest poet in English language from this century?" he asked.
I paused.
I was sitting in an Italian restaurant, in a Dutch city, with a Portuguese waiter who was about to tell me - confident as I was, in the arrogance of youth, that I, long a student of English and English - language poetry, ought to know that better than he.
But I couldn't resist.
"Who?" said I, pleased that my linguistic flair had not abandoned me…
"Fernando Pessoa."
I'm sure I must have grinned the same facetious grin shared by professors and teachers the world over when confronted by students whose "little knowledge" has turned dangerous and made them think they actually know something.
"Fernando Pessoa," I repeated.
"Yes," he said, mastering after a fashion my own linguistic leger de main.
"Fernando Pessoa. He's Portuguese."
"So," said I. "A Portuguese poet is the best poet in English from the 20th century?"
"Yes," he replied.
At that moment, Liesbeth returned, and, probably because someone at a nearby table was in urgent need of a re-supply of garlic bread, the waiter, whose name I never did get, more's the pity, left us.
The next day, while walking downtown, we passed near the public library. Still puzzled by the conversation of the night before with the waiter, I insisted we go in and see if we could find anything by this Pessoa fellow.
I did.
A Penguin paperback (no longer on their backlist, alas).
I went through it, and found that the waiter was absolutely right.
And not only was he a great poet, but a weird one, too...
sábado, setembro 23, 2006
Sede de amor
sexta-feira, setembro 08, 2006
sábado, agosto 19, 2006
Olá... estou de volta...
De regresso… mas ainda com pouco tempo… fiquem por agora com um pensamento:
"A força de vontade é uma ferramenta tão poderosa e eficaz como a inteligência e a afectividade porque nos leva mais longe e nos permite alcançar objectivos. Necessita, no entanto, de ser treinada."
quarta-feira, julho 26, 2006
sábado, julho 15, 2006
quinta-feira, julho 13, 2006
Nunca esquecido
Wish You Were Here
So, so you think you can tell Heaven from Hell,
blue skies from pain.
Can you tell a green field from a cold steel rail? A smile from a veil?
Do you think you can tell?
And did they get you trade your heroes for ghosts?
Hot ashes for trees? Hot air for a cool breeze?
Cold comfort for change? And did you exchange
a walk on part in the war for a lead role in a cage?
How I wish, how I wish you were here.
We're just two lost souls swimming in a fish bowl,
year after year,
running over the same old ground. What have we found?
The same old fears,
wish you were here.
domingo, julho 09, 2006
sábado, junho 17, 2006
Convocatória
Os orgasmos durante os preliminares mundiais entusiasmaram-me… aproveitando a “deixa” do Ramiro [e a pedido de outras famílias], resolvi encarnar o mister Scolari, convocando-vos para um almoço no próximo sábado, dia 8 de Julho, em Lisboa.
Ponto de encontro: Largo Camões, pelas 11.30 horas.
Não é necessário confirmar a presença… quem estiver joga… os restantes ficam na bancada...
Quanto à questão futebolística… espero que os rapazes na Alemanha não façam os 10 milhões que ficaram em terras lusas sofrer de ejaculação precoce… com tantas buzinas já roucas depois de dois jogos…
sexta-feira, junho 16, 2006
Mais uma noite que perderam...
Há palavras que nos beijam
Como se tivessem boca.
Palavras de amor, de esperança,
De imenso amor, de esperança louca.
Palavras nuas que beijas
Quando a noite perde o rosto;
Palavras que se recusam
Aos muros do teu desgosto.
De repente coloridas
Entre palavras sem cor,
Esperadas inesperadas
Como a poesia ou o amor.
(O nome de quem se ama
Letra a letra revelado
No mármore distraído
No papel abandonado)
Palavras que nos transportam
Aonde a noite é mais forte,
Ao silêncio dos amantes
Abraçados contra a morte.
Alexandre O'Neill, No Reino da Dinamarca
terça-feira, junho 13, 2006
Sonho
Repleta de sonhos
Sentei-me acordado
Sonhando a noite
Saí para o céu
Encontrei-te na rua
E lembrei-me da névoa
Gritei no silêncio
Ouvi-me no eco
Pensei-me no vento
Cortante momento
Corri na estrada
Toquei-te na pele
Gelei no contacto
Sonhando na noite
Desmaiei na calçada
Acordei na cidade
Sentei-me acordado
De casa corri,
corri para casa
E fugi
Fugi dos medos da alma
sábado, junho 10, 2006
Bloggers
São muitos os que afirmam que o tempo dos bloggers está findo... não discuto... parcialmente até concordo... mas sugem lufadas de ar fresco... ficamos a conhecer pessoas interessantes.
Deixo-vos o LINK para um blog que merece ser acompanhado... e comentado... espero que a Olga não se canse... pelo menos por mais um tempo...
Tenham todos um bom fim-de-semana [com mais ou menos futebol]...
quinta-feira, junho 08, 2006
Já tinha saudades...
quarta-feira, junho 07, 2006
Blog a visitar
Carlos Narciso teve a amabilidade de me enviar o link para o seu blog. Os temas são muito actuais e interessantes.
Vale mesmo a pena uma visita.
quinta-feira, junho 01, 2006
Poesia como acompanhamento musical...
Os homens amam a guerra
Os homens amam a guerra. Por isso
se armam festivos em coro e cores
para o dúbio esporte da morte.
Amam e não disfarçam.
Alardeiam esse amor nas praças,
criam manuais e escolas,
alçando bandeiras e recolhendo caixões,
entoando slogans e sepultando canções.
Os homens amam a guerra. Mas não a amam
só com a coragem do atleta
e a empáfia militar, mas com a piedosa
voz do sacerdote, que antes do combate
serve a hóstia da morte.
Foi assim na Criméia e Tróia,
na Eritréia e Angola,
na Mongólia e Argélia,
no Saara e agora.
Os homens amam a guerra
E mal suportam a paz.
Os homens amam a guerra,
portanto,
não há perigo de paz.
Os homens amam a guerra, profana
ou santa, tanto faz.
Os homens têm a guerra como amante,
embora esposem a paz.
E que arroubos, meu Deus! nesse encontro voraz!
que prazeres! que uivos! que ais!
que sublimes perversões urdidas
na mortalha dos lençóis, lambuzando
a cama ou campo de batalha.
Durante séculos pensei
que a guerra fosse o desvio
e a paz a rota. Enganei-me. São paralelas
margens de um mesmo rio, a mão e a luva,
o pé e a bota. Mais que gêmeas
são xifópagas, par e ímpar, sorte e azar
são o ouroboro- cobra circular
eternamente a nos devorar.
A guerra não é um entreato.
É parte do espetáculo. E não é tragédia apenas
é comédia, real ou popular,
é algo melhor que circo:
-é onde o alegre trapezista
vestido de kamikase
salta sem rede e suporte,
quebram-se todos os pratos
e o contorcionista se parte
no kamasutra da morte.
A guerra não é o avesso da paz.
É seu berço e seio complementar.
E o horror não é o inverso do belo
-é seu par. Os homens amam o belo
mas gostam do horror na arte. O horror
não é escuro, é a contraparte da luz.
Lúcifer é Lubel, brilha como Gabriel
e o terror seduz.
Nada mais sedutor
que Cristo morto na cruz.
Portanto, a guerra não é só missa
que oficia o padre, ciência
que alucina o sábio, esporte
que fascina o forte. A guerra é arte.
E com o ardor dos vanguardistas
frequentamos a bienal do horror
e inauguramos a Bauhaus da morte.
Por isso, em cima da carniça não há urubu,
chacais, abutres, hienas.
Há lindas garças de alumínio, serenas,
num eletrônico balé.
Talvez fosse a dança da morte, patética.
Não é . É apenas outra lição de estética.
Daí que os soldados modernos
são como médico e engenheiro
e nenhum ministro da guerra
usa roupa de açougueiro.
Guerra é guerra!
dizia o invasor violento
violentando a freira no convento
Guerra é guerra!
dizia a estátua do almirante
com a boca de cimento.
Guerra é guerra!
dizemos no radar
desgustando o inimigo
ao norte do paladar.
Não é preciso disfarçar
o amor à guerra, com história de amor à pátria
e defesa do lar. Amamos a guerra
e a paz, em bigamia exemplar.
Eu, poeta moderno ou o eterno Baudelaire
eu e você, hypocrite lecteur,
mon semblable, mon frère.
Queremos a batalha, aviões em chamas
navios afundando, o espetacular confronto.
De manhã abrimos vísceras de peixes
com a ponta das baionetas
e ao som da culinária trombeta
enfiamos adagas em nossos porcos
e requintamos de medalha
-os mortos sobre a mesa.
Se possível, a carne limpa, sem sangue.
Que o míssil silente lançado à distância
não respingue em nossa roupa.
Mas se for preciso um banho de sangue
-como dizia Terêncio:-sou humano
e nada do que é humano me é estranho.
A morte e a guerra
não mais me pegam ao acaso.
Inscrevo sua dupla efígie na pedra
como se o dado de minha sorte
já não rolasse ao azar,
como se passasse do branco
ao preto e ao branco retornasse
sem nunca me sombrear.
Que venha a guerra! Cruel. Total.
O atômico clarim e a gênese do fim.
Cauto, como convém aos sábios,
primeiro bradarei contra esse fato.
Mas, voraz como convém à espécie,
ao ver que invadem meus quintais,
das folhas da bananeira inventarei
a ideológica bandeira e explodirei
o corpo do inimigo antes que ataque.
E se ele não atirar primeiro, aproveito
seu descuido de homem fraco, invado sua casa
realizando minha fome milenar de canibal
rugindo sob a máscara de homem.
-Terrível é o teu discurso, poeta!
Escuto alguém falar.
Terrível o foi elaborar.
Agora me sinto livre.
A morte e a guerra
já não podem me alarmar.
Como Édipo perplexo
decifrei-a em minhas vísceras
antes que a dúbia esfinge
pudesse me devorar.
Nem cínico nem triste. Animal
humano, vou em marcha, danças, preces
para o grande carnaval.
Soldado, penitente, poeta
-a paz e a guerra, a vida e a morte
me aguardam
- num atômico funeral.
-Acabará a espécie humana sobre a Terra?
Não. Hão de sobrar um novo Adão e Eva
a refazer o amor, e dois irmão:
-Caim e Abel
-a reinventar a guerra.
Affonso Romano de Sant'Anna
Tempo...
O tempo não sabe nada
O tempo não tem razão
O tempo nunca existiu
É da nossa invenção
Se abandonarmos as horas para nos sentirmos sós
Meu amor o tempo somos nós
O espaço tem o volume
da imaginação
Além do nosso horizonte
existe outra dimensão
O espaço foi construído sem princípio nem fim
Meu amor tu cabes dentro de mim
O meu tesouro és tu
Eternamente tu
Não há passos divergentes para quem se quer encontrar
A nossa história começa
na total escuridão
Onde o mistério ultrapassa
a nossa compreensão
A nossa história é o esforço para alcançar a luz
meu amor o impossível seduz.
O meu tesouro és tu
Eternamente tu
Não há passos divergentes para quem se quer encontrar.
Jorge Palma
quarta-feira, maio 24, 2006
Rapaz - jovem e em bom estado de conservação - procura companhia...
sábado, maio 20, 2006
Bom fim-de-semana!!
Segue o teu destino
Segue o teu destino
rega tuas plantas
ama as tuas rosas
o resto é sombra
de arvores alheias.
A realidade
sei que é mais ou menos
do que nós queremos
só nós somos sempre
iguais a nós próprios.
Suave é viver só.
Grande e nobre é sempre
viver simplesmente.
Deixa a dor nas aras
como ex-voto aos deuses.
Vê de longe a vida.
Nunca a interrogues.
A resposta está além dos deuses.
Mas serenamente
imita o Olimpo
no teu coração.
Os deuses são deuses
porque não se pensam.
Ricardo Reis
quarta-feira, maio 17, 2006
Já tinha saudades...
ESTOU CANSADO
Estou cansado, é claro,
Porque, a certa altura, a gente tem que estar cansado.
De que estou cansado, não sei:
De nada me serviria sabê-lo,
Pois o cansaço fica na mesma.
A ferida dói como dói
E não em função da causa que a produziu.
Sim, estou cansado,
E um pouco sorridente
De o cansaço ser só isto —
Uma vontade de sono no corpo,
Um desejo de não pensar na alma,
E por cima de tudo uma transparência lúcida
Do entendimento retrospectivo...
E a luxúria única de não ter já esperanças?
Sou inteligente; eis tudo.
Tenho visto muito e entendido muito o que tenho visto,
E há um certo prazer até no cansaço que isto nos dá,
Que afinal a cabeça sempre serve para qualquer coisa.
Álvaro de Campos
domingo, maio 14, 2006
Início da Cow Parade Lisboa '06
Elas já andam por Lisboa... bem simpáticas e originais... e muito limpinhas...
quinta-feira, maio 11, 2006
domingo, maio 07, 2006
quinta-feira, abril 27, 2006
Peregrinação ao Bairro Alto a 13 de Maio '06
Relembrado o pretexto, eis a minha proposta para este 13 de Maio (trata-se de um Sábado):
Encontro a partir das 11 horas no Jardim do Príncipe Real. Decorre nesse dia a Feira de Produtos de Agricultura Biológica, mais do que uma oportunidade de vender a fruta fora de prazo lá de casa, tenho a certeza que proporcionará enquadramentos coloridos aos nossos colegas fotógrafos amadores.
Contando que o pessoal não se empanturra com frutos e vegetais biológicos, passamos ao almoço a partir das 13 horas. Proponho a Trindade, pois tem todos aqueles pratos saudáveis, óptimos para o meu colesterol.
Depois do almoço um passeio pelo Bairro Alto. Eu sei que o Homem não vive apenas de pão, mas seria interessante não se voltar a perder tanto tempo na sex-shop logo junto à Trindade, mesmo sendo nessa semana época de saldos para os mais diversos brinquedos.
Uma compra rápida (não falei em “rapidinhas”, lembrem-se que acabaram de comer…) e iniciamos um périplo (depois de deixarmos os sacos das compras nos carros) pelos alfarrabistas, ficando o convite para um chá de jasmim na nova Ler Devagar. O passeio deverá levar-nos até ao miradouro do Adamastor.
Este será novamente o momento para os nossos fotógrafos amadores abusarem das suas máquinas, pois o rio é lindo visto deste local e poderemos ter sorte com um pôr-do-sol deslumbrante.
Jantar? Claro que sim! A Casa da Índia tem uma ementa deveras adequada.
Como é? Estamos combinados? Sei que o itinerário que estive a explanar foi apenas para meu gozo pessoal, chegado o dia faremos o que nos parecer melhor...
Mas estamos combinados em relação ao dia? 11 horas no Jardim do Príncipe Real?
SeeU
quinta-feira, abril 13, 2006
Um homem tem que estar preparado para se queimar na sua própria chama: como se pode renovar sem primeiro se transformar em cinzas?”
Assim Falava Zaratustra [Nietzsche]
Depois de um período de quaresma há que criar novas flores… uma boa Páscoa para todos!
Sofia e Francisco… afinal a data tem de ser outra…
sábado, abril 01, 2006
Viver até ao fim
----- *** -----
A nossa questão relacionada com o jantar!
A data proposta para o jantar é o dia 29 de Abril. Eu sei que falta ainda algum tempo… mas é propositadamente… assim todos têm tempo para desmarcar o esteticista, o massagista, o casamento, o baptizado, a lavagem do carro, o divórcio, o passeio do cão, as limpezas de Primavera, a remoção do calo, o corte de cabelo… ainda há tempo…
Eu proponho o Stasha no Bairro Alto no dia 29 de Abril…
domingo, março 26, 2006
Alma!!!!!!!!!!!
Desde Janeiro que não janto!
Há por aí ainda um Sábado disponível?
Foto 1000 Imagens
(sim, não pedi autorização! Processem-me!)
--- ** ---
Alma Portuguesa
Entre as palavras pequenas
De grande significado
Com quatro letras apenas
Emerge a palavra fado !
O fado é toda a essência
É deste Povo a raiz...
O fado é por excelência
A canção do meu País.
Nós temos fado na alma
Um fado que a vida adoça
E ninguém nos leva a palma
Nesta canção que é tão nossa.
Nós veneramos o fado
Quase como uma doutrina
Porque tange algo sagrado
Que a nossa alma ilumina.
(Fado)... Fado somos todos nós...
Pelo mundo em qualquer lado
Há fado na nossa voz...
Mesmo sem cantar o fado !...
Fado é a expressão maior
Que traduz subtileza
É o nosso Embaixador....
Fado... É a alma portuguesa !...
Euclides Cavaco
[Não confundir com o Aníbal...]
segunda-feira, março 20, 2006
Ainda Álvaro de Campos...
O Sono
O sono que desce sobre mim,
O sono mental que desce
fisicamente sobre mim,
O sono universal que desce individualmente sobre mim
Esse sono
Parecerá aos outros o sono de dormir,
O sono da vontade de dormir,
O sono de ser sono.
Mas é mais, mais de dentro, mais de cima:
E o sono da soma de todas as desilusões,
É o sono da síntese de todas as desesperanças,
É o sono de haver mundo comigo lá dentro
Sem que eu houvesse contribuído em nada para isso.
O sono que desce sobre mim
É contudo como todos os sonos.
O cansaço tem ao menos brandura,
O abatimento tem ao menos sossego,
A rendição é ao menos o fim do esforço,
O fim é ao menos o já não haver que esperar.
Há um som de abrir uma janela,
Viro indiferente a cabeça para a esquerda
Por sobre o ombro que a sente,
Olho pela janela entreaberta:
A rapariga do segundo andar de defronte
Debruça-se com os olhos azuis à procura de alguém.
De quem?
Pergunta a minha indiferença.
E tudo isso é sono.
Meu Deus, tanto sono! ...
Tributo a Fernando Gil
Logo na primeira linha do livro diz-se que Impasses teria sido escrito “sem prazer”. Porquê?
É por certo um livro triste, que traduz uma decepção. Não provoca alegria intelectual analisar uma colecção de diferendos sem solução visível. Em geral escreve-se para mostrar que há escolhas e aberturas, cada livro de ideias é suposto trazer alguma coisa nova. Aqui tudo parece fechado. Dizemos também nesse prefácio que ficaríamos aliviados se as nossas conjecturas estivessem erradas.
Pois, se o não estão, a situação que descrevemos é então pelo menos problemática. Tentamos mostrar – com muitos outros – que o Ocidente, conceito que tem um sentido que definimos explicitamente, é alvo de uma “jihad” global actuando em muitas frentes, da finança internacional ao terrorismo. Os seus agentes são inúmeros e diversificados – Al-Qaeda é só o mais importante – e dispõe de uma reserva potencial de milhões de pessoas.
Ora, o Ocidente está dividido face a ele, e não parece saber o que quer: em primeiro lugar porque muitos governantes e intelectuais não admitem sequer a existência de um ataque, preferindo crer que uma política de bons ofícios conseguirá conter meros “riscos” sem realidade duradoura.
Quer-se acreditar que só os Estados Unidos e os seus aliados correm verdadeiro perigo e que no fundo a prioridade consiste em deles nos dissociarmos. A comparação com a atitude da Europa em relação a Hitler impõe-se por si mesma. O ressurgir, que se acelera, do anti-semitismo lembra também a Europa dos anos 30.
O Ocidente está também dividido dentro de si próprio: não é ainda motivo de alegria um leque de opiniões, da extrema-esquerda à direita fascista – Haider, Le Pen, etc. – com a sanha anti-americana por denominador comum. É um dos temas de Impasses, a propósito da guerra do Iraque.
Escolhemos tratá-lo num modo irónico. Mas a falsificação despudorada dos factos, o insulto e a desqualificação automática de quem pensa diferentemente, a precipitação dos juízos – sempre no mesmo sentido – as argumentações e as previsões delirantes, a vontade de crer no que conforta e de ignorar o que não convém – nada disto, de que damos dúzias de exemplos, dá vontade de rir. Porquê tal e tanta “má-fé”?
Não estamos certos de ter sabido responder. O conceito de má-fé e a sua “viscosidade”, que Sartre determinou admiravelmente, é o nosso principal instrumento crítico. Essa má-fé é sobretudo europeia e sul-americana – Não falando do mundo árabe e muçulmano.
Comparem-se os nossos “media” com jornais como o New York Times ou o International Herald Tribune , ambos hostis à administração americana e exprimindo muitas objecções à condução da guerra do Iraque. Só excepcionalmente se encontrará neles deformação dos factos ou menosprezo pelas pessoas. É possível defender uma posição sem sobranceria, discordar sem amesquinhar, criticar sem troçar e pretender intimidar.
O modo como questionam os chamados pensamentos únicos, quanto ao anti-americanismo, o anti-sionismo, o islamismo é bastante vivo...
Tudo isso “faz sistema” – é o que mostramos, desculpe remetê-lo para o livro, que se lê depressa. Não seria capaz de o resumir aqui. Tentámos descobrir o que subjaz aos comportamentos, assinalar a cegueira voluntária e as posturas da boa consciência que não são outras do que as da má-fé.
O livro não é de polémica mas toma partido pelo Ocidente e particularmente pelos Estados Unidos e por Israel. Mas isso não nos impede, claro está, de fazer as críticas que a política americana merece, quer se trate dos seus erros, no Iraque, quer, sobretudo, da sua política internacional em geral e do seu egoísmo comercial.
Precisamente: continua a considerar que a intervenção no Iraque era inevitável?
No que escrevemos sobre o Iraque, não nos pusemos na posição de estrategos que não somos, nem de previsionistas, que não queremos ser, nem sequer de observadores capazes de julgar acerca da política mundial, para o que nos falta competência. Quisemos simplesmente evidenciar, com a minúcia requerida, que perante o comportamento do Iraque tal como é historiado na resolução 1441 e no «Relatório Blix» – lidos por inteiro – havia todas as razões – digo bem, todas – para presumir que essas armas existiam, e que o ónus da prova da sua inexistência cabia ao Iraque.
O erro dos Estados Unidos, compreensível mas fatal, foi aceitar – indevidamente – a inversão do ónus e ter na prática feito como se lhes coubesse, a eles, provar que as armas existiam. O Iraque recusou-se a fornecer a prova que lhe era pedida – contudo fácil de produzir, parece, se as armas não existiam.
Isso bastava para motivar a guerra, tanto mais que o anúncio prévio de um veto pela França e pela Rússia acarretou uma autêntica suspensão do direito internacional da ONU. Acresce que os contactos entre a Al-Qaeda, desde o fim da I Guerra do Golfo, parecem hoje fora de dúvida. Sobre o pós-guerra, muito haveria a dizer e antes do mais que a “reconstrução” do Iraque é de facto uma construção. Leia, por exemplo, «The Economist» de 1 de Novembro, vale a pena.
Não saberá talvez que, entre vários – muitos – outros aspectos dessa construção – reparou que se deixou de falar da penúria, etc.? – Bassorá, dispõe hoje de um excedente de electricidade enquanto que antes da guerra não tinha mais que 2-4 horas diárias de luz. Quanto à situação militar, no momento em que conversamos ela é por certo péssima no centro do país – mas caberia analisar em pormenor porquê.
Convém, no entanto, lembrar que até ao momento em que falo, 16 de Novembro, a coligação perdeu 422 soldados. Entendo que é um sinal admirável que um número tão baixo seja já considerado insuportável: na guerra do Vietname morreram 60 mil americanos. Isso significa que – ao contrário da glória terrorista na morte – para a consciência ocidental dos nossos dias a vida humana não tem preço.
Não posso estender-me aqui a este respeito – deixe-me de novo remeter para o livro a propósito de Israel – nem ainda a respeito da falta de apoio internacional à coligação, que é um erro tragicamente míope, mesmo se se pensa que era preferível manter o regime de Saddam. Goste-se ou não de Bush, parece haver vantagem, é o menos que se pode dizer, em que todos contribuam sem reservas para o sucesso da democratização do Iraque.
Ou não?
Preferir-se-á o regresso de Saddam? Ou um regime islamista? Que pretendia a França quando, ainda há pouco, exigia a “transferência da soberania” em três meses?Estará em curso o tal “choque de civilizações”? Acha que o pensamento europeu está a ficar dominado por um novo niilismo?
O mais terrível aspecto desse niilismo é o Ocidente parecer fascinado pelo niilismo assassino do terrorismo. Não sei o que o “choque de civilizações” significa ao certo: o problema é antes que o Ocidente, ou uma sua parte, se vê cada vez menos a si próprio como uma civilização. (...)
Breve Biografia:
[Muecate/Moçambique, 1937 - Paris 2006]
Filósofo, ensaísta e professor universitário. Realizados os estudos liceais em Moçambique, e após permanência, durante um ano, na Universidade de Witwatersrand de Joanesburgo cursando Sociologia, muda-se para Lisboa onde se licencia em Direito.
Não chega, contudo, a concluir o estágio de advocacia, partindo para Paris em 1961. Aí licencia-se em Filosofia pela Universidade de Sorbonne (1961-64). No mesmo período e como aluno titular na École des Hautes Études en Sciences Sociales (EHESS), prepara uma tese, que não conclui, sobre a obra de L. F. Céline, sob a direcção de Lucien Goldmann. Ainda nesse período, traduz para português obras de autores como Karl Jaspers, Romano Guardini, Cesare Pavese e M. Merleau-Ponty.
A partir de 1966, inicia na Universidade de Paris, e sob a orientação de Suzanne Bachelard, um doutoramento em Lógica, de que resulta a tese La Logique du Nom, publicada em França no ano de 1972. Entra nos corpos docentes da Faculdade de Letras de Lisboa em 1976, vindo em 1979 a integrar o Departamento de Filosofia da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, então fundada.
É desde 1988 professor catedrático nessa Universidade. Em 1989, foi eleito directeur d'études (grau equivalente a professor catedrático) na EHESS. Além da docência nestas duas instituições, leccionou, como professor visitante, em várias universidades europeias e sul-americanas, designadamente nas Universidades de Porto Alegre e S. Paulo, integrando desde 1985 a direcção da Sociedad de Filosofia Iberoamericana. Com a publicação de Mimesis e Negação (1984) recebe o Prémio Ensaio do Pen Club, distinção que lhe será atribuída uma segunda vez com a publicação de Viagens do Olhar (1998).
No espaço de tempo que medeia a publicação destas duas obras, outras três, Provas (1988), Tratado da Evidência (1993) e Modos da Evidência (1998), permitem reconstituir um itinerário de investigações a vários níveis notável. Longe de se permitir uma redução da Filosofia, enquanto trabalho de investigação, ao seu estudo histórico, e sem sequer se filiar numa das vias de pensamento já disponíveis, o opus de Fernando Gil recorre tanto àquele como a estas, exibindo em ambos os casos um impressionante domínio, para lançar e desenvolver um projecto de investigação pleno de ambição e actualidade.
Primeiramente sob a égide do problema da prova, problema crucial da epistemologia, questiona-se sobre as condições de um conhecimento objectivo, da sua validade e universalidade (no essencial, procurando responder à pergunta pela verdade do que se sabe). A partir do Tratado da Evidência, a investigação centra-se num momento particular das preocupações epistemológicas até então desenvolvidas; em concreto, em vez de tematizar a prova, toma em atenção precisamente aquilo que a dispensa, a evidência, sem que se possa afirmar o contrário. E fá-lo introduzindo o conceito de "alucinação originária", uma hipótese forte que visa explicar o que seja a evidência.
Tanto Modos da Evidência como Viagens do Olhar procuram experimentar esta hipótese, com a diferença de a segunda destas obras, em co-autoria com Hélder Macedo, o fazer no campo da literatura portuguesa renascentista (com Os Lusíadas, Menina e Moça de Bernadim Ribeiro e a poesia de Sá de Miranda). O interesse e investigação da cultura e literatura portuguesas conduziu-o ao cargo de director do Centre d'Études Portugaises entre 1990 e 1997 e do Seminário Francisco Sanches desde 1992.
Além das obras individuais que assinou, dirigiu um conjunto de importantes obras colectivas (entre as quais, O Balanço do Século, 1990; Scientific and Philosophical Controversies, 1990; Philosophy in Portugal, a Profile, 1999; A Ciência tal Qual se Faz, 1999) e publicou para cima de 150 estudos, escritos em diferentes línguas, quer como artigos de revistas, quer como comunicações e apresentações a colóquios.
Fundou e dirigiu a revista Análise e integra os comités de redacção de diversas outras revistas e publicações, designadamente as encicliopédias Universalis, Britannica e Einaudi (sendo o coordenador dos quarenta volumes da edição portuguesa desta última).
Em virtude do seu mérito científico, internacionalmente reconhecido, foi agraciado, em 1992, com o grau de Grande Oficial da Ordem Infante D. Henrique, por proposta do presidente da República, Mário Soares, de quem foi aliás conselheiro especial. É também distinguido em 1993 com o Prémio Pessoa. O governo francês agraciou-o em 1995 com o título Chevalier da Ordem das Palmes Académiques. Finalmente, foi consagrado em 1998 doutor honoris causa pela Universidade de Aveiro.
in Dicionário Cronológico de Autores Portugueses, Vol. VI, Lisboa, 1999
Notícias à portuguesa
Procurador desconfia de fotocopiadora de Valentim
Nuno Miguel Maia
O procurador adjunto do Ministério Público (MP) de Gondomar desconfiou que a máquina fotocopiadora apresentada pelo advogado de Valentim Loureiro para tirar cópias ao processo Apito Dourado era propriedade da Câmara de Gondomar.
Para apurar um eventual crime de peculato, por utilização de um bem público em benefício particular, Carlos Teixeira até já abriu um inquérito, no âmbito do qual inquiriu uma testemunha e mandou averiguar quem é o dono da máquina.
Tudo começou depois de os advogados de Valentim Loureiro, José Luís Oliveira e Castro Neves terem decidido fazer uma "sociedade" para tirar cópias ao processo. O objectivo era evitar ter de pagar mais de 70 cêntimos por fotocópia e evitar dar trabalho aos funcionários do MP de Gondomar.
De acordo com informações recolhidas pelo JN, foi alugada uma máquina que foi colocada numa sexta-feira nas instalações do MP. Na segunda-feira seguinte, há algumas semanas, uma familiar de Valentim, que também é funcionária da Câmara de Gondomar, foi ao tribunal para tirar as fotocópias, mas foi surpreendida com a reacção do magistrado.
O titular do processo Apito Dourado quis saber quem era a pessoa, a profissão e a razão pela qual foi incumbida daquela tarefa. E inquiriu-a formalmente como testemunha.
Ao que apurámos, a familiar do autarca explicou que tinha metido um dia de férias para fazer aquele favor a Valentim, ao que o procurador lhe terá dito que não o deveria ter feito, uma vez que as férias constituem "um direito inalienável". Tal facto, então, poderia consubstanciar um crime de abuso de poder por parte do major.
De seguida, Carlos Teixeira solicitou documentos comprovativos de que a máquina foi alugada e não pertence à autarquia. Foi-lhe apresentado um recibo em nome de Amílcar Fernandes, advogado de Valentim Loureiro. Antes disso, porém, o procurador do MP terá tomado nota do número de registo da máquina, outra forma de averiguar o proprietário da fotocopiadora - segundo a factura uma conhecida multinacional do ramo.
Só depois destas diligências é que os defensores dos arguidos conseguiram tirar as cópias do processo.
Link para a Notícia
sábado, março 11, 2006
Tou velho... de Beiços bem abertos… mas com cigarro apagado…
Ask me no questions
I'll tell you no lies
Come to me when you're down
I'll give you friendly advice
I'll be your avenue, your trusting ear
Release your deepest secrets
I'll be sincere
It's an age old situation
There's nothing to fear
Whatever life throws at you
Your friend is here
Right by your side
When love leaves you cold
Lies have been told
I will be there with my open arms
Hurting inside
Please don't hide the pain
I will be there with my open arms :
Open arms, open arms, open arms !
I know what you're saying
I´ve been there myself
Promises withstanding
They left me for someone else
Then the tables turned
A lesson I've had to learn
I can't put my fingers 'cause
Girls, my fingers have been burned
It's an age old situation
The message is clear
Whatever life throws at you
Your friend is here
Right by your side
When love leaves you cold
Lies have been told
I will be there with my open arms
Hurting inside
Please don't hide the pain
I will be there with my open arms :
Open arms, open arms, open arms !
- - - -
It's an age old situation
The message is clear
Whatever life throws at you
Your friend is here
Right by your side
When love leaves you cold
Lies have been told
I will be there with my open arms
Hurting inside
Please don't hide the pain
I will be there with my open arms :
Open arms, open arms, open arms !
When love leaves you cold
Lies have been told
I will be there with my open arms
Hurting inside
Please don't hide the pain
I will be there with my open arms :
Open arms, open arms, open arms !
sexta-feira, março 03, 2006
segunda-feira, fevereiro 20, 2006
Ode à Pátria
A Portugal
Esta é a ditosa pátria minha amada.
Não.
Nem é ditosa, porque o não merece.
Nem minha amada, porque é só madrasta.
Nem pátria minha, porque eu não mereço
a pouca sorte de nascido nela.
Nada me prende ou liga a uma baixeza tanta
quanto esse arroto de passadas glórias.
Amigos meus mais caros tenho nela,
saudosamente nela, mas amigos são
por serem meus amigos, e mais nada.
Torpe dejecto de romano império;
babugem de invasões; salsugem porca
de esgoto atlântico; irrisória face
de lama, de cobiça, e de vileza,
de mesquinhez, de fatua ignorância;
terra de escravos, cu pró ar ouvindo
ranger no nevoeiro a nau do Encoberto;
terra de funcionários e de prostitutas,
devotos todos do milagre, castos
nas horas vagas de doença oculta;
terra de heróis a peso de ouro e sangue,
e santos com balcão de secos e molhados
no fundo da virtude; terra triste
à luz do sol calada, arrebicada, pulha,
cheia de afáveis para os estrangeiros
que deixam moedas e transportam pulgas,
oh pulgas lusitanas, pela Europa;
terra de monumentos em que o povo
assina a merda o seu anonimato;
terra-museu em que se vive ainda,
com porcos pela rua, em casas celtiberas;
terra de poetas tão sentimentais
que o cheiro de um sovaco os põe em transe;
terra de pedras esburgadas, secas
como esses sentimentos de oito séculos
de roubos e patrões, barões ou condes;
ó terra de ninguém, ninguém, ninguém:
eu te pertenço. És cabra, és badalhoca,
és mais que cachorra pelo cio,
és peste e fome e guerra e dor de coração.
Eu te pertenço mas seres minha, não.
Jorge de Sena
quinta-feira, fevereiro 16, 2006
Sonho
Um velho
Um Velho
No café no lugar de dentro na zoeira turva
senta-se um velho na mesa se curva;
com um jornal diante dele, sem companhia.
E no desdém da velhice miserável
pensa como usou tão pouco o tempo deleitável
em que força, e eloquência, e beleza possuía.
Sabe que envelheceu muito; sente-o, é visível.
E contudo o tempo em que era novo ao mesmo nível
do de ontem. Que espaço apressado, que espaço apressado.
E considera como burlava dele a Prudência;
e como nela tinha confiança sempre - que demência! -
a perjura que dizia: «Amanhã. O tempo é demorado».
Lembra-se de impulsos a que punha freio; e sem medida
a alegria que sacrificava. Cada história perdida
agora troça da sua desmiolada sageza.
Mas do muito que foi pensando e não esquece
o velho atordoou-se. E adormece
no café apoiado sobre a mesa.
Konstandinos Kavafis
domingo, fevereiro 12, 2006
70 Anos de "Tempos Modernos"
Quando me amei de Verdade
Charles Chaplin
Quando me amei de verdade, compreendi que, em qualquer circunstância, eu estava no lugar certo, na hora certa, no momento exacto.
Então, pude relaxar.
Hoje, sei que isso tem nome... auto-estima.
Quando me amei de verdade, pude perceber que minha angústia, meu sofrimento emocional, não passa de um sinal de que estou indo contra minhas verdades.
Hoje, sei que isso é... autenticidade.
Quando me amei de verdade, parei de desejar que minha vida fosse diferente e comecei a ver que tudo o que acontece contribui para o meu crescimento.
Hoje, chamo isso de... amadurecimento.
Quando me amei de verdade, comecei a perceber como é ofensivo tentar forçar alguma situação ou alguém apenas para realizar aquilo que desejo, mesmo sabendo que não é o momento ou a pessoa não está preparada, inclusive eu mesmo.
Hoje, sei que o nome disso é... respeito.
Quando me amei de verdade, comecei a me livrar de tudo que não fosse saudável, pessoas, tarefas, tudo e qualquer coisa que me pusesse para baixo.De início, minha razão chamou essa atitude de egoísmo.
Hoje sei que se chama... amor-próprio.
Quando me amei de verdade, deixei de temer meu tempo livre e desisti de fazer grandes planos, abandonei os projectos megalómanos de futuro.Agora, faço o que acho certo, o que gosto, quando quero e no meu próprio ritmo.
Hoje sei que isso é... simplicidade.
Quando me amei de verdade, desisti de querer ter sempre razão e, com isso, errei menos vezes.
Hoje, descobri a... humildade.
Quando me amei de verdade, desisti de ficar revivendo o passado e de me preocupar com o futuro. Agora, me mantenho no presente, que é quando a vida acontece. Hoje, vivo um dia de cada vez.
Isso é... plenitude.
Quando me amei de verdade, percebi que minha mente pode me atormentar e me decepcionar. Mas quando eu a coloco a serviço do meu coração, ela se torna uma grande e valiosa aliada.
Tudo isso é... saber viver!
Não devemos ter medo dos confrontos. Até os planetas se chocam e do caos nascem as estrelas.
sábado, fevereiro 11, 2006
Sobre o novo programa da RTP 1... HERANÇA
Sobre o novo programa da RTP 1... HERANÇA (A estupidez como Herança )
O novo concurso da RTP, a Herança, tem um final assaz divertido: o apresentador revela cinco palavras sem qualquer ligação aparente e o concorrente "só" tem de descobrir, num curto espaço de tempo, o termo que está relacionado com todas elas.
Mas qual é a piada, perguntam vocês. Ora, a piada está no facto de ser impossível adivinhar o termo pretendido, tendo em conta que as cinco "pistas" são totalmente absurdas, enganadoras e filhas-da-puta. O pobre concorrente fica com cara de parvo a olhar para elas e, no final, quando lhe é revelado o termo que ele deveria (por milagre) ter acertado, solta um triste e pouco convicto "Ah, pois era". Isto perante o riso paternalista do intragável Malato, que qualifica esta patranha de "prova de conhecimento" e invariavelmente conforta o pateta do concorrente com o terrivelmente cínico:
"Está a ver? Bastava pensar um bocadinho!".
Vejam, por exemplo, o que se passou ontem. Estas eram as pretensas pistas (juro que é verdade):
Paulo
Napoleão
Paraguai
Évora
Promoção
Como podem ver, basta reflectir durante 2 minutos para descobrir o termo certo.
Não conseguem? Pensem lá mais um pouco.
Como é óbvio para uma luminária do calibre do Malato, a palavra certa só poderia ser: "Assunção".
Confusos?
Ora bem, como explicou o apresentador, "Paulo" é o primeiro nome do jogador do FCP Paulo Assunção (fodasse, esta era de caras pá e eu aqui a pensar em S. Paulo). "Napoleão" nasceu no dia 15 de Agosto, dia de Nossa Senhora da Assunção (Tão fácil. Como é óbvio, o concorrente deveria ter pensado "Napoleão? Ainda bem que publiquei a semana passada a minha tese de doutoramento sobre a vida de Napoleão. Sei que o gajo nasceu a 15 de Agosto de 1769 às 13:30, e sendo esse o dia da Nossa Senhora da Assunção, a resposta só pode mesmo ser Assunção"). A terceira pista, "Paraguai", é a única que faz sentido, sendo no entanto ofuscada pelo surrealismo das outras. "Évora" era uma pista muito óbvia para o Malato, já que a cidade tem uma igreja da Nossa Senhora da Assunção (não consta, no entanto, que o Paulo Assunção ou o Napoleão tenham alguma vez lá rezado uma missa). Por fim, "Promoção" é um dos sinónimos de "Assunção". Mais fácil que isto era impossível.
Gosto tanto deste programa que dou cinco pistas aos nossos leitores para descobrirem o termo subjacente:
Esquimó
Bode
Doente
Otário
Pontapé
Adivinharam? Claro que sim. A palavra certa é. "Malato"!
Ora bem, o "esquimó" é conhecido por comer muita gordura para se aquecer e gordura é o que não falta ao Malato. Quanto a " Bode", quem pode esquecer a barba de bode do Malato? Mais óbvio é impossível. "Doente" é um sinónimo de Malato (fui ver ao dicionário) e "Otário" uma das suas características mais salientes. Por último " Pontapé" era o que eu gostava de lhe dar naquela peida gorda (o que remete de novo para "Esquimó"). Fodasse, mais fácil era impossível. Ou como diria o Malato "Estão a ver? Bastava pensar um bocadinho!".
sexta-feira, fevereiro 03, 2006
Lisboa treme
Cumprindo promessa jurada um ano antes, um grupo de amigos reencontrou-se... a acompanhar um tradicional "Bacalhau à Lagareiro", foi ainda servido uma enorme quantidade de atorvastina e alprazolam...
Ficam aqui algumas das fotos mais emblemáticas da noite...
sábado, janeiro 21, 2006
Fotonovela
Ramiro: “Afinal o que está combinado?”
Carla: “Pois não sei, estava distraída…”
Carlos: “Já dormia…”
Ramiro: “Grande porra! Mas ninguém prestou atenção?”
Elsa & Carla: “Nós estávamos a contar estrelas…”
Jaime: “Mas eu sei!”
Sofia: “Eu, também sei, mas não digo!”
Tiago & Cláudia (pensando): “Estes gajos estão a falar do quê?”
Jaime: “Estão todos com Alzheimer… só pode!”
Cláudia, Elsa, Carla e Empregado de Mesa: “Quê????”
Luís & Sofia: “É melhor alguém acabar com esta conversa da treta!”
Elsa (pensado): “Lá esteve este outra vez à porta da igreja para poder comer o bife. Ainda bem que não aparece lá por casa...”
Jaime: “É melhor acabar com isto…”
Tiago: “Ele agora vai dizer!”
Luís: “E nós queremos saber!”
Olga: “Diz, diz! Eu também quero ouvir!”
Sofia: “Será agora?”
Luís: “Não me distraias agora, bolas!”
Próximo fim-de-semana há jantar!!!
Agradecemos a participação a todos os actores convidados. Os nomes são inventados. Qualquer semelhança com personagens reais é pura coincidência.