quarta-feira, março 31, 2004

Check Point Charlie: CALDAS DA RAINHA 17 DE ABRIL

Não adianta cair no desespero, pois se prestarmos atenção a Antonin Artaud em O Pesa-Nervos:

Toda a escrita é porcaria. [...]
Todos aqueles que têm pontos de referência no
espírito, quem dizer, num certo lado da cabeça, em pontos
bem localizados do seu cérebro, todos aqueles que
são senhores da sua língua, todos aqueles para quem existe
altitudes na alma, e correntes no pensamento,
aqueles que são os espíritos da época, e que nomearam
essas correntes de pensamento, penso nas suas tarefas
exactas e nesse ranger de autómato que espalha por todo
o lado o seu espírito,
– são porcos.


Esta foi uma entrada muito intelectual… não foi?

Isto tudo parece como coisa de namoro… promete-se amor eterno e no entanto… apenas se recebe o efémero…

Respondendo à tua questão Francisco… tens razão o pessoal tem de se encontrar… um jantar… um almoço comprido… eu sugiro um almoço nas Caldas da RainhaSábado 17 de Abril… se não nas Caldas… tudo bem, poderá ser em Lisboa… ou noutro local… no entanto os meus queridos amigos estão em dívida… digam quantos são… eu prometo um dia inesquecível… cavalos, anões e… muito divertimento…

Have Fun

..::carlos galveias::..

terça-feira, março 30, 2004

Estou a sucumbir de tanta fome.

Ha pelo menos três semanas que aguardo avidamente pelo repasto prometido e "nicles" (nem ao menos um picles).
Nesse espaço de tempo tenho comprado todos os diários, todos os semanários, tenho escutado todas as emissões de rádio, tenho visto todos os noticiários televisivos, assinei todas as publicações de marketing e publicidade e também estou atento às produções nacionais (é o que dá não ter aulas).
Mesmo com este esforço sobre-humano não consegui vislumbrar nenhum dos, obviamente, profissionais encartados que saíram da fornada da nossa ilustre UNI, pensando humildemente que encontraria ai a razão de tão prolongada ausência de contactos. Mas não, não sei de ninguém. Nem neste pequenino pasquim, outrora bastião da informação digital nacional, que dá, estranhamente, pelo nome de BLOG@UNI e que se transformou praticamente num "diário de monólogos" (onde será que já ouvi isto?).
Por tudo isto, e também porque já estou com sintomas de subnutrição (já só peso 0,1 Tn), agradeço a qualquer alminha caridosa que dê noticias, boas ou más, mas dê.

quarta-feira, março 24, 2004

HISTÓRIAS FERROVIÁRAS XV

- João Bernardo, ponha os pés para baixo que está a incomodar o senhor.
- Nhão!
- Ó João Bernardo ouça o que a mamã está a dizer.
- À méda!
Nesta fase do dialogo abri os olhos e, através de um jornal entreaberto, vislumbrei um selecto engravatado visivelmente incomodado pelos pés enlameados do pirralho sentado à sua frente.
O azarado senhor ia lendo as noticias enquanto tentava desviar as pernas dos ataques do indiozinho que se esticava cada vez mais.
- João Bernardo a mamã já disse ao menino para se sentar direito.
- Nhão!
Neste momento e impulsionado pelo corpo já todo de fora do banco, JB agarra-se aquilo que tinha mais próximo. A visão é dantesca.
Com JB, com metade do jornal entre mãos, deitado entre os seus pés, o infeliz cinquentão de olhos fora de orbitas agarrava parte do restante vespertino em cada mão.
- Tá a ver, João Bernardo, o menino podia-se ter magoado! Vá lá, agradeça ao senhor por lhe ter amparado a queda.
- À méda!
No meio de todo este reboliço JB decide mastigar uma parte do jornal já condimentado com a sujidade das pegadas molhadas.
- Ó João Bernardo, o menino não acha que isso não se faz?
- À méda! Blurg……..
Eis que o santinho "bolsa", para o colo de tão calma progenitora, todo o conteúdo daquele satânico estomagozinho, criando uma poçazinha de aspecto toxico e odor condizente.
- Ó João B…..
- À méd…..
Clap!
- Buaaaaaaaaaaaa…
Finalmente o comboio chega a Entrecampos e pelo sorriso do meu parceiro de viagem acredito que existem momentos em que se saboreiam pequeninas vinganças.

F.Marinho



terça-feira, março 23, 2004

A mulher gorda a mim não me convém...

Bom dia a todos!!
Já estava com saudade de vir aqui ao nosso blog!
Queria só mandar um abraço a todos e desejar boa sorte para a última etapa do curso!
E já agora, o jantar é antes ou depois da páscoa???
Aquele abraço,
Luís Z.

segunda-feira, março 22, 2004

Agora...

... até ia uma sandezita e uma cervejota!


CarlaNabais
SofiaSilva
Directamente da sala 1 do Cenjor

PS: somos tão devotas que até o Dr. Sousa Martins nos abençoa pela janela....

Almocito ou um jantarito??

E que tal um almocito ou um jantarito??

Que tal?

Ouve um passarinho que me disse que os cenjores estão a pensar nisso.

Por mim, como habitualmente, pode ser ontem.

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quinta-feira, março 18, 2004

Não há verdade na mentira

É inquestionável que ocorreram pelo mundo variados actos terroristas que, em nome de uma deturpada visão religiosa, fomentam o terror através da morte indiscriminada e para os quais não existe adjectivação possível.
É verdade que essa uma corja de canalhas não se rege por parâmetros racionais nem reconhece qualquer valor humano.
É também verdade que a decisão de invadir o Iraque como forma de combate ao terrorismo, secundada pela existência de armamento e pelo acolhimento de terroristas, obteve desde logo um eco de vozes discordantes (entre as quais eu me incluo), vozes essas que em alguns países, nomeadamente em Espanha, representavam a opinião da maioria.
É também verdade que após os atentados em Madrid o governo de José Maria Aznar se comportou de forma atabalhoada tentando aproveitar-se do momento, manipulando a informação para dai retirar dividendos políticos.
É também verdade que o PP espanhol, contra todas as expectativas, perdeu as eleições de domingo.
Mas tentar justificar essa derrota com o clima de medo instalado pelo actos terroristas parece-me no mínimo "baixa" demagogia.
Citando José Pacheco Pereira, no seu artigo do Publico de hoje, " Para um democrata, eleições livres, mesmo que realizadas num ambiente de tensão, são uma genuína demonstração da vontade do povo espanhol. Estas eleições espanholas foram eleições livres e nada a dizer sobre isso. Houve manipulação de parte a parte, medo, votos de emoção? É possível. O medo é um mau conselheiro, mas o medo tanto podia "aconselhar" o voto no PP, como no PSOE. Face ao terrorismo, não há medos bons nem maus".
Mas no meio de toda a prosa que já foi escrita sobre estes assuntos há algo que ainda não consegui entender. Porque é que alguém que objectivamente era, e ainda sou, contra a invasão do Iraque tem agora que se manter calado, ou então alinhar com aqueles que a defendiam, sob pena de dar "uma vitória" ao terror?
Não serão as convicções morais mais importantes que a mentira?
Falar em "derrotismo do Ocidente" é demagógico e perigoso, não se pode confundir democracia com seguidismo, isso sim é dar "razão" aos tais canalhas.

F.Marinho

segunda-feira, março 15, 2004

Is There Anybody Out There?

Olá a "todos" os que me estão a ler, "poucos" (ou talvez não) eu sei.
Os meninos do CENJOR já estão em iaulas, como tal não têm tempo de escrevinhar umas linhitas, coitadinhos….
Os meninos do Bilot's Bar continuam desaparecidos, muitos filmes, muitos filmes (tretas), escrever é que não sabem…..
Os meninos de Marketing é que estão continuamente ocupados, à procura de notas, à procura de aulas, à procura de acabar o curso, enfim, à procura.( porque não fazer um "diagnóstico de situação desta página" - se é que sabem o que isso é )
Mas, verdade seja dita, eu não acredito nos mirones, mas que os há, há. Basta ver o crescente deste Blogue…..
Escrever é que tá quieto, e não tem sido por falta de temas…. Nem à pergunta do velhinho Roger Waters responderam, snif..snif… (se calhar também não sabem quem é, cambada de imberbes).

Mas, parafraseando alguém conhecido, "a mim ninguém me cala". Tenho dito.

quarta-feira, março 10, 2004

Is There Anybody Out There?

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Is there anybody out there?
Is there anybody out there?
Is there anybody out there?
Is there anybody out there?

Roger Waters


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segunda-feira, março 08, 2004

Cenjor

Não!! Não sou uma "ELAS", no entanto gostaria de desejar BOA SORTE a todos os que hoje iniciam a acção no CENJOR.

..::carlos galveias::..

O DIA DELAS

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Hoje não escrevo nada. ELAS que escrevam

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quarta-feira, março 03, 2004

PARABENS JAIME

Pois é, o "menino" Jaime faz hoje 29 aninhos (quase nos entas, quase nos entas).

segunda-feira, março 01, 2004

HISTÓRIAS FERROVIÁRAS XIV

Quando me sentei nos bancos laterais, rapidamente me apercebi dos invulgares vizinhos fronteiriços.
Com a cabeça encimada por uma rala pálida carapinha e com uma tez de ébano, rodava incessantemente um longo "terço" de madeira em mãos grandes e calejadas enquanto, com as pálpebras cerradas, os seus lábios se moviam em rezas silenciosas ao ritmo simultâneo das contas de madeira.
De pé, a um canto da carruagem, uma talvez jovem senhora coberta por vestes longas que impediam o vislumbre de um qualquer pedaço de pele, viajava de tal forma imóvel que se confundia com a própria composição. À sua frente, com os olhos rasgados, um outro jovem murmurava, no seu asiaticismo, uma qualquer história pessoal ao seu parceiro de cadeira com a cabeça envolta num turbante colorido.
Repentinamente dei por mim a questionar as influencias divinas e o seu papel no nosso destino. E foi a pensar no controlo do destino, envolto nesta miscelânea cultural, que compreendi, no meu papel de muzungo, que a existir deus, naquele momento, ele era o maquinista.

Quando o comboio parou saímos todos no mesmo destino.

F.Marinho