…..
Numa qualquer televisão generalista nacional diz o jornalista no local para o pivot em estúdio…
…
Não te sei responder porque tudo isto está muito confuso mas posso perguntar a uma das pessoas que estão a tentar apagar o incêndio.
- Boa tarde, estamos em directo para o Parvo Canal, como se sente neste momento?
- Bem obrigado, já morreram todas as cabritas quê tinha, da horta nem falar, mas não há males que não venham por bem…
- Refere-se à onda de solidariedade que se denota em redor?
- Olhe quê-cá-nã-sei falar estrangeiro e nã vale a pena fazer-me perguntas sobre política quisso é lá pós gajos de Lisboa.
- Quer dizer que não culpabiliza o governo pelo drama que estamos a testemunhar.
- Eu pra já não sou testemunha de nada, nem vi o acidente, e nã me venha falar do Durão quê cá pra mim fez muito bem em ter ido lá prás europas.
- E sobre esta situação, quer fazer mais algum comentário?
- Enquanto falávamos também já me ardeu a casita mas pelo menos apareci na televisão.
- E "prontos" foi a reportagem possível daqui deste "inferno na terra plantado", passo a palavra ao estúdio e vou beber uma jeca quisto de andar por aqui cansa.
…
O benfica contrata novo reforço….
…
Triste pais...
...O meu
sexta-feira, julho 30, 2004
quarta-feira, julho 28, 2004
"Silly Season"
Carissimos,
Como o Carlos adiantou em 1ª mão, lá vou eu apanhar uns escaldões (+ vírus do Nilo), para o Algarve!
E como sempre tenho 5 certezas: Venho de lá mais cansado do que fui, com um escaldão, com uma certa pronúncia inglesa, sem fígado e sem dinheiro!
Fiquei muito contente com a ideia da tertúlia e até gostava de sugerir um sitio simbólico para a primeira: "Aquela livraria no Bairro Alto", é uma ideia!
Mas estou com muitas mais, para já acho que o importante é mesmo arrancar com a primeira! Setembro é excelente!
Prometo que entre um escaldão e uma bifa, vou-me esforçar para me lembrar de mais temas e convidados para as tertúlias.
Francisco e Carlos podem contar com o meu total apoio!
Aproveito então para desejar umas boas férias a todos,
e um até breve
Aquele abraço
Luís Zúquete
PS- Espero que gostem das fotos: Carlos acabou-se o teu monopólio gráfico!!!
Como o Carlos adiantou em 1ª mão, lá vou eu apanhar uns escaldões (+ vírus do Nilo), para o Algarve!
E como sempre tenho 5 certezas: Venho de lá mais cansado do que fui, com um escaldão, com uma certa pronúncia inglesa, sem fígado e sem dinheiro!
Fiquei muito contente com a ideia da tertúlia e até gostava de sugerir um sitio simbólico para a primeira: "Aquela livraria no Bairro Alto", é uma ideia!
Mas estou com muitas mais, para já acho que o importante é mesmo arrancar com a primeira! Setembro é excelente!
Prometo que entre um escaldão e uma bifa, vou-me esforçar para me lembrar de mais temas e convidados para as tertúlias.
Francisco e Carlos podem contar com o meu total apoio!
Aproveito então para desejar umas boas férias a todos,
e um até breve
Aquele abraço
Luís Zúquete
PS- Espero que gostem das fotos: Carlos acabou-se o teu monopólio gráfico!!!
terça-feira, julho 27, 2004
Reflexão sobre o tema proposto para a primeira tertúlia da comunidade BLOG@UNI, O Fenómeno Bloguista e a Censura…
O tema proposto é muito ambicioso, mais, penso até que tem alguma história de bastidores que não foi convenientemente publicitada… apesar de esta ser uma grei de reputados comunicadores.
Na verdade trata-se de um tema aliciante, penso no entanto que a sua segunda parte – a questão da censura – acabará por merecer uma discussão mais fervorosa… veremos…
O fenómeno da censura sempre me fascinou… mas afinal o que é a censura?
Censura
Substantivo feminino
1. Condenação; crítica; reprovação social;
2. Exame crítico de obras, espectáculos ou publicações segundo critérios morais ou políticos e exercício do poder de autorizar ou não a sua exposição ou publicação;
3. Repreensão; admoestação;
4. PSICOLOGIA (psicanálise): recalcamento no inconsciente de elementos da vida psíquica considerados inaceitáveis pela sociedade;
5. RELIGIÃO: pena eclesiástica; censura teológica, juízo negativo pronunciado pela Igreja acerca de um ponto de doutrina teológica;
6. Tribunal encarregado de censurar;
7. POLÍTICA: moção de censura sanção dirigida à política de um governo e apresentada a uma assembleia para votação;
(Do lat. censúra-, «id.»)
Estão a ver? É por este motivo que a censura tanto fascínio exerce sobre a minha pobre existência.
Não, não está relacionada com política neste momento… apesar de hoje ter sido o dia das moções de rejeição… e das grandes opções politicas nacionais… (meu Deus)…
Vou tentar explicar-me melhor…
Começando pelo existencialismo, de que Satre foi um dos ilustres representantes, em que é advogado que a vida não é mais do que as somas das lutas do indivíduo com a sociedade. Como indivíduos somos forçados a tomar decisões, geralmente são decisões erradas, i. e., são prejudiciais para o próprio decisor. Para muitos pensadores desta corrente filosófica, a liberdade de escolha é sinónimo de infortúnio.
É a partir desta premissa que justificam a necessidade de existência de regras sociais, como uma tentativa de limitação de escolhas próprias. Por outras palavras, quanto mais estruturada e organizada a sociedade, mais funcional ela se torna. O indivíduo abdica do seu maior bem, a sua individualidade.
Não será necessário explicar muito mais para rapidamente concluirmos que esta forma de pensar apenas poderá tender para o desabrochar de uma sociedade autoritária… não admira que todos estes pensadores/filósofos foram partidários de regimes totalitaristas, como Satre em relação a Hitler e à União Soviética…
E agora – para quem está a ter a imensa paciência de ler até aqui – estou a chegar aquilo que pretendo defender…
A nossa sociedade está a atravessar uma crise de existencialismo… assiste-se a uma grande preocupação – muito hipócrita – de adopção de um comportamento socialmente correcto, ou, se preferirem, politicamente correcto.
Não sei se fizeram este exercício: tentar discutir a recente – actual – realidade política em Portugal. Na verdade assistimos a um episódio, no mínimo, de características feudais. A transição de poder entre os “homens bons”, no nosso caso foi mais entre os "homens hábeis".
O que eu me apercebi foi a resignação, a dúvida e uma grande indefinição. O grande número de pessoas prefere aguardar para tentar medir a temperatura da maioria, da opinião pública, como agora se diz. É tão fácil ter a mesma opinião da maioria das pessoas do meio social em que nos movimentamos. Aqui regressamos ao existencialismo: é preferível não fazer a escolha e aguardar as instruções de uma maioria.
Sendo assim, é perfeitamente aceite por esta sociedade que haja censura. Talvez não aquela dos antigos censores da PIDE de lápis vermelho, mas uma censura mais fácil de suportar… como a censura do direito a uma informação isenta e objectiva. Se nós não vamos decidir que motivo poderia justificar o acesso à informação. Nós não necessitamos de informação, apenas de entretenimento… para que o tempo passe de uma forma suportável…
Resumindo a censura existe e existe porque foi uma opção nossa… e como uma opção/decisão nossa é sempre uma opção/decisão errada… bem-haja o Prozac… e… fico por aqui – um pouco de auto-censura também é simpático e ajuda-me a enquadrar…
Apenas para terminar: neste espaço não deverá haver censura… nenhum de nós deverá ter receio de se masturbar intelectualmente, correndo o risco de ser censurado pelos restantes… penso que foi esse um dos fundamentos que esteve presente na génese deste espaço… MAIS: o blogues estam a revelar-se como um dos maiores bastiões anti-censura, será bom que assim o seja.
Meus amigos… sejam espíritos livres e… have fun
(Fico à espera para saber quem é que me vai censurar…)
Na verdade trata-se de um tema aliciante, penso no entanto que a sua segunda parte – a questão da censura – acabará por merecer uma discussão mais fervorosa… veremos…
O fenómeno da censura sempre me fascinou… mas afinal o que é a censura?
Censura
Substantivo feminino
1. Condenação; crítica; reprovação social;
2. Exame crítico de obras, espectáculos ou publicações segundo critérios morais ou políticos e exercício do poder de autorizar ou não a sua exposição ou publicação;
3. Repreensão; admoestação;
4. PSICOLOGIA (psicanálise): recalcamento no inconsciente de elementos da vida psíquica considerados inaceitáveis pela sociedade;
5. RELIGIÃO: pena eclesiástica; censura teológica, juízo negativo pronunciado pela Igreja acerca de um ponto de doutrina teológica;
6. Tribunal encarregado de censurar;
7. POLÍTICA: moção de censura sanção dirigida à política de um governo e apresentada a uma assembleia para votação;
(Do lat. censúra-, «id.»)
Estão a ver? É por este motivo que a censura tanto fascínio exerce sobre a minha pobre existência.
Não, não está relacionada com política neste momento… apesar de hoje ter sido o dia das moções de rejeição… e das grandes opções politicas nacionais… (meu Deus)…
Vou tentar explicar-me melhor…
Começando pelo existencialismo, de que Satre foi um dos ilustres representantes, em que é advogado que a vida não é mais do que as somas das lutas do indivíduo com a sociedade. Como indivíduos somos forçados a tomar decisões, geralmente são decisões erradas, i. e., são prejudiciais para o próprio decisor. Para muitos pensadores desta corrente filosófica, a liberdade de escolha é sinónimo de infortúnio.
É a partir desta premissa que justificam a necessidade de existência de regras sociais, como uma tentativa de limitação de escolhas próprias. Por outras palavras, quanto mais estruturada e organizada a sociedade, mais funcional ela se torna. O indivíduo abdica do seu maior bem, a sua individualidade.
Não será necessário explicar muito mais para rapidamente concluirmos que esta forma de pensar apenas poderá tender para o desabrochar de uma sociedade autoritária… não admira que todos estes pensadores/filósofos foram partidários de regimes totalitaristas, como Satre em relação a Hitler e à União Soviética…
E agora – para quem está a ter a imensa paciência de ler até aqui – estou a chegar aquilo que pretendo defender…
A nossa sociedade está a atravessar uma crise de existencialismo… assiste-se a uma grande preocupação – muito hipócrita – de adopção de um comportamento socialmente correcto, ou, se preferirem, politicamente correcto.
Não sei se fizeram este exercício: tentar discutir a recente – actual – realidade política em Portugal. Na verdade assistimos a um episódio, no mínimo, de características feudais. A transição de poder entre os “homens bons”, no nosso caso foi mais entre os "homens hábeis".
O que eu me apercebi foi a resignação, a dúvida e uma grande indefinição. O grande número de pessoas prefere aguardar para tentar medir a temperatura da maioria, da opinião pública, como agora se diz. É tão fácil ter a mesma opinião da maioria das pessoas do meio social em que nos movimentamos. Aqui regressamos ao existencialismo: é preferível não fazer a escolha e aguardar as instruções de uma maioria.
Sendo assim, é perfeitamente aceite por esta sociedade que haja censura. Talvez não aquela dos antigos censores da PIDE de lápis vermelho, mas uma censura mais fácil de suportar… como a censura do direito a uma informação isenta e objectiva. Se nós não vamos decidir que motivo poderia justificar o acesso à informação. Nós não necessitamos de informação, apenas de entretenimento… para que o tempo passe de uma forma suportável…
Resumindo a censura existe e existe porque foi uma opção nossa… e como uma opção/decisão nossa é sempre uma opção/decisão errada… bem-haja o Prozac… e… fico por aqui – um pouco de auto-censura também é simpático e ajuda-me a enquadrar…
Apenas para terminar: neste espaço não deverá haver censura… nenhum de nós deverá ter receio de se masturbar intelectualmente, correndo o risco de ser censurado pelos restantes… penso que foi esse um dos fundamentos que esteve presente na génese deste espaço… MAIS: o blogues estam a revelar-se como um dos maiores bastiões anti-censura, será bom que assim o seja.
Meus amigos… sejam espíritos livres e… have fun
(Fico à espera para saber quem é que me vai censurar…)
segunda-feira, julho 26, 2004
FÉRIAS
Não, ainda não vou de férias. Mas que já precisava delas, aí isso já.
Alguns dos meus amigos estão a despedir-se para férias (ou a tentar criar climas de inveja) e, resultado da época, este pasquim começa a ficar sem escribas, mas estranhamente continua a ter uma afluência de leitores/voyeurs que já se transformou em tradição.
(sim, é contigo que estou a falar)
Neste momento grassam as saudades, dos tempos de convívios diários, que só são mitigadas por breves e escassos encontros com alguns de vós.
Foi num desses encontros que ouvi múltiplas queixas de censura, recheadas de impropérios, que "aparentemente" ocorreram neste Blog. Foi neste lamento que descortinei a minha proposta para primeiro debate/tertúlia a realizar em Setembro próximo, no local que um de vós já me propôs (falta propor aos restantes, vá lá rapaz, coragem - tu sabes que eu sei, que tu sabes…arre).
Assim sendo proponho para análise o seguinte tema:
O Fenómeno Bloguista e a Censura - a realizar no dia 25/09/2004 (sábado).
Nessa altura já não há relatórios para fazer (chega de desculpas, ou pelo menos decorem-nas para não as repetirem).
Esperam-se propostas ou reclamações, tanto faz, desde que as façam.
Alguns dos meus amigos estão a despedir-se para férias (ou a tentar criar climas de inveja) e, resultado da época, este pasquim começa a ficar sem escribas, mas estranhamente continua a ter uma afluência de leitores/voyeurs que já se transformou em tradição.
(sim, é contigo que estou a falar)
Neste momento grassam as saudades, dos tempos de convívios diários, que só são mitigadas por breves e escassos encontros com alguns de vós.
Foi num desses encontros que ouvi múltiplas queixas de censura, recheadas de impropérios, que "aparentemente" ocorreram neste Blog. Foi neste lamento que descortinei a minha proposta para primeiro debate/tertúlia a realizar em Setembro próximo, no local que um de vós já me propôs (falta propor aos restantes, vá lá rapaz, coragem - tu sabes que eu sei, que tu sabes…arre).
Assim sendo proponho para análise o seguinte tema:
O Fenómeno Bloguista e a Censura - a realizar no dia 25/09/2004 (sábado).
Nessa altura já não há relatórios para fazer (chega de desculpas, ou pelo menos decorem-nas para não as repetirem).
Esperam-se propostas ou reclamações, tanto faz, desde que as façam.
quinta-feira, julho 22, 2004
terça-feira, julho 20, 2004
COMMUNICARE
Imaginem que existe um grupo de pessoas que se reúne de seis em seis meses para um tertúlia sobre comunicação.
Imaginem que esse mesmo grupo tem, para essas reuniões, um conjunto de regras simples:
- Cada tertúlia é da responsabilidade do "cientista da comunicação" nomeado/sorteado para esse efeito;
- Os temas a debater devem ser previamente conhecidos dos intervenientes;
- Todos os cientistas se comprometem a estudar o tema proposto, garantindo assim a proficuidade da tertúlia;
- A cada um dos cientistas da comunicação é permitido levar convidados, garantindo a sua pertinência para o debate;
- São aceites pelo "Communicare" todos os temas que versem sobre as ciências da comunicação;
Imaginem que a primeira tertúlia ocorrerá em meados de Setembro.
Imaginem um primeiro tema.
Imaginem que se aceitam inscrições.
Imaginem que se aceitam propostas.
Imaginem
Imaginem que esse mesmo grupo tem, para essas reuniões, um conjunto de regras simples:
- Cada tertúlia é da responsabilidade do "cientista da comunicação" nomeado/sorteado para esse efeito;
- Os temas a debater devem ser previamente conhecidos dos intervenientes;
- Todos os cientistas se comprometem a estudar o tema proposto, garantindo assim a proficuidade da tertúlia;
- A cada um dos cientistas da comunicação é permitido levar convidados, garantindo a sua pertinência para o debate;
- São aceites pelo "Communicare" todos os temas que versem sobre as ciências da comunicação;
Imaginem que a primeira tertúlia ocorrerá em meados de Setembro.
Imaginem um primeiro tema.
Imaginem que se aceitam inscrições.
Imaginem que se aceitam propostas.
Imaginem
segunda-feira, julho 19, 2004
Alguém tem coragem?
Autónoma abre as inscrições para o II Mestrado em Ciências da Comunicação pretendendo desta forma proporcionar formação avançada e de carácter marcadamente interdisciplinar com áreas de conhecimento relacionadas com as Ciências da Comunicação, assim como, a aquisição de capacidades e competências técnicas.
Constituindo-se num instrumento de valorização cientifica, profissional e de actualização para licenciados.
Direcção Cientifica: Professor Doutor Antonio Sanchéz-Bravo
Horário Pós-Laboral: 2ª, 3ª e 4ª feira das 19h às 22h.
Carga horária de cada disciplina: 45h em aulas de 3h/semana.
Carga horária do Mestrado: 270h lectivas em três dias/semana.
1º semestre
Prof.º Doutor Luís Moita - Mundo Contemporâneo
Prof.ª Doutora Isabel Marcos - Semióticas Aplicadas
Prof.º Doutor Bernardo Nosti e Outros- Linguagens Comunicacionais Contemporâneas
2º semestre
Prof.º Doutor João Maria Mendes - Seminário de Comunicação política
Prof.º Doutor Luís Carmelo - Seminário de Cultura e Comunicação
Prof.º Doutor José A. dos S. Alves - Espaço Público e Modernidade
3º semestre:
Redacção e defesa pública da Dissertação de Mestrado.
Redacção da Dissertação de Mestrado sob a orientação de um dos docentes.
Defesa pública da Dissertação de Mestrado perante Júri constituído por: Orientador, Arguente exterior, Doutor docente no Curso de Ciências da Comunicação da U.A.L. (que preside).
Acesso ao Mestrado
A inscrição no Mestrado é alargada de Acordo com a Declaração de Bolonha a todas as licenciaturas que tenham obtido esse grau com média final igual ou superior a 14 valores.
Início do Mestrado: Outubro de 2004
*Preços especiais para antigos alunos, professores da UAL e sócios do Sindicato dos Jornalistas.
Informações e Inscrições:
Universidade Autónoma de Lisboa
N.º Verde Grátis 800 291 291
Rua de Santa Marta, 56 - 1169-023 LISBOA
Tel.: 21 317 76 00 Fax: 21 353 37 02
secgeral@universidade-autonoma.pt
Ou ainda:
Departamento de Ciências da Comunicação
Dr.ª Ana Nunes Pedro
Tel.: 21 392 92 69 / Fax: 21 392 92 66
Eu não sei se tinha...
Abraço a todos,
Luís Zúquete
Constituindo-se num instrumento de valorização cientifica, profissional e de actualização para licenciados.
Direcção Cientifica: Professor Doutor Antonio Sanchéz-Bravo
Horário Pós-Laboral: 2ª, 3ª e 4ª feira das 19h às 22h.
Carga horária de cada disciplina: 45h em aulas de 3h/semana.
Carga horária do Mestrado: 270h lectivas em três dias/semana.
1º semestre
Prof.º Doutor Luís Moita - Mundo Contemporâneo
Prof.ª Doutora Isabel Marcos - Semióticas Aplicadas
Prof.º Doutor Bernardo Nosti e Outros- Linguagens Comunicacionais Contemporâneas
2º semestre
Prof.º Doutor João Maria Mendes - Seminário de Comunicação política
Prof.º Doutor Luís Carmelo - Seminário de Cultura e Comunicação
Prof.º Doutor José A. dos S. Alves - Espaço Público e Modernidade
3º semestre:
Redacção e defesa pública da Dissertação de Mestrado.
Redacção da Dissertação de Mestrado sob a orientação de um dos docentes.
Defesa pública da Dissertação de Mestrado perante Júri constituído por: Orientador, Arguente exterior, Doutor docente no Curso de Ciências da Comunicação da U.A.L. (que preside).
Acesso ao Mestrado
A inscrição no Mestrado é alargada de Acordo com a Declaração de Bolonha a todas as licenciaturas que tenham obtido esse grau com média final igual ou superior a 14 valores.
Início do Mestrado: Outubro de 2004
*Preços especiais para antigos alunos, professores da UAL e sócios do Sindicato dos Jornalistas.
Informações e Inscrições:
Universidade Autónoma de Lisboa
N.º Verde Grátis 800 291 291
Rua de Santa Marta, 56 - 1169-023 LISBOA
Tel.: 21 317 76 00 Fax: 21 353 37 02
secgeral@universidade-autonoma.pt
Ou ainda:
Departamento de Ciências da Comunicação
Dr.ª Ana Nunes Pedro
Tel.: 21 392 92 69 / Fax: 21 392 92 66
Eu não sei se tinha...
Abraço a todos,
Luís Zúquete
sábado, julho 17, 2004
Ainda é verdade…
Ainda é verdade… existem mulheres extraordinárias… eu sou o homem das paixões… é verdade, tenho a tendência de me apaixonar com grande facilidade… o que posso fazer… tenho a mania que sou um espírito livre, mas… muito infelizmente… já não existem muitos espíritos livres…
Hoje fui cortar o cabelo… que posso dizer? Estava a ficar um pouco grande… para o selvagem… todos sabem como é…
Como tinha algum dinheiro no bolso, decidi ir ao barbeiro… sim, barbeiro, não fui a um cabeleireiro… não gosto da música dos YMCA…
Gosto de lá ir… é sossegado… mesmo calmo… “Boa tarde senhor Galveias…”… já algum dos estimados colegas falou assim para mim??? Pois… é por isso que lá gosto de ir… um ambiente masculino… muito macho, apesar do “barbeiro” ser um cabeleireiro…
O meu problema é sempre a conversa inicial… “Então está tudo bem?”… “Como é que tem passado?”… “Está na altura das férias… não é verdade?”…
Bem… toda a conversa da treta… sem ofensa… eu até gosto muito do António Feio e do… outro… esta porra da idade… como é? Como é que ele se chama? Sim, sim… o tipo do anúncio do Office Center… ok… não me lembro… mas para continuar, vamos chamar ao meu amigo: José Pedro Santana Lopes… o nome assim fica também cómico…
Bom, estava a contar a minha história… o tal cabeleireiro… apenas sei que não é gay porque é do Sporting… caso contrário… bem, que larilas… pergunta-me se está tudo no sitio… eu apalpo-me… “Sim, parece que sim…”… “Então o que veio cá fazer?”… essa é uma pergunta complicada… não tinha ligado à minha mãe… corte curto? Apenas as pontas? Que tal só as patilhas? Uma permanente…?
Foi um stress (como eu compreendo tão bem o nosso Presidente da Bananalândia…)… por fim enchi-me de coragem – sim, o meu adversário era apenas um cabeleireiro – “Bom, vou pensar… pode primeiro passar o pente 2 a este puto chato que acabou de chegar…” e assim foi… um garoto – naquela idade em que não se é ninguém (tipo 35/38 anos)… passou à minha frente…
Tentei calcular o tempo… lavar cabelo… cortar… secar… lavar… gel… ok, 15 minutos…
Para descontrair agarrei em algo para ler… a escolha não era muita… DN (+DNA), A Bola e aquela revista cujo nome eu não sei… mas tem sempre uma moça com ar de doméstica na capa… começa por M e tem um X algures… não, também não é a Máxima… talvez Maxim… pois, não sei… mas a miúda deste mês nem é nada de especial… conheço muitas miúdas se tirassem os óculos… bom… esta não é nada de especial, talvez será melhor comprar a edição de Agosto…
A minha escolha – tinha de ser – foi o DN… melhor o suplemento, o DNA…
A edição é dedicada a uma grande mulher… a Maria de Lourdes… não, não, não é a Modesto, mas sim a Pintasilgo…
A foto de capa é boa… transmite de a ideia de uma mulher de convicções… que para variar até é simpático… (ATENÇÃO: Convicções esclarecidas… não apenas convicções…)
Começo a esfolhar a revista… a pensar ainda no corte de cabelo…
O que vou dizer… máquina 0… só as pontas…
O meu filho tem mais sorte… no barbeiro dele tem a Playstation 2… ele começa a jogar… no fim, olha para o espelho… está sempre bem…
Mas continuando o meu dilema…
Por sorte… logo na página quatro… surge a minha salvação… um artigo de opinião de Pedro Rolo Duarte… (que eu detesto…)… ele começa assim (citando o grande Joe E. Lewis): “Comecei uma dieta rigorosa: cortei nas bebidas e comidas pesadas, e em catorze dias perdi duas semanas”…
Levantei-me e disse ao António… o tal barbeiro/cabeleireiro… que escolhesse… pois: “A partir de agora, é igual… Pode ser Vitorino e sair Sócrates, ou vice-versa. Posso votar em Santana e sair-me Jardim… Posso votar só na palavra «Portas» - e o Presidente que decida se é o Paulo ou o Miguel. Ou até Helena Sacadura Cabral. A política já tinha batido no fundo… faltava alguém que lhe atirasse terra acima”…
O António mandou-me embora… que voltasse depois do congresso, lá para meados de Setembro… agora não… estava muito ocupado…
Tou lindo… o cabelo está enorme… mas estou mais descansado… o meu barbeiro/cabeleireiro está a ponderar o meu futuro… que bom… eu não tenho de escolher… ainda vos vou aparecer de cabelo verde…
..:: have fun:..:carlos Galveias::..
Hoje fui cortar o cabelo… que posso dizer? Estava a ficar um pouco grande… para o selvagem… todos sabem como é…
Como tinha algum dinheiro no bolso, decidi ir ao barbeiro… sim, barbeiro, não fui a um cabeleireiro… não gosto da música dos YMCA…
Gosto de lá ir… é sossegado… mesmo calmo… “Boa tarde senhor Galveias…”… já algum dos estimados colegas falou assim para mim??? Pois… é por isso que lá gosto de ir… um ambiente masculino… muito macho, apesar do “barbeiro” ser um cabeleireiro…
O meu problema é sempre a conversa inicial… “Então está tudo bem?”… “Como é que tem passado?”… “Está na altura das férias… não é verdade?”…
Bem… toda a conversa da treta… sem ofensa… eu até gosto muito do António Feio e do… outro… esta porra da idade… como é? Como é que ele se chama? Sim, sim… o tipo do anúncio do Office Center… ok… não me lembro… mas para continuar, vamos chamar ao meu amigo: José Pedro Santana Lopes… o nome assim fica também cómico…
Bom, estava a contar a minha história… o tal cabeleireiro… apenas sei que não é gay porque é do Sporting… caso contrário… bem, que larilas… pergunta-me se está tudo no sitio… eu apalpo-me… “Sim, parece que sim…”… “Então o que veio cá fazer?”… essa é uma pergunta complicada… não tinha ligado à minha mãe… corte curto? Apenas as pontas? Que tal só as patilhas? Uma permanente…?
Foi um stress (como eu compreendo tão bem o nosso Presidente da Bananalândia…)… por fim enchi-me de coragem – sim, o meu adversário era apenas um cabeleireiro – “Bom, vou pensar… pode primeiro passar o pente 2 a este puto chato que acabou de chegar…” e assim foi… um garoto – naquela idade em que não se é ninguém (tipo 35/38 anos)… passou à minha frente…
Tentei calcular o tempo… lavar cabelo… cortar… secar… lavar… gel… ok, 15 minutos…
Para descontrair agarrei em algo para ler… a escolha não era muita… DN (+DNA), A Bola e aquela revista cujo nome eu não sei… mas tem sempre uma moça com ar de doméstica na capa… começa por M e tem um X algures… não, também não é a Máxima… talvez Maxim… pois, não sei… mas a miúda deste mês nem é nada de especial… conheço muitas miúdas se tirassem os óculos… bom… esta não é nada de especial, talvez será melhor comprar a edição de Agosto…
A minha escolha – tinha de ser – foi o DN… melhor o suplemento, o DNA…
A edição é dedicada a uma grande mulher… a Maria de Lourdes… não, não, não é a Modesto, mas sim a Pintasilgo…
A foto de capa é boa… transmite de a ideia de uma mulher de convicções… que para variar até é simpático… (ATENÇÃO: Convicções esclarecidas… não apenas convicções…)
Começo a esfolhar a revista… a pensar ainda no corte de cabelo…
O que vou dizer… máquina 0… só as pontas…
O meu filho tem mais sorte… no barbeiro dele tem a Playstation 2… ele começa a jogar… no fim, olha para o espelho… está sempre bem…
Mas continuando o meu dilema…
Por sorte… logo na página quatro… surge a minha salvação… um artigo de opinião de Pedro Rolo Duarte… (que eu detesto…)… ele começa assim (citando o grande Joe E. Lewis): “Comecei uma dieta rigorosa: cortei nas bebidas e comidas pesadas, e em catorze dias perdi duas semanas”…
Levantei-me e disse ao António… o tal barbeiro/cabeleireiro… que escolhesse… pois: “A partir de agora, é igual… Pode ser Vitorino e sair Sócrates, ou vice-versa. Posso votar em Santana e sair-me Jardim… Posso votar só na palavra «Portas» - e o Presidente que decida se é o Paulo ou o Miguel. Ou até Helena Sacadura Cabral. A política já tinha batido no fundo… faltava alguém que lhe atirasse terra acima”…
O António mandou-me embora… que voltasse depois do congresso, lá para meados de Setembro… agora não… estava muito ocupado…
Tou lindo… o cabelo está enorme… mas estou mais descansado… o meu barbeiro/cabeleireiro está a ponderar o meu futuro… que bom… eu não tenho de escolher… ainda vos vou aparecer de cabelo verde…
..:: have fun:..:carlos Galveias::..
segunda-feira, julho 12, 2004
PREMONIÇÃO
Já Camões então escrevia...
"(...) Cá, onde o mal se afina e o bem se dana,
E pode mais que a honra a tirania;
Cá, onde a errada e cega monarquia
Cuida que um nome vão a Deus engana (...);"
"(...) Cá, onde o mal se afina e o bem se dana,
E pode mais que a honra a tirania;
Cá, onde a errada e cega monarquia
Cuida que um nome vão a Deus engana (...);"
sábado, julho 10, 2004
Só te falta mais um bocadinho...
Já alguém tinha feito a previsão… faltou um Danoninho (“Só te falta um bocadinho”) ao mais alto magistrado da Nação… afinal não passa mesmo de um Notário do Governo… da Direita… será que com a idade ele ande um pouco confuso… identidade dupla? "Dr. Jackle" und "Mr. Hyde"?
Afinal quem tem medo? E quem tem medo não compra um cão, não é isso que a voz do povo diz?
Querem saber mais sobre ele???
Confesso que depois de ler esta entrevista me sinto muito melhor... até fui à procura da bandeira nacional, já estava arrumada à espera de dias que lhe fossem dignos... coloquei-a a meia haste...
fútil
adjectivo 2 géneros
1. que tem pouco ou nenhum valor; insignificante; vão;
2. que dá muita importância a coisa inúteis, superficiais ou sem valor; leviano; frívolo; pouco profundo;
(Do lat. futìle-, «id.»)
ignóbil
adjectivo 2 géneros
desprovido de nobreza; que mostra baixeza moral; vil; desprezível; reles;
(Do lat. ignobìle-, «não nobre»)
embuste
substantivo masculino
mentira artificiosa; ardil; patranha; logro;
(Deriv. regr. de embusteiro)
falso
adjectivo
1. não verdadeiro;
2. mentiroso;
3. fingido; simulado;
4. desleal; traidor;
5. falsificado;
6. suposto; aparente;
7. que não assenta em bases sólidas;
substantivo masculino
1. indivíduo traiçoeiro;
2. aquilo que não é verdadeiro;
3. local oculto em edifício ou móvel, geralmente usado para guardar algo;
advérbio
Com falsidade;
bolso falso bolso feito no forro dos casacos;
em falso em vão;
(Do lat. falsu-, «id.»)
bobo [o ]
substantivo masculino
1. HISTÓRIA indivíduo, geralmente defeituoso e ridículo, que divertia os príncipes e os nobres com ditos chocarreiros, truanices e esgares;
2. figurado pessoa que pretende divertir os outros com ditos tolos e momices; bufão; truão;
adjectivo
1. parvo; estúpido;
2. Brasil pasmado;
(Do lat. balbu-, «gago», pelo cast. bobo, «tolo»)
inconsequente
adjectivo 2 géneros
1. que não é consequente;
2. que não revela sequência lógica; incoerente; contraditório;
3. irreflectido; imponderado;
4. que não tem consequências;
(Do lat. inconsequente-, «id.»)
desprezível
adjectivo 2 géneros
que merece desprezo; vil; miserável;
(De desprezar+-í-+-vel)
sórdido
adjectivo
1. sujo; imundo;
2. repugnante;
3. vil; torpe; baixo;
4. mesquinho;
(Do lat. sordìdu-, «id.»)
Estas são algumas das palavras que resultaram de um brainstrom olhando para esta carinha laroca...
Pedro Santana Lopes
O pai sempre lhe chamou Fernão Capelo Gaivota. Porque voa sozinho e não conhece o seu bando. Acutilante na política, Pedro Santana Lopes está sempre pronto para voar mais alto. Com a Máxima, planou sobre temas mais privados.
MÁXIMA, por Leonor Xavier
A travessia da Baixa de Lisboa até à Praça do Município é o deslumbramento da cidade der-ramada até ao rio. E a chegada aos Paços do Concelho, assento da Câmara Municipal, é a austeridade da instituição, com todos os sinais próprios de grandeza. A envergadura imensa das abóbadas, as portas, as janelas, os espelhos e ta-lhas douradas, o desenho da escadaria, as passadeiras e tapetes, o enquadramento dos móveis e assentos, sabiamente ordenados e oferecidos no Salão Nobre, para a espera de quem venha para ser recebido pelo presidente em audiência. Privada, neste caso.
Como organiza o seu tempo?
Os meus dias são mais compridos do que o normal. De manhã entro na Câmara às 10, 10 e meia, saio 12 horas depois. Muitas vezes janto à meia-noite. Ainda hoje saí de uma reunião na Câmara às nove e meia, tinha um jantar sentado, a que cheguei tarde. É tudo assim. A Câmara absorve nove décimos do meu tempo. Também há datas comemorativas, homenagens, sessões solenes. É difícil ser presidente da Câmara, as pessoas estão sempre a falar-me da Câmara, muitas vezes é a vida delas que está em causa. Adorava poder sair, estar descansado. Quando tenho um sábado livre, estou todo o dia quase inanimado, a olhar pela janela, a ouvir música, a esticar as pernas. É um bem raro não ter nada na agenda. O tempo interior é o que me faz mais falta.
E a sua vida privada?
Apesar desta pressão, tenho, de alguma forma, uma vida própria. Os meus filhos passam comigo semana sim, semana não. Os três mais novos – o de 14 anos e os gémeos de 11 – vêm sempre juntos, estão ao mesmo tempo. Nesses dias tomamos o pequeno-almoço, e aos fins-de-semana, temos o almoço de domingo. Muitas vezes também janto com eles ao sábado. Todos sabem que é assim, semana sim, semana não. Pelo menos, estamos juntos, em família.
E enquanto viveu na Figueira da Foz, como presidente da Câmara?
Foram quatro anos duros.
Como conseguiu chegar a este equilíbrio?
Tenho sorte, tudo se entende bem, até as mães se entendem bem entre si. Os irmãos mais velhos, de 23 e 20 anos, já ajudam a tomar conta dos mais novos, a levá-los e a trazê-los de festas aos fins-de-semana. Nos estudos, estão bem, graças a Deus. Uns melhor que os outros, mas vão passando. O grande mérito é ter cinco filhos muito unidos, como se vivessem sempre juntos. Os dois mais velhos, de mães diferentes, sempre cresceram um com o outro. É muito bonito vê-los os dois, saber que quase todos os dias combinam coisas, a ligação que têm é extraordinária. Se um deles tem piores notas, o outro explica, justifica-o. Quando todos se encontram, os mais novos saltam para o colo dos mais velhos. Somos uma família cigana.
E uma família grande?
O meu pai tem 13 netos, a mais nova chama-se Maria do Mar. Adoro esse nome. A minha irmã mais nova teve-a há um ano.
Foi influenciado por essa matriz?
A matriz da família era o matriarcado. O pai tem desempenhado o papel de chefe de família, sempre falou pouco mas bem. A mãe era a secretária-geral da família. No Natal, sentimos muito a falta dela. Passámos em casa do meu segundo irmão. Ele é como a mãe, gosta de receber e organizar.
A família é o espaço de liberdade?
Cada vez mais. Mesmo com as pessoas com quem trabalho, estabeleço essa relação. Quando me zango, digo-lhes que só nos zangamos com as pessoas de quem gostamos.
Sem correr o risco de magoá-las?
Quando as pessoas não respeitam aquilo que os outros sentem, falta-lhes porem-se no lugar do outro. Esse é um exercício que faço há muito tempo. O meu pai exigia-nos que o fizéssemos, dizia que é bom, para sabermos compreender a diferença.
A sua experiência como secretário de Estado da Cultura foi especial?
A Cultura deu-me muito. Depois daquele tempo, passei a sentir que não há no Governo nenhuma pasta mais bonita, por tudo, quase não é preciso explicar porquê. Pelo que se vê e a que se tem acesso, pelas pessoas que se conhece. No Teatro La Fenice, estive com Jorge Semprun, com Jacques Lang. Tive o privilégio de conhecer Maria Helena Vieira da Silva, de tomar chá com ela em Paris. Quando foi o enterro, pensei que vivia à espera de ir ter com o Arpad [Szenes]. Eles viveram a paz que o amor dá, que raramente dá. Ainda agora recebi de Agustina [Bessa-Luís] o livro Sebastião José, com uma dedicatória em que ela me diz, a propósito de tudo o que perdura, que tem de ter amor e alguma dimensão trágica.
Além da Agustina, que gosta muito de si, há alguém que admire, de quem queira falar?
Sim, há uma pessoa, o padre Armindo Garcia, prior de Santo António do Estoril, que esteve no Seminário de Caparide e que é um amigo e um confidente, meu confessor de sempre. A sua convicção de fé é impressionante, é uma fé quase absoluta, que ele vive com uma tranquilidade imensa. Sou um homem de fé, mas não tenho essa serenidade. Para mim, a fé tem de ter algo de racional. A dele é uma convicção na alma, a minha é assente na razão. Sobre a Agustina, é uma pessoa como eu não sei dizer. É uma surpresa permanente. Como nas caixas chinesas, em que há sempre mais uma, a Agustina tem sempre algo a dizer que surpreende. Fomos à China numa visita oficial, as coisas que disse em Chian foram engraçadíssimas. “Tenho de ir comprar um presente, mas ainda não encontrei nada de que não goste” – o presente era para alguém de quem ela não gostava. Entrámos num carro, estava muito calor, perguntou se o carro não tinha ar condicionado. Não tinha. “Deve ser a única coisa não condicionada na China”, disse logo.
Sendo divorciado, em alguma circunstância sofre por isso?
Não é fácil para uma pessoa divorciada pertencer à Igreja Católica. Sou católico de formação, respeito a Igreja e penso que os assuntos de família não se discutem em público, por isso nunca a critiquei pelas suas posições em relação aos divorciados. Mas confesso que nos sentimos proscritos. Como se pode condenar alguém por amar ou deixar de amar? A mensagem de Cristo é o amor, o amor é a coisa mais bonita do mundo.
A nossa sociedade é hipócrita?
Não gosto de falar das sociedades como um todo. Apesar de tudo, as pessoas são todas diferentes umas das outras. O facto de exercer estas funções tem-me feito descobrir algumas características da natureza humana. A sinceridade é um bem escasso e uma virtude rara. Habituei-me a ler nos olhos. E quando vejo que a expressão de uma boca coincide com a dos olhos, fico bem.
Costuma aceitar os convites para jantares, festas?
Cada vez mais pergunto quem vai.
Gosta do lado prazeroso da vida.
Temos direito à alegria, a lutar por ser felizes. Nunca respondi que sou feliz porque a felicidade é um bem que nos foge das mãos. O bem maior é a serenidade. Claro que, se pudermos ter paz, esse é um bem maior. A paz tem a ver com o trabalho, a realização, o amor. E com a liberdade. A Sophia [de Mello Breyner] tem poemas lindos sobre isso. O pai sempre me chamou Fernão Capelo Gaivota, eu voo sozinho, não sei o meu bando.
O que pensa da participação das mulheres na vida portuguesa?
Sou quase precursor na política. Tenho muitas mulheres a trabalhar comigo. De 10 mil funcionários na Câmara Municipal de Lisboa, 3500 são mulheres. Na vereação, são cinco: nas Finanças, na Cultura, na Urbanização, na Juventude, na Acção Social. Isto acontece numa equipa de nove pessoas, contando comigo. Sempre foi assim. Não sou contra as quotas de mulheres na Assembleia da República porque ainda há um desequilíbrio entre deputados homens e mulheres. Elas são grandes quadros. São perspicazes, determinadas, têm uma intuição fabulosa para a política. A maior escola de política é ver as mulheres a lidarem umas com as outras. Elas estudam bem a rival, a adversária, a companheira, isso é uma virtude. A mulher sabe o momento de ganhar.
Para além da política, qual é a sua relação com as mulheres?
Eu não saberia viver sem as mulheres. Hoje te-nho mais amigas do que amigos. Até aos 30 e tal anos, achava que uma amizade forte acabava sempre em algo mais. Entre uma mulher e um homem que gostam um do outro, não é fácil descobrir a barreira entre a amizade e o amor.
Hoje vive sozinho.
Aprendi. Já não sei se seria capaz de mudar, de viver com alguém.
Como pensa o futuro?
A paz preocupa-me. Como vai ser o mundo? Sou um optimista, mas pergunto: como é que os meus filhos vão conseguir realizar-se na vida? No dia-a-dia, preocupa-me o que decidi fazer, o ser capaz de fazer aquilo que disse que ia fazer. Preocupa-me como vou ser capaz de não perder tempo para ajudar a resolver os problemas dos que dependem de mim lá fora e que estão a sofrer. Preocupa-me muito não perder tempo, em tudo na vida.
fútil
adjectivo 2 géneros
1. que tem pouco ou nenhum valor; insignificante; vão;
2. que dá muita importância a coisa inúteis, superficiais ou sem valor; leviano; frívolo; pouco profundo;
(Do lat. futìle-, «id.»)
ignóbil
adjectivo 2 géneros
desprovido de nobreza; que mostra baixeza moral; vil; desprezível; reles;
(Do lat. ignobìle-, «não nobre»)
embuste
substantivo masculino
mentira artificiosa; ardil; patranha; logro;
(Deriv. regr. de embusteiro)
falso
adjectivo
1. não verdadeiro;
2. mentiroso;
3. fingido; simulado;
4. desleal; traidor;
5. falsificado;
6. suposto; aparente;
7. que não assenta em bases sólidas;
substantivo masculino
1. indivíduo traiçoeiro;
2. aquilo que não é verdadeiro;
3. local oculto em edifício ou móvel, geralmente usado para guardar algo;
advérbio
Com falsidade;
bolso falso bolso feito no forro dos casacos;
em falso em vão;
(Do lat. falsu-, «id.»)
bobo [o ]
substantivo masculino
1. HISTÓRIA indivíduo, geralmente defeituoso e ridículo, que divertia os príncipes e os nobres com ditos chocarreiros, truanices e esgares;
2. figurado pessoa que pretende divertir os outros com ditos tolos e momices; bufão; truão;
adjectivo
1. parvo; estúpido;
2. Brasil pasmado;
(Do lat. balbu-, «gago», pelo cast. bobo, «tolo»)
inconsequente
adjectivo 2 géneros
1. que não é consequente;
2. que não revela sequência lógica; incoerente; contraditório;
3. irreflectido; imponderado;
4. que não tem consequências;
(Do lat. inconsequente-, «id.»)
desprezível
adjectivo 2 géneros
que merece desprezo; vil; miserável;
(De desprezar+-í-+-vel)
sórdido
adjectivo
1. sujo; imundo;
2. repugnante;
3. vil; torpe; baixo;
4. mesquinho;
(Do lat. sordìdu-, «id.»)
Estas são algumas das palavras que resultaram de um brainstrom olhando para esta carinha laroca...
Pedro Santana Lopes
O pai sempre lhe chamou Fernão Capelo Gaivota. Porque voa sozinho e não conhece o seu bando. Acutilante na política, Pedro Santana Lopes está sempre pronto para voar mais alto. Com a Máxima, planou sobre temas mais privados.
MÁXIMA, por Leonor Xavier
A travessia da Baixa de Lisboa até à Praça do Município é o deslumbramento da cidade der-ramada até ao rio. E a chegada aos Paços do Concelho, assento da Câmara Municipal, é a austeridade da instituição, com todos os sinais próprios de grandeza. A envergadura imensa das abóbadas, as portas, as janelas, os espelhos e ta-lhas douradas, o desenho da escadaria, as passadeiras e tapetes, o enquadramento dos móveis e assentos, sabiamente ordenados e oferecidos no Salão Nobre, para a espera de quem venha para ser recebido pelo presidente em audiência. Privada, neste caso.
Como organiza o seu tempo?
Os meus dias são mais compridos do que o normal. De manhã entro na Câmara às 10, 10 e meia, saio 12 horas depois. Muitas vezes janto à meia-noite. Ainda hoje saí de uma reunião na Câmara às nove e meia, tinha um jantar sentado, a que cheguei tarde. É tudo assim. A Câmara absorve nove décimos do meu tempo. Também há datas comemorativas, homenagens, sessões solenes. É difícil ser presidente da Câmara, as pessoas estão sempre a falar-me da Câmara, muitas vezes é a vida delas que está em causa. Adorava poder sair, estar descansado. Quando tenho um sábado livre, estou todo o dia quase inanimado, a olhar pela janela, a ouvir música, a esticar as pernas. É um bem raro não ter nada na agenda. O tempo interior é o que me faz mais falta.
E a sua vida privada?
Apesar desta pressão, tenho, de alguma forma, uma vida própria. Os meus filhos passam comigo semana sim, semana não. Os três mais novos – o de 14 anos e os gémeos de 11 – vêm sempre juntos, estão ao mesmo tempo. Nesses dias tomamos o pequeno-almoço, e aos fins-de-semana, temos o almoço de domingo. Muitas vezes também janto com eles ao sábado. Todos sabem que é assim, semana sim, semana não. Pelo menos, estamos juntos, em família.
E enquanto viveu na Figueira da Foz, como presidente da Câmara?
Foram quatro anos duros.
Como conseguiu chegar a este equilíbrio?
Tenho sorte, tudo se entende bem, até as mães se entendem bem entre si. Os irmãos mais velhos, de 23 e 20 anos, já ajudam a tomar conta dos mais novos, a levá-los e a trazê-los de festas aos fins-de-semana. Nos estudos, estão bem, graças a Deus. Uns melhor que os outros, mas vão passando. O grande mérito é ter cinco filhos muito unidos, como se vivessem sempre juntos. Os dois mais velhos, de mães diferentes, sempre cresceram um com o outro. É muito bonito vê-los os dois, saber que quase todos os dias combinam coisas, a ligação que têm é extraordinária. Se um deles tem piores notas, o outro explica, justifica-o. Quando todos se encontram, os mais novos saltam para o colo dos mais velhos. Somos uma família cigana.
E uma família grande?
O meu pai tem 13 netos, a mais nova chama-se Maria do Mar. Adoro esse nome. A minha irmã mais nova teve-a há um ano.
Foi influenciado por essa matriz?
A matriz da família era o matriarcado. O pai tem desempenhado o papel de chefe de família, sempre falou pouco mas bem. A mãe era a secretária-geral da família. No Natal, sentimos muito a falta dela. Passámos em casa do meu segundo irmão. Ele é como a mãe, gosta de receber e organizar.
A família é o espaço de liberdade?
Cada vez mais. Mesmo com as pessoas com quem trabalho, estabeleço essa relação. Quando me zango, digo-lhes que só nos zangamos com as pessoas de quem gostamos.
Sem correr o risco de magoá-las?
Quando as pessoas não respeitam aquilo que os outros sentem, falta-lhes porem-se no lugar do outro. Esse é um exercício que faço há muito tempo. O meu pai exigia-nos que o fizéssemos, dizia que é bom, para sabermos compreender a diferença.
A sua experiência como secretário de Estado da Cultura foi especial?
A Cultura deu-me muito. Depois daquele tempo, passei a sentir que não há no Governo nenhuma pasta mais bonita, por tudo, quase não é preciso explicar porquê. Pelo que se vê e a que se tem acesso, pelas pessoas que se conhece. No Teatro La Fenice, estive com Jorge Semprun, com Jacques Lang. Tive o privilégio de conhecer Maria Helena Vieira da Silva, de tomar chá com ela em Paris. Quando foi o enterro, pensei que vivia à espera de ir ter com o Arpad [Szenes]. Eles viveram a paz que o amor dá, que raramente dá. Ainda agora recebi de Agustina [Bessa-Luís] o livro Sebastião José, com uma dedicatória em que ela me diz, a propósito de tudo o que perdura, que tem de ter amor e alguma dimensão trágica.
Além da Agustina, que gosta muito de si, há alguém que admire, de quem queira falar?
Sim, há uma pessoa, o padre Armindo Garcia, prior de Santo António do Estoril, que esteve no Seminário de Caparide e que é um amigo e um confidente, meu confessor de sempre. A sua convicção de fé é impressionante, é uma fé quase absoluta, que ele vive com uma tranquilidade imensa. Sou um homem de fé, mas não tenho essa serenidade. Para mim, a fé tem de ter algo de racional. A dele é uma convicção na alma, a minha é assente na razão. Sobre a Agustina, é uma pessoa como eu não sei dizer. É uma surpresa permanente. Como nas caixas chinesas, em que há sempre mais uma, a Agustina tem sempre algo a dizer que surpreende. Fomos à China numa visita oficial, as coisas que disse em Chian foram engraçadíssimas. “Tenho de ir comprar um presente, mas ainda não encontrei nada de que não goste” – o presente era para alguém de quem ela não gostava. Entrámos num carro, estava muito calor, perguntou se o carro não tinha ar condicionado. Não tinha. “Deve ser a única coisa não condicionada na China”, disse logo.
Sendo divorciado, em alguma circunstância sofre por isso?
Não é fácil para uma pessoa divorciada pertencer à Igreja Católica. Sou católico de formação, respeito a Igreja e penso que os assuntos de família não se discutem em público, por isso nunca a critiquei pelas suas posições em relação aos divorciados. Mas confesso que nos sentimos proscritos. Como se pode condenar alguém por amar ou deixar de amar? A mensagem de Cristo é o amor, o amor é a coisa mais bonita do mundo.
A nossa sociedade é hipócrita?
Não gosto de falar das sociedades como um todo. Apesar de tudo, as pessoas são todas diferentes umas das outras. O facto de exercer estas funções tem-me feito descobrir algumas características da natureza humana. A sinceridade é um bem escasso e uma virtude rara. Habituei-me a ler nos olhos. E quando vejo que a expressão de uma boca coincide com a dos olhos, fico bem.
Costuma aceitar os convites para jantares, festas?
Cada vez mais pergunto quem vai.
Gosta do lado prazeroso da vida.
Temos direito à alegria, a lutar por ser felizes. Nunca respondi que sou feliz porque a felicidade é um bem que nos foge das mãos. O bem maior é a serenidade. Claro que, se pudermos ter paz, esse é um bem maior. A paz tem a ver com o trabalho, a realização, o amor. E com a liberdade. A Sophia [de Mello Breyner] tem poemas lindos sobre isso. O pai sempre me chamou Fernão Capelo Gaivota, eu voo sozinho, não sei o meu bando.
O que pensa da participação das mulheres na vida portuguesa?
Sou quase precursor na política. Tenho muitas mulheres a trabalhar comigo. De 10 mil funcionários na Câmara Municipal de Lisboa, 3500 são mulheres. Na vereação, são cinco: nas Finanças, na Cultura, na Urbanização, na Juventude, na Acção Social. Isto acontece numa equipa de nove pessoas, contando comigo. Sempre foi assim. Não sou contra as quotas de mulheres na Assembleia da República porque ainda há um desequilíbrio entre deputados homens e mulheres. Elas são grandes quadros. São perspicazes, determinadas, têm uma intuição fabulosa para a política. A maior escola de política é ver as mulheres a lidarem umas com as outras. Elas estudam bem a rival, a adversária, a companheira, isso é uma virtude. A mulher sabe o momento de ganhar.
Para além da política, qual é a sua relação com as mulheres?
Eu não saberia viver sem as mulheres. Hoje te-nho mais amigas do que amigos. Até aos 30 e tal anos, achava que uma amizade forte acabava sempre em algo mais. Entre uma mulher e um homem que gostam um do outro, não é fácil descobrir a barreira entre a amizade e o amor.
Hoje vive sozinho.
Aprendi. Já não sei se seria capaz de mudar, de viver com alguém.
Como pensa o futuro?
A paz preocupa-me. Como vai ser o mundo? Sou um optimista, mas pergunto: como é que os meus filhos vão conseguir realizar-se na vida? No dia-a-dia, preocupa-me o que decidi fazer, o ser capaz de fazer aquilo que disse que ia fazer. Preocupa-me como vou ser capaz de não perder tempo para ajudar a resolver os problemas dos que dependem de mim lá fora e que estão a sofrer. Preocupa-me muito não perder tempo, em tudo na vida.
quarta-feira, julho 07, 2004
Conjunto de artigos com muito interesse no JN - Media vs. Justiça
Penso que vale a pena ler... edição de 7/7/04
Jornal de Notícias, por Carlos Tomás e Tânia Laranjo - Ver restantes artigos aqui
Governo fecha portas da Justiça aos media
Depois de um ano em que a Justiça esteve debaixo de fogo e muitas decisões judiciais e autos que se encontravam em segredo de justiça terem sido publicados nas páginas de jornais, relatados pelas rádios ou mostrados pelas televisões, o Governo, ainda presidido por Durão Barroso, aprovou, em Conselho de Ministros, a alteração ao Código de Processo Penal que prevê mudanças drásticas no artigo que rege a "publicidade do processo e o segredo de justiça". As reacções vindas de vários sectores fazem antever uma discussão nada pacífica.
A bola está agora do lado da Assembleia da República, para onde o projecto de lei já foi enviado. Certo é que a legislação será mudada, independentemente do desenlace da crise política que se travessa. Até porque os socialistas já mostraram vontade de alterar o diploma num sentido não muito distante do que foi expresso pela maioria
O que parecia pouco significativo - só houve a mudança de um "e" para um "ou" (ver caixa) - afinal altera o espírito da lei. No código que ainda vigora, diz-se que só viola o segredo de justiça quem tiver qualquer intervenção no processo e informações sobre o seu conteúdo. Agora, incorre no crime quem preencher um desses requisitos. Ou seja, basta o jornalista publicar uma informação que está coberta pelo segredo de justiça (em rigor está toda, desde que o inquérito arranca) para incorrer no crime de violação de segredo de justiça. A pena prevista é de dois anos de cadeia, remissível em multa. Mas, se o jornalista sofrer várias condenações, arrisca um cumulo jurídico superior a três anos e pode mesmo ir parar à prisão.
"Atentado à democracia", diz Germano Marques da Silva, jurista e autor da última revisão do Código de Processo Penal. "O objectivo do legislador foi calar os jornalistas", continua Carlos Pinto Abreu, presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados, enquanto António Marinho, advogado, diz que se "trata de um dos mais violentos e inadmissíveis ataques à democracia"."Temos uma Polícia Judiciária instrumentalizada e está-se a ver o resultado. É ilusório pensar que se os jornalistas não puderem escrever sobre processos judiciais, o Ministério Público funcionará melhor. O que os políticos pretendem é o regresso à lei da rolha e isto não é feito para proteger os pilha-galinhas. É para proteger os poderosos, os que estão sob a atenção permanente dos órgãos de Comunicação Social, como, aliás, deve acontecer", continuou António Marinho, ao JN.
Os mais críticos defendem que a alteração da lei era necessária. Desde a publicação do conteúdo das escutas telefónicas a Ferro Rodrigues, líder do PS, passando pela denúncia do JN de que existia uma carta anónima visando o presidente da República no mesmo processo e até à divulgação dos nomes que constavam no álbum de fotografias mostradas às alegadas vítimas de abusos sexuais na Casa Pia.
Dos mais variados quadrantes políticos, foram também muitos os que criticaram a forma como estava redigido o artigo do segredo de justiça e a frequência com que os jornalistas se ilibavam das acusações.
Também Jorge Sampaio, presidente da República, se associou ao rol de críticas, dizendo que os jornalistas e os seus excessos punham em causa o bom nome das pessoas e das instituições. Durante o inquérito Casa Pia, chegou mesmo a dirigir, por duas vezes, uma mensagem ao país. Mas todos garantiram que não seriam feitas alterações legislativas, por pressão de um caso mediático.
Um "e" que muda tudo
Um "e" é diferente de um "ou". Diz a gramática que o primeiro é um advérbio de ligação e o segundo uma conjunção. A maioria governativa também o sabe e, por isso, a lei que propõe só muda o "e" para o "ou". Parece pouco? Puro engano. O "e" liga duas ideias, o "ou" propõe a alternativa. No caso, o que a lei diz é que comete o crime de violação de segredo de justiça quem tenha acesso ao processo "e" conhecimento dele. Na nova lei, bastaria uma das situações ("ou"). E como a ignorância da lei não beneficia o infractor, de nada valeria dizer que não se sabia.
Jornal de Notícias, por Carlos Tomás e Tânia Laranjo - Ver restantes artigos aqui
Governo fecha portas da Justiça aos media
Depois de um ano em que a Justiça esteve debaixo de fogo e muitas decisões judiciais e autos que se encontravam em segredo de justiça terem sido publicados nas páginas de jornais, relatados pelas rádios ou mostrados pelas televisões, o Governo, ainda presidido por Durão Barroso, aprovou, em Conselho de Ministros, a alteração ao Código de Processo Penal que prevê mudanças drásticas no artigo que rege a "publicidade do processo e o segredo de justiça". As reacções vindas de vários sectores fazem antever uma discussão nada pacífica.
A bola está agora do lado da Assembleia da República, para onde o projecto de lei já foi enviado. Certo é que a legislação será mudada, independentemente do desenlace da crise política que se travessa. Até porque os socialistas já mostraram vontade de alterar o diploma num sentido não muito distante do que foi expresso pela maioria
O que parecia pouco significativo - só houve a mudança de um "e" para um "ou" (ver caixa) - afinal altera o espírito da lei. No código que ainda vigora, diz-se que só viola o segredo de justiça quem tiver qualquer intervenção no processo e informações sobre o seu conteúdo. Agora, incorre no crime quem preencher um desses requisitos. Ou seja, basta o jornalista publicar uma informação que está coberta pelo segredo de justiça (em rigor está toda, desde que o inquérito arranca) para incorrer no crime de violação de segredo de justiça. A pena prevista é de dois anos de cadeia, remissível em multa. Mas, se o jornalista sofrer várias condenações, arrisca um cumulo jurídico superior a três anos e pode mesmo ir parar à prisão.
"Atentado à democracia", diz Germano Marques da Silva, jurista e autor da última revisão do Código de Processo Penal. "O objectivo do legislador foi calar os jornalistas", continua Carlos Pinto Abreu, presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados, enquanto António Marinho, advogado, diz que se "trata de um dos mais violentos e inadmissíveis ataques à democracia"."Temos uma Polícia Judiciária instrumentalizada e está-se a ver o resultado. É ilusório pensar que se os jornalistas não puderem escrever sobre processos judiciais, o Ministério Público funcionará melhor. O que os políticos pretendem é o regresso à lei da rolha e isto não é feito para proteger os pilha-galinhas. É para proteger os poderosos, os que estão sob a atenção permanente dos órgãos de Comunicação Social, como, aliás, deve acontecer", continuou António Marinho, ao JN.
Os mais críticos defendem que a alteração da lei era necessária. Desde a publicação do conteúdo das escutas telefónicas a Ferro Rodrigues, líder do PS, passando pela denúncia do JN de que existia uma carta anónima visando o presidente da República no mesmo processo e até à divulgação dos nomes que constavam no álbum de fotografias mostradas às alegadas vítimas de abusos sexuais na Casa Pia.
Dos mais variados quadrantes políticos, foram também muitos os que criticaram a forma como estava redigido o artigo do segredo de justiça e a frequência com que os jornalistas se ilibavam das acusações.
Também Jorge Sampaio, presidente da República, se associou ao rol de críticas, dizendo que os jornalistas e os seus excessos punham em causa o bom nome das pessoas e das instituições. Durante o inquérito Casa Pia, chegou mesmo a dirigir, por duas vezes, uma mensagem ao país. Mas todos garantiram que não seriam feitas alterações legislativas, por pressão de um caso mediático.
Um "e" que muda tudo
Um "e" é diferente de um "ou". Diz a gramática que o primeiro é um advérbio de ligação e o segundo uma conjunção. A maioria governativa também o sabe e, por isso, a lei que propõe só muda o "e" para o "ou". Parece pouco? Puro engano. O "e" liga duas ideias, o "ou" propõe a alternativa. No caso, o que a lei diz é que comete o crime de violação de segredo de justiça quem tenha acesso ao processo "e" conhecimento dele. Na nova lei, bastaria uma das situações ("ou"). E como a ignorância da lei não beneficia o infractor, de nada valeria dizer que não se sabia.
Se alguém ainda não foi apresentado a esta fonte de conhecimento...
Mais de 400 Mil "Downloads" Feitos em Três Meses na Biblioteca do Conhecimento Online
Jornal PÚBLICO, Sandra Silva Costa - Link para o artigo
Entre Março e Maio deste ano, foram feitos 464.313 "downloads" de artigos na Biblioteca do Conhecimento Online (b-on), uma iniciativa conjunta da Unidade de Missão Inovação e Conhecimento (UMIC) e do Ministério da Ciência e do Ensino Superior. O número foi ontem divulgado por José Fernandes, da UMIC, na segunda edição das jornadas do Gabinete de Apoio às Bibliotecas da Universidade do Porto.
Apresentada publicamente a 19 de Abril passado, a "b-on" tem como objectivo promover o acesso "on-line" às principais fontes de conhecimento internacionais. Nesse sentido, foram firmados vários acordos com instituições académicas e científicas de todo o mundo e está já disponível o acesso a mais de 3500 publicações electrónicas de seis editoras de referência internacional.
De momento, as universidades e as escolas politécnicas são as principais subscritoras dos serviços da "b-on" - cerca de 80 por cento das instituições académicas nacionais já aderiram. José Fernandes anunciou, no entanto, que há já outras entidades interessadas na oferta da Biblioteca do Conhecimento - o Hospital Garcia de Orta, em Almada, a Assembleia da República e o Oceanário de Lisboa são apenas alguns exemplos.
Com um custo estimado de funcionamento de oito milhões de euros por ano, a "b-on" é financiada a 50 por cento pela UMIC e pelo Programa Operacional Sociedade de Informação; os restantes 50 por cento têm que ser assegurados pelas instituições subscritoras.
Qualquer pessoa pode fazer pesquisas na Biblioteca do Conhecimento - basta entrar em www.b-on.pt. A consulta dos artigos, porém, está reservada apenas aos utilizadores registados. Brevemente, a "b-on" vai passar a disponibilizar também perto de 170 recursos gratuitos, informou José Fernandes.
Jornal PÚBLICO, Sandra Silva Costa - Link para o artigo
Entre Março e Maio deste ano, foram feitos 464.313 "downloads" de artigos na Biblioteca do Conhecimento Online (b-on), uma iniciativa conjunta da Unidade de Missão Inovação e Conhecimento (UMIC) e do Ministério da Ciência e do Ensino Superior. O número foi ontem divulgado por José Fernandes, da UMIC, na segunda edição das jornadas do Gabinete de Apoio às Bibliotecas da Universidade do Porto.
Apresentada publicamente a 19 de Abril passado, a "b-on" tem como objectivo promover o acesso "on-line" às principais fontes de conhecimento internacionais. Nesse sentido, foram firmados vários acordos com instituições académicas e científicas de todo o mundo e está já disponível o acesso a mais de 3500 publicações electrónicas de seis editoras de referência internacional.
De momento, as universidades e as escolas politécnicas são as principais subscritoras dos serviços da "b-on" - cerca de 80 por cento das instituições académicas nacionais já aderiram. José Fernandes anunciou, no entanto, que há já outras entidades interessadas na oferta da Biblioteca do Conhecimento - o Hospital Garcia de Orta, em Almada, a Assembleia da República e o Oceanário de Lisboa são apenas alguns exemplos.
Com um custo estimado de funcionamento de oito milhões de euros por ano, a "b-on" é financiada a 50 por cento pela UMIC e pelo Programa Operacional Sociedade de Informação; os restantes 50 por cento têm que ser assegurados pelas instituições subscritoras.
Qualquer pessoa pode fazer pesquisas na Biblioteca do Conhecimento - basta entrar em www.b-on.pt. A consulta dos artigos, porém, está reservada apenas aos utilizadores registados. Brevemente, a "b-on" vai passar a disponibilizar também perto de 170 recursos gratuitos, informou José Fernandes.
Frase do dia
Extraída do artigo do Púlico, 7 Julho de 2004
"Sabemos que Saddam Hussein tinha armas de destruição maciça mas sabemos que não as encontrámos", afirmou Tony Blair aos deputados britânicos. "Tenho de aceitar que não as encontrámos e que poderemos nunca as encontrar".
Para quem estiver interessado em se deliciar mais, aqui encontra o artigo completo de FRANCISCA GORJÃO HENRIQUES
"Sabemos que Saddam Hussein tinha armas de destruição maciça mas sabemos que não as encontrámos", afirmou Tony Blair aos deputados britânicos. "Tenho de aceitar que não as encontrámos e que poderemos nunca as encontrar".
Para quem estiver interessado em se deliciar mais, aqui encontra o artigo completo de FRANCISCA GORJÃO HENRIQUES
terça-feira, julho 06, 2004
Histórias Ferroviarias
Enquanto alinhava as minhas ideias sobre estes momentos de tensão1 que o país atravessa, fui interrompido pela voz mecânica que saia dos altifalantes da carruagem - " Pede-se aos senhores passageiros para terem atenção aos seus pertences, todos os objectos deixados nas composições serão destruídos pelas forças de segurança ".
Alertado por tal mensagem e quase como um reflexo incontrolado, verifiquei se a minha mala ainda se encontrava no centro dos meus tornozelos e respirei de alivio.
Com o olhar ainda direccionado para baixo, deparo com as pernas fronteiriças, encimadas por uma langerie alva, que me deixou completamente perturbado. Continuando o movimento ascendente2 chego a um decote de tal forma pronunciado que não permitia a continuação da leitura do vespertino entre mãos.
Sustive a respiração e algo de estranho passou pela minha cabeça….. a matemática…
Com o olhar pregado naqueles seios desnudos vislumbrei o sistema binário, adjectivo de duas unidades, dois elementos ou dois termos, que com o trepidar da carruagem eram sinónimo musical de um compasso a dois tempos.
Senti a mãos suadas. Qual sistema decimal que se diz de uma fracção cujo denominador é uma potência de dez. Assim se sentiam os meus dedos.
Consegui resistir e desviar o olhar para os outros parceiros de viagem, também eles3 com o olhos fixos no conjunto provocante. Todos os quatorze, de que somados a nós os dois resultavam num sistema hexadecimal.
Ao chegar à estação o jovem que está à minha frente guarda repentinamente a revista que tinha entre mãos e assim que desapareceu aquela visão celestial, regressei às noticias da tensão nacional.
F.Marinho
1 Com "N" (ó mentes perversas).
2 Dos meus olhos (ó mentes perversas).
3 E elas (ó mentes perversas).
Alertado por tal mensagem e quase como um reflexo incontrolado, verifiquei se a minha mala ainda se encontrava no centro dos meus tornozelos e respirei de alivio.
Com o olhar ainda direccionado para baixo, deparo com as pernas fronteiriças, encimadas por uma langerie alva, que me deixou completamente perturbado. Continuando o movimento ascendente2 chego a um decote de tal forma pronunciado que não permitia a continuação da leitura do vespertino entre mãos.
Sustive a respiração e algo de estranho passou pela minha cabeça….. a matemática…
Com o olhar pregado naqueles seios desnudos vislumbrei o sistema binário, adjectivo de duas unidades, dois elementos ou dois termos, que com o trepidar da carruagem eram sinónimo musical de um compasso a dois tempos.
Senti a mãos suadas. Qual sistema decimal que se diz de uma fracção cujo denominador é uma potência de dez. Assim se sentiam os meus dedos.
Consegui resistir e desviar o olhar para os outros parceiros de viagem, também eles3 com o olhos fixos no conjunto provocante. Todos os quatorze, de que somados a nós os dois resultavam num sistema hexadecimal.
Ao chegar à estação o jovem que está à minha frente guarda repentinamente a revista que tinha entre mãos e assim que desapareceu aquela visão celestial, regressei às noticias da tensão nacional.
F.Marinho
1 Com "N" (ó mentes perversas).
2 Dos meus olhos (ó mentes perversas).
3 E elas (ó mentes perversas).
domingo, julho 04, 2004
Cronograma
5000/2600 Cultura egeo-anatólica.
c.3000 Início da Idade do Bronze.
c.2800/2100 Minóico Antigo.
c.2500/1900 Construção dos primeiros palácios em Creta.
c.2100/1580 Minóico Médio.
c.1950 Primeira invasão Grega (Jónios).
c.1800 Segunda invasão Grega (Aqueus e Eólios).
c.1500 Destruição dos primeiros palácios em Creta.
c.1580/1100 Minóico Recente.
c.1200 Terceira invasão Grega (Dórios).
1100/900 Início da Idade do Ferro.
1100/800 Migrações dos Gregos para a Anatólia.
c.900 Fundação de Esparta.
c.800 Introdução do alfabeto Fenício.Primeiros Jogos Olímpicos.
753 Início da Colonização Grega da Itália do Sul. Data tradicional da fundação de Roma.
c.750 A "Ilíada" de Homero e a poesia de Hesíodo foram escritas.
c.700 Aparecimento da moeda (Lídia).Colonização grega da Calcídica.
660 Fundação de Bizâncio.
c.650 Surgimento da poesia lírica grega (Safo nasceu em c.612).
624 Nascimento de Tales de Mileto.
621 Legislação de Drácon em Atenas.
610 Nascimento de Anaximandro.
c.600 Fundação da colónia grega de Marselha. Início da cerâmica ática de figuras negras.
585 Tales de Mileto prevê um ecplise do Sol.
570 Nascimento de Pitágoras.
558 Zoroastro (Zaratustra) inicia sua obra profética.
550 Fundação da escola pitagórica. Cosntituição da Liga do Peloponeso.
547 Morre Anaximandro, autor de Da Natureza.
540 Nascimento de Heráclito. Batalha de Alalia (Cartagineses e Etruscos contra Gregos).
c.535 Criação de um concurso de tragédia em Atenas.
c. 532 Apogeu de Pitágoras.
528 Morte de Pisístrato, Hípias e Hiparco (Atenas).
518 Nascimento de Píndaro.
510 Os Espartanos em Atenas.Queda da tirania dos Pisistrádidas em Atenas.
509 Em Roma, revolução patrícia, expulsão dos etruscos, fim da realeza e proclamação da República.
507 Sob a orientação de Clístenes, fundação da democracia ateniense.
500 Nascimento de Anáxagoras. Odes de Simónides de Ceos.
c. 498 A cidade persa de Sardes é destruída pelos Gregos. Intervenção de Atenas.
c.495/c.405 Sófocles.
490 Nascimento de Empédocles e Zenão de Eléia. 1ª guerra médica. Batalha da Maratona.
488 Nascimento de Protágoras.
486 Morte de Heráclito. Morte de Anaxímenes.
479/338 Período da cultura grega clássica. Poesia: Píndaro (518-438); teatro Ésquilo (525-456), Sófocles (496-406), Eurípedes (480-406), Aristófanes (c.440-385); história: Heródoto (c.486-429), Tucídides (c.460-400); medicina: Hipócrates (c.470-406); escultura: Fídias (490-417), Praxíteles (c.364); arquitetura: Pártenon (446-431); filosofia...
477 Formação da Liga de Delos. Hegemonia de Atenas.
472/470 Revoluções democráticas e revoltas contra Esparta. Aliança entre Atenas e Argos.
470 Nascimento de Sócrates.
465 Nascimento de Górgias.
461 Reformas de Efialtes em Atenas.Péricles chefe do partido democrático.
460 Nascimento de Leucipo, Demócrito, Hipócrates e Tucídides.
454 Transferência do Tesouro da Ilha de Delos para Atenas.
450 Morte de Parménides. Surge na Grécia o moinho movido por força animal.
449/429 Governo de Péricles em Atenas.
448 Fídias: estátua de Zeus. Paz de Cálias (fim das Guerras Médicas).
447 Em Atenas é iniciada a construção do Pártenon.
c. 445 Apogeu de Protágoras, autor de Antilogias e Verdade.
444 Nascimento de Antístenes.
c. 443 Apogeu de Péricles, em Atenas.
440 Nascimento de Lísias.
436 Nascimento de Isócrates.
432 O filósofo Anáxogras é acusado de impiedade.
431 Guerra do Peloponeso que terminará em 404 com a sujeição de Atenas e Esparta.
Florescem os sofistas em Atenas.
430 Morte de Empédocles. O oráculo de Delfos aponta Sócrates como o mais sábio.
429 Morte de Péricles. Peste em Atenas.
428 Morte de Anáxagoras.
427 Nascimento de Platão.
425 Tucidides, autor da História da Guerra dos Peleponesos e Atenienses.
423 Aristófones: comédia As Nuvens, na qual faz a caricatura de Sócrates.
421 Paz de Nícias.Aliança entre Esparta e Atenas.
420 Apogeu de Demócrito. Aliança entre Esparta e Tebas.
418 Os Espartanos derrotam os atenienses na batalha de Mantinea.
413 Arquelau inicia a helenização da Macedónia. Guerra de Deceleia (termina em 404).
412 Aliança entre Esparta e os Persas.
410 Morte de Protágoras. Apogeu de Hipócrates.Batalha de Cízico.
409 Os atenienses são derrotados em Éfeso.Cartagineses contra os Gregos da Sicília.
405 Aniquilamento da frota ateniense.Euclides funda a Escola Megária.
404 Capitulação de Atenas.Fim da Guerra do Peloponeso.Governo dos 30 Tiranos.
400 Nascimento de Diógenes. Início do período de produção de Platão.
399 Processo e morte de Sócrates.
393 Isócrates abre a sua Escola em Atenas.
387 Platão funda a Academia.
384 Nascimento de Aristóteles (em Estagira, na Calcídia, região dependente da Macedónia).
380 Morte de Górgias.
378 Guerra entre Esparta e Atenas.Aliança de Atenas com Tebas.
377 Morte de Hipócrates.
371 Paz entre Atenas e Esparta. Batalha de Leuctras (Epaminondas derrota os Espartanos).
370 Morte de Leucipo. Morte de Demócrito.
367/66 Aristóteles chega a Atenas e ingressa na Academia platónica
365 Nascimento de Pirro.
362 Esparta e Atenas, em aliança, são derrotados pelos tebanos na batalha de Mantineia.
360 Morte de Hipócrates.
359 Filipe inicia seu governo na Macedónia e, logo em seguida, invade a Grécia.
354 Intervenção de Filipe na Tessália.
356 Nascimento de Alexandre Magno na Macedónia.
347 Morte de Platão. Aristóteles deixa Atenas.
347/44 Aristóteles permanece em Assos, na corte do tirano Hérmias, ex-integrante da Academia.
344 Hérmias é assassinado. Aristóteles deixa Assos.
343 A pedido de Filipe, Aristóteles vai para Pela e torna-se preceptor do jovem Alexandre.
341 Nascimento de Epicuro.
338 Morte de Isócrates. Os macedónios derrotam os gregos em Queronéia.
336 Morte de Antístenes. Filipe é assassinado e Alexandre ascende ao trono da Macedónia.
335 Nascimento de Zenão de Eléia. Aristóteles retorna a Atenas, onde funda o Liceu.
Expedição de Alexandre ao Danúbio.Destruição de Tebas.
334 Alexandre derrota um exército persa nas margens do Granique.
333 Alexandre vence a batalha de Issus e submete os países mediterrâneos dependentes da Pérsia; é senhor do Egipto; funda Alexandria; por esta época, o pintor Apeles começa a retratá-lo.
332 Fundação de Alexandria.
331 Vitória de Alexandre sobre Dário III, Imperador da Pérsia.
327 Alexandre penetra no vale da Índia.
325 Morte de Diógenes.Regresso de Alexandre à Pérsia.
323 Alexandre morre em Babilónia
322 Morte de Aristóteles, em Cálcis, na Eubéia, ilha do mar Egeu. Teofrasto dirige o Liceu.
312/311 Início da Era Selêucida: primeiro sistema histórico contínuo de datamento.
311 Paz entre os sucessores de Alexandre e reconhecimento da divisão do território: Antígono (Ásia), Cassandro (Macedónia e Grécia), Lisímaco (Trácia), Ptolemeu (Egipto) e Seleuco (Satrapias Orientais).
310 Zenão instala a sua escola na Stoa Poikile em Atenas.
307 Epicuro instala a sua escola em Atenas, o Jardim.
300 Ptolemeu I funda o Museu de Alexandria.Euclides escreve: Elementos de Geometria.
c.290 Fundação da Biblioteca de Alexandria.
282 Os Romanos conquistam as cidades gregas no sul da Itália.
c. 276 Apogeu de Teócrito.
275 Morte de Pirro.
270 Morte de Epicuro.
268/245 Arcesilau dirige a Academia.
265 Morte de Zenão de Cício.
c. 255 Apogeu de Apolónio de Rodes, autor de Argonaútica.
218 Início da segunda guerra púnica. Tropas romanas desembarcam na Península Ibérica.
212 Marcelo conquista Siracusa; durante o saque da cidade, Arquimedes é morto.
194 Na Península Ibérica, combates entre romanos e lusitanos.
192 Pedra de Roseta (em grego e egípcio).
180 Grande Altar de Zeus, em Pérgamo.
160 Derrota e morte de Judas Macabeu.
159/ 156 Carneiades dirige a Academia.
154/136 Viriato em luta contra os romanos.
148 A Macedónia é convertida em província romana.
146 A Grécia é anexada à província romana da Macedónia.
2004 mais concretamente, dia 4 de Julho de 2004, Grécia ganha campeonato da Europa na cidade criada por Ulisses...
c.3000 Início da Idade do Bronze.
c.2800/2100 Minóico Antigo.
c.2500/1900 Construção dos primeiros palácios em Creta.
c.2100/1580 Minóico Médio.
c.1950 Primeira invasão Grega (Jónios).
c.1800 Segunda invasão Grega (Aqueus e Eólios).
c.1500 Destruição dos primeiros palácios em Creta.
c.1580/1100 Minóico Recente.
c.1200 Terceira invasão Grega (Dórios).
1100/900 Início da Idade do Ferro.
1100/800 Migrações dos Gregos para a Anatólia.
c.900 Fundação de Esparta.
c.800 Introdução do alfabeto Fenício.Primeiros Jogos Olímpicos.
753 Início da Colonização Grega da Itália do Sul. Data tradicional da fundação de Roma.
c.750 A "Ilíada" de Homero e a poesia de Hesíodo foram escritas.
c.700 Aparecimento da moeda (Lídia).Colonização grega da Calcídica.
660 Fundação de Bizâncio.
c.650 Surgimento da poesia lírica grega (Safo nasceu em c.612).
624 Nascimento de Tales de Mileto.
621 Legislação de Drácon em Atenas.
610 Nascimento de Anaximandro.
c.600 Fundação da colónia grega de Marselha. Início da cerâmica ática de figuras negras.
585 Tales de Mileto prevê um ecplise do Sol.
570 Nascimento de Pitágoras.
558 Zoroastro (Zaratustra) inicia sua obra profética.
550 Fundação da escola pitagórica. Cosntituição da Liga do Peloponeso.
547 Morre Anaximandro, autor de Da Natureza.
540 Nascimento de Heráclito. Batalha de Alalia (Cartagineses e Etruscos contra Gregos).
c.535 Criação de um concurso de tragédia em Atenas.
c. 532 Apogeu de Pitágoras.
528 Morte de Pisístrato, Hípias e Hiparco (Atenas).
518 Nascimento de Píndaro.
510 Os Espartanos em Atenas.Queda da tirania dos Pisistrádidas em Atenas.
509 Em Roma, revolução patrícia, expulsão dos etruscos, fim da realeza e proclamação da República.
507 Sob a orientação de Clístenes, fundação da democracia ateniense.
500 Nascimento de Anáxagoras. Odes de Simónides de Ceos.
c. 498 A cidade persa de Sardes é destruída pelos Gregos. Intervenção de Atenas.
c.495/c.405 Sófocles.
490 Nascimento de Empédocles e Zenão de Eléia. 1ª guerra médica. Batalha da Maratona.
488 Nascimento de Protágoras.
486 Morte de Heráclito. Morte de Anaxímenes.
479/338 Período da cultura grega clássica. Poesia: Píndaro (518-438); teatro Ésquilo (525-456), Sófocles (496-406), Eurípedes (480-406), Aristófanes (c.440-385); história: Heródoto (c.486-429), Tucídides (c.460-400); medicina: Hipócrates (c.470-406); escultura: Fídias (490-417), Praxíteles (c.364); arquitetura: Pártenon (446-431); filosofia...
477 Formação da Liga de Delos. Hegemonia de Atenas.
472/470 Revoluções democráticas e revoltas contra Esparta. Aliança entre Atenas e Argos.
470 Nascimento de Sócrates.
465 Nascimento de Górgias.
461 Reformas de Efialtes em Atenas.Péricles chefe do partido democrático.
460 Nascimento de Leucipo, Demócrito, Hipócrates e Tucídides.
454 Transferência do Tesouro da Ilha de Delos para Atenas.
450 Morte de Parménides. Surge na Grécia o moinho movido por força animal.
449/429 Governo de Péricles em Atenas.
448 Fídias: estátua de Zeus. Paz de Cálias (fim das Guerras Médicas).
447 Em Atenas é iniciada a construção do Pártenon.
c. 445 Apogeu de Protágoras, autor de Antilogias e Verdade.
444 Nascimento de Antístenes.
c. 443 Apogeu de Péricles, em Atenas.
440 Nascimento de Lísias.
436 Nascimento de Isócrates.
432 O filósofo Anáxogras é acusado de impiedade.
431 Guerra do Peloponeso que terminará em 404 com a sujeição de Atenas e Esparta.
Florescem os sofistas em Atenas.
430 Morte de Empédocles. O oráculo de Delfos aponta Sócrates como o mais sábio.
429 Morte de Péricles. Peste em Atenas.
428 Morte de Anáxagoras.
427 Nascimento de Platão.
425 Tucidides, autor da História da Guerra dos Peleponesos e Atenienses.
423 Aristófones: comédia As Nuvens, na qual faz a caricatura de Sócrates.
421 Paz de Nícias.Aliança entre Esparta e Atenas.
420 Apogeu de Demócrito. Aliança entre Esparta e Tebas.
418 Os Espartanos derrotam os atenienses na batalha de Mantinea.
413 Arquelau inicia a helenização da Macedónia. Guerra de Deceleia (termina em 404).
412 Aliança entre Esparta e os Persas.
410 Morte de Protágoras. Apogeu de Hipócrates.Batalha de Cízico.
409 Os atenienses são derrotados em Éfeso.Cartagineses contra os Gregos da Sicília.
405 Aniquilamento da frota ateniense.Euclides funda a Escola Megária.
404 Capitulação de Atenas.Fim da Guerra do Peloponeso.Governo dos 30 Tiranos.
400 Nascimento de Diógenes. Início do período de produção de Platão.
399 Processo e morte de Sócrates.
393 Isócrates abre a sua Escola em Atenas.
387 Platão funda a Academia.
384 Nascimento de Aristóteles (em Estagira, na Calcídia, região dependente da Macedónia).
380 Morte de Górgias.
378 Guerra entre Esparta e Atenas.Aliança de Atenas com Tebas.
377 Morte de Hipócrates.
371 Paz entre Atenas e Esparta. Batalha de Leuctras (Epaminondas derrota os Espartanos).
370 Morte de Leucipo. Morte de Demócrito.
367/66 Aristóteles chega a Atenas e ingressa na Academia platónica
365 Nascimento de Pirro.
362 Esparta e Atenas, em aliança, são derrotados pelos tebanos na batalha de Mantineia.
360 Morte de Hipócrates.
359 Filipe inicia seu governo na Macedónia e, logo em seguida, invade a Grécia.
354 Intervenção de Filipe na Tessália.
356 Nascimento de Alexandre Magno na Macedónia.
347 Morte de Platão. Aristóteles deixa Atenas.
347/44 Aristóteles permanece em Assos, na corte do tirano Hérmias, ex-integrante da Academia.
344 Hérmias é assassinado. Aristóteles deixa Assos.
343 A pedido de Filipe, Aristóteles vai para Pela e torna-se preceptor do jovem Alexandre.
341 Nascimento de Epicuro.
338 Morte de Isócrates. Os macedónios derrotam os gregos em Queronéia.
336 Morte de Antístenes. Filipe é assassinado e Alexandre ascende ao trono da Macedónia.
335 Nascimento de Zenão de Eléia. Aristóteles retorna a Atenas, onde funda o Liceu.
Expedição de Alexandre ao Danúbio.Destruição de Tebas.
334 Alexandre derrota um exército persa nas margens do Granique.
333 Alexandre vence a batalha de Issus e submete os países mediterrâneos dependentes da Pérsia; é senhor do Egipto; funda Alexandria; por esta época, o pintor Apeles começa a retratá-lo.
332 Fundação de Alexandria.
331 Vitória de Alexandre sobre Dário III, Imperador da Pérsia.
327 Alexandre penetra no vale da Índia.
325 Morte de Diógenes.Regresso de Alexandre à Pérsia.
323 Alexandre morre em Babilónia
322 Morte de Aristóteles, em Cálcis, na Eubéia, ilha do mar Egeu. Teofrasto dirige o Liceu.
312/311 Início da Era Selêucida: primeiro sistema histórico contínuo de datamento.
311 Paz entre os sucessores de Alexandre e reconhecimento da divisão do território: Antígono (Ásia), Cassandro (Macedónia e Grécia), Lisímaco (Trácia), Ptolemeu (Egipto) e Seleuco (Satrapias Orientais).
310 Zenão instala a sua escola na Stoa Poikile em Atenas.
307 Epicuro instala a sua escola em Atenas, o Jardim.
300 Ptolemeu I funda o Museu de Alexandria.Euclides escreve: Elementos de Geometria.
c.290 Fundação da Biblioteca de Alexandria.
282 Os Romanos conquistam as cidades gregas no sul da Itália.
c. 276 Apogeu de Teócrito.
275 Morte de Pirro.
270 Morte de Epicuro.
268/245 Arcesilau dirige a Academia.
265 Morte de Zenão de Cício.
c. 255 Apogeu de Apolónio de Rodes, autor de Argonaútica.
218 Início da segunda guerra púnica. Tropas romanas desembarcam na Península Ibérica.
212 Marcelo conquista Siracusa; durante o saque da cidade, Arquimedes é morto.
194 Na Península Ibérica, combates entre romanos e lusitanos.
192 Pedra de Roseta (em grego e egípcio).
180 Grande Altar de Zeus, em Pérgamo.
160 Derrota e morte de Judas Macabeu.
159/ 156 Carneiades dirige a Academia.
154/136 Viriato em luta contra os romanos.
148 A Macedónia é convertida em província romana.
146 A Grécia é anexada à província romana da Macedónia.
2004 mais concretamente, dia 4 de Julho de 2004, Grécia ganha campeonato da Europa na cidade criada por Ulisses...
A história conta que...
A história conta que...
"No século VII a.C. os Gregos instalaram-se na Península Ibérica e desenvolveram a viticultura, dando uma particular atenção à arte de fazer vinho. Na necrópole de Alcácer do Sal foi encontrada uma "cratera" grega de sino, vaso onde os Gregos diluíam o vinho com água antes de o consumirem. Alguns autores referem que Ulisses, ao fundar a cidade de Lisboa (a que deu o nome de Ulisseia ou Olisipo) seguiu o costume usado nas suas viagens, oferecendo vinho para festejarem com ele as boas vindas."
Eles são amigos....
Vou procurar mais coisas... já volto...
"No século VII a.C. os Gregos instalaram-se na Península Ibérica e desenvolveram a viticultura, dando uma particular atenção à arte de fazer vinho. Na necrópole de Alcácer do Sal foi encontrada uma "cratera" grega de sino, vaso onde os Gregos diluíam o vinho com água antes de o consumirem. Alguns autores referem que Ulisses, ao fundar a cidade de Lisboa (a que deu o nome de Ulisseia ou Olisipo) seguiu o costume usado nas suas viagens, oferecendo vinho para festejarem com ele as boas vindas."
Eles são amigos....
Vou procurar mais coisas... já volto...
sexta-feira, julho 02, 2004
Adeus Sophia!!!
Afinal ainda tive voltar... isto hoje não está nada bom...
Adeus Sophia, obrigado pelos sonhos...
Para atravessar contigo o deserto do mundo
Para atravessar contigo o deserto do mundo
Para enfrentarmos juntos o terror da morte
Para ver a verdade para perder o medo
Ao lado dos teus passos caminhei
Por ti deixei meu reino meu segredo
Minha rápida noite meu silêncio
Minha pérola redonda e seu oriente
Meu espelho minha vida minha imagem
E abandonei os jardins do paraíso
Cá fora à luz sem véu do dia duro
Sem os espelhos vi que estava nua
E ao descampado se chamava tempo
Por isso com teus gestos me vestiste
E aprendi a viver em pleno vento
Passam os carros
Passam os carros e fazem tremer a casa
A casa enl que estou só.
As coisas há nluito já forarn vividas:
Há no ar espaços extintos
A forma gravada em vazio
Das vozes e dos gestos que outrora aqui estavam.
E as minhas mãos não podem prender nada.
Porém eu olho para a noite
E preciso de cada folha.
Rola, gira no ar a tua vida,
Longe de mim...
Mesmo para sofrer este tormento de não ser
Preciso de estar só.
Antes a solidão de eternas partidas
De planos e perguntas,
De combates com o inextinguível
Peso de mortes e lamentações
Antes a solidão porque é completa.
Creio na nudez da minha vida
Tudo quanto nele acontece é dispensável.
Só tenho o sentimento suspenso de tudo
Com a eternidade a boiar sobre as montanhas.
Jardim, jardim perdido
Os nossos membros cercando a tua ausência...
As folhas dizem uma à outra o teu segredo,
E o meu amor é oculto como o medo.
Sophia de Mello Breyner
Recomendo a seguinte visita: SOPHIA DE MELLO BREYNER
Para arquivo na nossa Torre do Tombo fica também o artigo publicado na edição on-line do Público
Aos 84 anos
Morreu Sophia de Mello Breyner
A escritora e poetisa Sophia de Mello Breyner Andresen morreu hoje em Lisboa, aos 84 anos. Autora de uma vasta e heterogénea obra, foi distinguida com inúmeros prémios nacionais e internacionais.
Sophia de Mello Breyner, um dos maiores e mais premiados vultos da literatura portuguesa, encontrava-se internada há cerca de 15 dias no Hospital da Cruz Vermelha, em Lisboa.
Natural do Porto, onde nasceu a 6 de Novembro de 1919, deixa editados 17 livros de poesia, nove antologias, 13 livros de prosa entre contos e histórias para a infância, seis ensaios e uma peça de teatro.
O seu primeiro livro, intitulado "Poesia", foi publicado em 1944, numa edição de autor paga pelo pai, com uma tiragem de apenas 300 examplares. Quase meio século depois, em 1990, reúne em três volumes toda a sua obra poética, numa edição da Editorial Caminho. Pelo caminho ficaram obras como "Dia do Mar" (1947), "O Nome das Coisas", que lhe valeu em 1977 o Prémio Teixeira de Pascoaes, e "Ilhas", que lhe valeu o Grande Prémio de Poesia Inasset/Inapa.
"O Rapaz de Bronze" (1956), "A Menina do Mar", a "A Fada Oriana" (1958 ), "O Cavaleiro da Dinamarca" (1964) ou a "Floresta" (1968) são apenas alguns dos mais conhecidos livros de ficção infantil que escreveu e que lhe valeriam, em 1992, o Grande Prémio Calouste Gulbenkian de Literatura para Crianças. Sete anos seria galardoada com o Prémio Camões, a mais alta distinção da cultural da lusofonia. Na cerimónia de entrega, o Presidente da República, Jorge Sampaio, salientou a "beleza tão alta e exacta" da sua obra.
Sophia de Mello Breyner foi distinguida com 13 galardões, o primeiro dos quais em 1964, o Grande Prémio de Poesia pela Sociedade Portuguesa de Escritores, pelo seu livro "Canto Sexto".
Em 1984, a Associação Internacional de Críticos Literários entregou-lhe o Prémio da Crítica pela totalidade da sua obra.
Em Outubro 2003 foi distinguida com o Prémio Rainha Sofia de Poesia Ibero-Americana, tornando-se na segunda autora de língua portuguesa a receber o galardão, depois João Cabral de Melo Neto. A sua saúde débil impediu-a de receber em mãos a distinção, tendo-se feito representar pelo filho Miguel Sousa Tavares.
A última distinção atribuída à escritora foi a Medalha de Honra do Presidente do Chile, por ocasião do centenário do poeta Pablo Neruda, que se comemora no próximo dia 12 de Julho e que pretende este ano homenagear cem personalidades mundiais, entre as quais também o escritor José Saramago.
A 9 de Abril de 1981, foi condecorada com o grau de Grã Oficial da Ordem de Santiago e Espada, a 13 de Fevereiro de 1987 recebeu a Grã Cruz da Ordem do Infante D. Henrique e a 27 de Outubro de 1998 a Grã Cruz da Ordem de Santiago e Espada.
Eleita deputada à Assembleia Constituinte em 1975 pelo Partido Socialista, a sua actividade político-partidária não foi longa, mas ao longo da sua vida sempre foi uma lutadora empenhada pelas causas da liberdade e justiça. Antes do 25 de Abril, pertenceu mesmo à Comissão Nacional de Apoio aos Presos Políticos. O Movimento Democrático das Mulheres entregou-lhe, em 2000, a Distinção de Honra.
Casada com o advogado e jornalista Francisco Sousa Tavares, a poetisa foi mãe de cinco filhos, o primeiro público das suas histórias infantis.
Quando recebeu o Prémio Camões, revelou que foi numa viagem de autocarro que intuiu a natureza do mistério da poesia, ao reparar que a janela através da qual olhava coincidia por vezes com as janelas das casas. "Pensei que talvez fosse isso: as palavras às vezes coincidiam com os seus significados, e depois deixam de coincidir, e voltam a coincidir outra vez", disse.
Adeus Sophia, obrigado pelos sonhos...
Para atravessar contigo o deserto do mundo
Para atravessar contigo o deserto do mundo
Para enfrentarmos juntos o terror da morte
Para ver a verdade para perder o medo
Ao lado dos teus passos caminhei
Por ti deixei meu reino meu segredo
Minha rápida noite meu silêncio
Minha pérola redonda e seu oriente
Meu espelho minha vida minha imagem
E abandonei os jardins do paraíso
Cá fora à luz sem véu do dia duro
Sem os espelhos vi que estava nua
E ao descampado se chamava tempo
Por isso com teus gestos me vestiste
E aprendi a viver em pleno vento
Passam os carros
Passam os carros e fazem tremer a casa
A casa enl que estou só.
As coisas há nluito já forarn vividas:
Há no ar espaços extintos
A forma gravada em vazio
Das vozes e dos gestos que outrora aqui estavam.
E as minhas mãos não podem prender nada.
Porém eu olho para a noite
E preciso de cada folha.
Rola, gira no ar a tua vida,
Longe de mim...
Mesmo para sofrer este tormento de não ser
Preciso de estar só.
Antes a solidão de eternas partidas
De planos e perguntas,
De combates com o inextinguível
Peso de mortes e lamentações
Antes a solidão porque é completa.
Creio na nudez da minha vida
Tudo quanto nele acontece é dispensável.
Só tenho o sentimento suspenso de tudo
Com a eternidade a boiar sobre as montanhas.
Jardim, jardim perdido
Os nossos membros cercando a tua ausência...
As folhas dizem uma à outra o teu segredo,
E o meu amor é oculto como o medo.
Sophia de Mello Breyner
Recomendo a seguinte visita: SOPHIA DE MELLO BREYNER
Para arquivo na nossa Torre do Tombo fica também o artigo publicado na edição on-line do Público
Aos 84 anos
Morreu Sophia de Mello Breyner
A escritora e poetisa Sophia de Mello Breyner Andresen morreu hoje em Lisboa, aos 84 anos. Autora de uma vasta e heterogénea obra, foi distinguida com inúmeros prémios nacionais e internacionais.
Sophia de Mello Breyner, um dos maiores e mais premiados vultos da literatura portuguesa, encontrava-se internada há cerca de 15 dias no Hospital da Cruz Vermelha, em Lisboa.
Natural do Porto, onde nasceu a 6 de Novembro de 1919, deixa editados 17 livros de poesia, nove antologias, 13 livros de prosa entre contos e histórias para a infância, seis ensaios e uma peça de teatro.
O seu primeiro livro, intitulado "Poesia", foi publicado em 1944, numa edição de autor paga pelo pai, com uma tiragem de apenas 300 examplares. Quase meio século depois, em 1990, reúne em três volumes toda a sua obra poética, numa edição da Editorial Caminho. Pelo caminho ficaram obras como "Dia do Mar" (1947), "O Nome das Coisas", que lhe valeu em 1977 o Prémio Teixeira de Pascoaes, e "Ilhas", que lhe valeu o Grande Prémio de Poesia Inasset/Inapa.
"O Rapaz de Bronze" (1956), "A Menina do Mar", a "A Fada Oriana" (1958 ), "O Cavaleiro da Dinamarca" (1964) ou a "Floresta" (1968) são apenas alguns dos mais conhecidos livros de ficção infantil que escreveu e que lhe valeriam, em 1992, o Grande Prémio Calouste Gulbenkian de Literatura para Crianças. Sete anos seria galardoada com o Prémio Camões, a mais alta distinção da cultural da lusofonia. Na cerimónia de entrega, o Presidente da República, Jorge Sampaio, salientou a "beleza tão alta e exacta" da sua obra.
Sophia de Mello Breyner foi distinguida com 13 galardões, o primeiro dos quais em 1964, o Grande Prémio de Poesia pela Sociedade Portuguesa de Escritores, pelo seu livro "Canto Sexto".
Em 1984, a Associação Internacional de Críticos Literários entregou-lhe o Prémio da Crítica pela totalidade da sua obra.
Em Outubro 2003 foi distinguida com o Prémio Rainha Sofia de Poesia Ibero-Americana, tornando-se na segunda autora de língua portuguesa a receber o galardão, depois João Cabral de Melo Neto. A sua saúde débil impediu-a de receber em mãos a distinção, tendo-se feito representar pelo filho Miguel Sousa Tavares.
A última distinção atribuída à escritora foi a Medalha de Honra do Presidente do Chile, por ocasião do centenário do poeta Pablo Neruda, que se comemora no próximo dia 12 de Julho e que pretende este ano homenagear cem personalidades mundiais, entre as quais também o escritor José Saramago.
A 9 de Abril de 1981, foi condecorada com o grau de Grã Oficial da Ordem de Santiago e Espada, a 13 de Fevereiro de 1987 recebeu a Grã Cruz da Ordem do Infante D. Henrique e a 27 de Outubro de 1998 a Grã Cruz da Ordem de Santiago e Espada.
Eleita deputada à Assembleia Constituinte em 1975 pelo Partido Socialista, a sua actividade político-partidária não foi longa, mas ao longo da sua vida sempre foi uma lutadora empenhada pelas causas da liberdade e justiça. Antes do 25 de Abril, pertenceu mesmo à Comissão Nacional de Apoio aos Presos Políticos. O Movimento Democrático das Mulheres entregou-lhe, em 2000, a Distinção de Honra.
Casada com o advogado e jornalista Francisco Sousa Tavares, a poetisa foi mãe de cinco filhos, o primeiro público das suas histórias infantis.
Quando recebeu o Prémio Camões, revelou que foi numa viagem de autocarro que intuiu a natureza do mistério da poesia, ao reparar que a janela através da qual olhava coincidia por vezes com as janelas das casas. "Pensei que talvez fosse isso: as palavras às vezes coincidiam com os seus significados, e depois deixam de coincidir, e voltam a coincidir outra vez", disse.
1000 Imagens
Um site com muita qualidade.
Trata-se de um interessante sítio desenvolvido por Rui Vale de Sousa, 29 anos, técnico de informática no Departamento de Sistemas de Informação da Universidade do Minho, e mais dois amigos, um de Amarante e outro de Lisboa, em 2002. O sítio tem 50 mil visitas por mês... extraído do blog Indústrias Culturais
Só mais uma...
Central de Informações
Qual o sentido actual de uma empresa de comunicação? Quais as fronteiras éticas entre o mundo empresarial e os media? Até onde deve ir a comunicação institucional? Quais os seus limites? Foi deste ponto que partiu a Central de Informação. O resultado é a fusão de áreas e a criação de um novo conceito de comunicação.
Estas são as questões que a Central de Informações pretende tratar... parece interessante... estão no seu início... acho que devemos ajudar...
Têm a "Sala dos Jornalistas" - exclusivamente para profissionais - mas que dá para se fazer o registo, como contrapartida dão acesso a "uma ferramenta de trabalho e simultaneamente como um espaço de informação e reflexão sobre os media em Portugal. Aqui poderá encontrar notícias sobre o sector, livros em destaque, a opinião generalizada de outros jornalistas sobre assuntos da actualidade e toda a informação pormenorizada (textos e imagens em alta resolução) sobre os clientes da Central de Informação..."
CUIDADO: Encontreio um texto do Manuel Serrão... de resto parece interessante... por agora....
Ainda a Capital
Esta é a sua verdadeira história... afinal tudo começou muito antes de 1968...
Fundada em 21 de Fevereiro de 1968, A CAPITAL entrou em Setembro de 2001 para o universo do grupo Editorial Prensa Ibérica, detentor nesta altura de 17 diários de imprensa regional e local na Península, entre os quais "O Comércio do Porto", "Faro de Vigo", "La Nueva España" (Astúrias), "Levante" (Valência), "Información" (Alicante), "La Província" (Canárias) e "Super Deporte".
O título A CAPITAL cedo apareceu em publicações periódicas, como seria natural num país em que grande parte dos acontecimentos relevantes tem lugar em Lisboa. Assim, muito antes do jornal diário outros órgãos decidiram adoptar o sugestivo nome.
Nos primeiros anos do século XX, as ideias republicanas propagavam-se em Portugal com alguma intensidade. Uma série de acontecimentos - o ultimatum inglês, as dívidas da Casa Real, a impopular ditadura de João Franco - pouco abonatórios para quem governava o país tinha gerado um grande descontentamento e consequente desejo de mudança do regime. Emergia assim uma imprensa republicana e, nesse contexto, A CAPITAL.
O surgimento deste título, em 1 de Julho de 1910, ou seja, três meses antes da implantação da República, trouxe uma novidade: quem o dirigia (e era seu proprietário) não era exactamente uma figura política de projecção, como acontecia com os directores de outras publicações. Manuel Guimarães foi, antes e acima de tudo, jornalista. Quer isto dizer que, sem abdicar das suas ideias republicanas e democráticas, tinha o culto da notícia, da verdade, do facto, doesse a quem doesse.
Passou por A CAPITAL dessa época uma plêiade de grandes jornalistas, como Hermano Neves, que aqui se destaca por ser o pai de outro jornalista que, em 1968, estaria no lançamento da II Série do jornal. Em 1926, com o advento do Estado Novo, as oscilações na redacção dessa primitiva A CAPITAL já eram nítidas, adoptando o diário o seguinte subtítulo: "Jornal da Política da Esquerda Democrática". No final de Agosto desse ano A CAPITAL a publicação era suspensa.
Em 1921, surgiu o "Diário de Lisboa", vespertino que viria a ganhar grande prestígio, sobretudo pela exemplar forma literária usada em todo o jornal, do editorial à mais simples notícia. Foi seu fundador e primeiro director Joaquim Manso. A partir de certa altura, um transmontano de rija cepa, formado em Direito e que dera nas vistas como repórter (antes de ser crítico e tradutor teatral, cronista brilhante e escritor), foi nomeado director-adjunto. Era Norberto Lopes que, com naturalidade, assumiu a direcção do jornal quando o padre Manso (tinha sido eclesiástico) faleceu, em Setembro de 1956.
Mário Neves, o filho de Hermano Neves, também formado em Direito, espírito brilhante e multifacetado (foi desde administrador do Instituto de Oncologia a impulsionador e dirigente da Feira Internacional de Lisboa e viria a ser, depois do 25 de Abril, o primeiro embaixador em Moscovo), foi chamado a director-adjunto.
Em 1967, o ambiente turvou-se no "Diário de Lisboa", na sequência de medidas administrativas que ultrapassaram os directores e os levaram a considerar que, não podendo orientar o jornal, o melhor era demitirem-se.
Não desistiram, porém, das suas carreiras nem dos leitores que fielmente os seguiam. Decidiram, por isso, lançar outro jornal. A empresa era, porém, arrojada. Por um lado, a imprensa independente, descomprometida com o poder e com os potentados económicos, não era bem vista: conseguir um alvará para um novo jornal dava fortes dores de cabeça. Por outro lado, o mercado parecia saturado: só em Lisboa, saíam diariamente, de manhã, o "Diário de Notícias", "O Século", "A Voz", o "Novidades", o "Diário da Manhã"; à tarde, publicavam-se o "Diário de Lisboa", "República" e o "Diário Popular". Caberia mais um vespertino?
Mário Neves ter-se-á valido, pela primeira e única vez, do parentesco com Marcello Caetano, para fazer vergar quem dentro do regime olhava com desconfiança o surgimento de (mais) um jornal diário, ainda por cima dirigido por duas personalidades que não quadravam propriamente com o regime. O certo é que o prestígio dos dois fundadores falou mais alto.
No dia 21 de Fevereiro de 1968 saía o primeiro número da actual série de A CAPITAL, mercê do carácter empreendedor de Norberto Lopes e Mário Neves, o qual permitiu um conjunto essencial de boas vontades: Américo Covões, em nome da família, cedeu o título; conseguiram-se instalações na Rua do Século, quase em frente das oficinas daquele matutino; a família Pereira da Rosa disponibilizou uma impressora rotativa e uns tantos linotypes e, mediante o pagamento dos respectivos serviços, o jornal passou a ser composto e impresso no prédio fronteiro àquele em que era redigido. Um tubo pneumático atravessava a rua, transportando o original da mesa do chefe de redacção para a composição a chumbo.
Entre os colaboradores estava a "nata" do país: alguns com nome já firmado, como José Régio, Fernando Namora, Francine Benoit, Calvet de Magalhães; outros, que tendo obra literária já no activo, aguardavam ainda a hora de glória, como José Saramago.
Em 1971, A CAPITAL, já dirigida por Manuel José Homem de Melo, contava com equipamento técnico próprio até à impressão, que continuava a ser feita nas oficinas de "O Século". Em 1974, ainda antes da nacionalização, os proprietários tinham investido numa impressora rotativa, o que, acrescido aos meios próprios de distribuição, tornava o jornal completamente auto-suficiente.
Por força das nacionalizações da banca e de outras actividades, como os cimentos, A CAPITAL passou a ter o Estado como único accionista. Nessa fase foi decidida a sua união com o "Diário de Notícias", surgindo assim a Empresa Pública Notícias-Capital (EPNC). A CAPITAL vivia então em casa alugada na Rua Joaquim António de Aguiar e mudou-se para um imóvel no Bairro Alto, na Travessa do Poço da Cidade, que era à data da nacionalização propriedade do "Diário de Notícias". O jornal passou assim a funcionar plenamente num mesmo local - redacção, administração, publicidade e oficinas.
Francisco Sousa Tavares, personalidade vivaz e irreverente, manteve-se no cabeçalho como director do Jornal de Fevereiro de 1976 até Junho de 1984, facto que imunizou o título das tentações de instrumentalização política que afectaram à época outros jornais. Só a chamada de Sousa Tavares para funções de ministro num Governo de Mário Soares levaria a que abandonasse o jornal.
O segundo Governo de Cavaco Silva decide entretanto reprivatizar os jornais que tinham ido parar à alçada do Estado. A CAPITAL foi o primeiro a ser vendido, em 1988, e assim o título e todo o património (nomeadamente as instalações do Bairro Alto) foram adquiridas pela Sojornal, empresa do grupo Impresa, cujo maior accionista e principal figura é o antigo primeiro-ministro Francisco Pinto Balsemão, que na altura declarou: "A CAPITAL é o único vespertino rentável e influente."
Em Julho de 1991, A CAPITAL muda-se para Cabo Ruivo, tornando-se inquilina do proprietário, passando a ser impressa na gráfica da Controljornal, subholding da Impresa, e distribuída na VASP, detida a 50% pela Sojornal. Ficaram para trás as instalações do Bairro Alto, que viriam a ser permutadas por um terreno camarário no prolongamento da Avenida dos Estados Unidos.
Após uma década de experiências, no final de 1999 conclui-se pela necessidade de alienar o jornal. Em Novembro de 1999, o director de então formula uma proposta que o levará a converter-se, no dia 1 de Janeiro de 2000, proprietário de A CAPITAL, situação transitória até à sua integração no universo da Editorial Prensa Ibérica, no âmbito do qual foi possível garantir a sobrevivência do mais antigo dos diários generalistas fundados no século XX.
Em Setembro de 2001, A CAPITAL passa a estar nas bancas de manhã, obedecendo à tendência que um pouco por toda a Europa foi obrigando os vespertinos a migrarem para matutinos ou a encerrarem, e em Março de 2002 é lançada a edição de domingo.
No dia 1 de Julho de 2004 estreou-se a edição electrónica.
Fundada em 21 de Fevereiro de 1968, A CAPITAL entrou em Setembro de 2001 para o universo do grupo Editorial Prensa Ibérica, detentor nesta altura de 17 diários de imprensa regional e local na Península, entre os quais "O Comércio do Porto", "Faro de Vigo", "La Nueva España" (Astúrias), "Levante" (Valência), "Información" (Alicante), "La Província" (Canárias) e "Super Deporte".
O título A CAPITAL cedo apareceu em publicações periódicas, como seria natural num país em que grande parte dos acontecimentos relevantes tem lugar em Lisboa. Assim, muito antes do jornal diário outros órgãos decidiram adoptar o sugestivo nome.
Nos primeiros anos do século XX, as ideias republicanas propagavam-se em Portugal com alguma intensidade. Uma série de acontecimentos - o ultimatum inglês, as dívidas da Casa Real, a impopular ditadura de João Franco - pouco abonatórios para quem governava o país tinha gerado um grande descontentamento e consequente desejo de mudança do regime. Emergia assim uma imprensa republicana e, nesse contexto, A CAPITAL.
O surgimento deste título, em 1 de Julho de 1910, ou seja, três meses antes da implantação da República, trouxe uma novidade: quem o dirigia (e era seu proprietário) não era exactamente uma figura política de projecção, como acontecia com os directores de outras publicações. Manuel Guimarães foi, antes e acima de tudo, jornalista. Quer isto dizer que, sem abdicar das suas ideias republicanas e democráticas, tinha o culto da notícia, da verdade, do facto, doesse a quem doesse.
Passou por A CAPITAL dessa época uma plêiade de grandes jornalistas, como Hermano Neves, que aqui se destaca por ser o pai de outro jornalista que, em 1968, estaria no lançamento da II Série do jornal. Em 1926, com o advento do Estado Novo, as oscilações na redacção dessa primitiva A CAPITAL já eram nítidas, adoptando o diário o seguinte subtítulo: "Jornal da Política da Esquerda Democrática". No final de Agosto desse ano A CAPITAL a publicação era suspensa.
Em 1921, surgiu o "Diário de Lisboa", vespertino que viria a ganhar grande prestígio, sobretudo pela exemplar forma literária usada em todo o jornal, do editorial à mais simples notícia. Foi seu fundador e primeiro director Joaquim Manso. A partir de certa altura, um transmontano de rija cepa, formado em Direito e que dera nas vistas como repórter (antes de ser crítico e tradutor teatral, cronista brilhante e escritor), foi nomeado director-adjunto. Era Norberto Lopes que, com naturalidade, assumiu a direcção do jornal quando o padre Manso (tinha sido eclesiástico) faleceu, em Setembro de 1956.
Mário Neves, o filho de Hermano Neves, também formado em Direito, espírito brilhante e multifacetado (foi desde administrador do Instituto de Oncologia a impulsionador e dirigente da Feira Internacional de Lisboa e viria a ser, depois do 25 de Abril, o primeiro embaixador em Moscovo), foi chamado a director-adjunto.
Em 1967, o ambiente turvou-se no "Diário de Lisboa", na sequência de medidas administrativas que ultrapassaram os directores e os levaram a considerar que, não podendo orientar o jornal, o melhor era demitirem-se.
Não desistiram, porém, das suas carreiras nem dos leitores que fielmente os seguiam. Decidiram, por isso, lançar outro jornal. A empresa era, porém, arrojada. Por um lado, a imprensa independente, descomprometida com o poder e com os potentados económicos, não era bem vista: conseguir um alvará para um novo jornal dava fortes dores de cabeça. Por outro lado, o mercado parecia saturado: só em Lisboa, saíam diariamente, de manhã, o "Diário de Notícias", "O Século", "A Voz", o "Novidades", o "Diário da Manhã"; à tarde, publicavam-se o "Diário de Lisboa", "República" e o "Diário Popular". Caberia mais um vespertino?
Mário Neves ter-se-á valido, pela primeira e única vez, do parentesco com Marcello Caetano, para fazer vergar quem dentro do regime olhava com desconfiança o surgimento de (mais) um jornal diário, ainda por cima dirigido por duas personalidades que não quadravam propriamente com o regime. O certo é que o prestígio dos dois fundadores falou mais alto.
No dia 21 de Fevereiro de 1968 saía o primeiro número da actual série de A CAPITAL, mercê do carácter empreendedor de Norberto Lopes e Mário Neves, o qual permitiu um conjunto essencial de boas vontades: Américo Covões, em nome da família, cedeu o título; conseguiram-se instalações na Rua do Século, quase em frente das oficinas daquele matutino; a família Pereira da Rosa disponibilizou uma impressora rotativa e uns tantos linotypes e, mediante o pagamento dos respectivos serviços, o jornal passou a ser composto e impresso no prédio fronteiro àquele em que era redigido. Um tubo pneumático atravessava a rua, transportando o original da mesa do chefe de redacção para a composição a chumbo.
Entre os colaboradores estava a "nata" do país: alguns com nome já firmado, como José Régio, Fernando Namora, Francine Benoit, Calvet de Magalhães; outros, que tendo obra literária já no activo, aguardavam ainda a hora de glória, como José Saramago.
Em 1971, A CAPITAL, já dirigida por Manuel José Homem de Melo, contava com equipamento técnico próprio até à impressão, que continuava a ser feita nas oficinas de "O Século". Em 1974, ainda antes da nacionalização, os proprietários tinham investido numa impressora rotativa, o que, acrescido aos meios próprios de distribuição, tornava o jornal completamente auto-suficiente.
Por força das nacionalizações da banca e de outras actividades, como os cimentos, A CAPITAL passou a ter o Estado como único accionista. Nessa fase foi decidida a sua união com o "Diário de Notícias", surgindo assim a Empresa Pública Notícias-Capital (EPNC). A CAPITAL vivia então em casa alugada na Rua Joaquim António de Aguiar e mudou-se para um imóvel no Bairro Alto, na Travessa do Poço da Cidade, que era à data da nacionalização propriedade do "Diário de Notícias". O jornal passou assim a funcionar plenamente num mesmo local - redacção, administração, publicidade e oficinas.
Francisco Sousa Tavares, personalidade vivaz e irreverente, manteve-se no cabeçalho como director do Jornal de Fevereiro de 1976 até Junho de 1984, facto que imunizou o título das tentações de instrumentalização política que afectaram à época outros jornais. Só a chamada de Sousa Tavares para funções de ministro num Governo de Mário Soares levaria a que abandonasse o jornal.
O segundo Governo de Cavaco Silva decide entretanto reprivatizar os jornais que tinham ido parar à alçada do Estado. A CAPITAL foi o primeiro a ser vendido, em 1988, e assim o título e todo o património (nomeadamente as instalações do Bairro Alto) foram adquiridas pela Sojornal, empresa do grupo Impresa, cujo maior accionista e principal figura é o antigo primeiro-ministro Francisco Pinto Balsemão, que na altura declarou: "A CAPITAL é o único vespertino rentável e influente."
Em Julho de 1991, A CAPITAL muda-se para Cabo Ruivo, tornando-se inquilina do proprietário, passando a ser impressa na gráfica da Controljornal, subholding da Impresa, e distribuída na VASP, detida a 50% pela Sojornal. Ficaram para trás as instalações do Bairro Alto, que viriam a ser permutadas por um terreno camarário no prolongamento da Avenida dos Estados Unidos.
Após uma década de experiências, no final de 1999 conclui-se pela necessidade de alienar o jornal. Em Novembro de 1999, o director de então formula uma proposta que o levará a converter-se, no dia 1 de Janeiro de 2000, proprietário de A CAPITAL, situação transitória até à sua integração no universo da Editorial Prensa Ibérica, no âmbito do qual foi possível garantir a sobrevivência do mais antigo dos diários generalistas fundados no século XX.
Em Setembro de 2001, A CAPITAL passa a estar nas bancas de manhã, obedecendo à tendência que um pouco por toda a Europa foi obrigando os vespertinos a migrarem para matutinos ou a encerrarem, e em Março de 2002 é lançada a edição de domingo.
No dia 1 de Julho de 2004 estreou-se a edição electrónica.
A Capital está On Line
Não sei se já tinham reparado, mas uns dos jornais mais antigos de Portugal rendeu-se finalmente às maravilhas da Internet. Nascido em 1968 (por 53 dias perdeu um ano de uma óptima colheita) A Capital está desde ontem no ciberespaço.
Por aqui alguém se interessa por comunicação??
Elogio a Marlon Brando
Como o Homem não vive apenas de futebol... aqui vai um elogio a um grande actor... já que estamos em época de elogios... desconfiem sempre de elogios vindos de Espanha... já diz o povo (o tal que é giro, mas cheira mal): de Espanha nem bons ventos, nem bons... what ever...
Notícia de Público On Line
Morreu o actor Marlon Brando
O actor Marlon Brando morreu hoje, aos 80 anos, no Hospital de Los Angeles. Considerado por muitos como um dos melhores actores de sempre, Brando estava há muito afastado dos grandes ecrãs.
A informação da morte do actor foi avançada à Associated Press pelo seu advogado.
O protagonista de filmes como "O Padrinho" (1972, realizado por Francis Ford Coppola) nasceu no dia 3 de Abril de 1924 em Omaha, no estado norte-americano do Nebraska. Já antes, com "Há Lodo no Cais" (película de 1954 realizada por Elia Kazan), Brando transformou-se num ícone sexual dos anos 50, mantendo essa imagem durante bastante tempo, chegando mesmo a ser considerado pela revista britânica "Empire", em 1995, como uma das 100 figuras mais "sexy" de sempre da indústria cinematográfica.
Outro dos papéis inesquecíveis protagonizados por Brando é o do coronel Walter E. Kurtz em "Apocalypse Now" (1979), filme-choque sobre a guerra do Vietname com a assinatura de Francis Ford Coppola.
Apesar da sua imagem de "enfant terrible", a Academia de Hollywood chegou a conceder a Brando o Óscar de Melhor Actor pela sua interpretação em "O Padrinho", homenagem que Brando recusou, depois de, uns anos antes, ter recebido a mesma distinção por "Há Lodo no Cais". Brando foi outras seis vezes nomeado pela Academia pelas suas prestações como actor, principal ou secundário.
Avesso a aparecer em público, principalmente a partir do momento em que começou a engordar, "Bud", como era conhecido na família, tinha nove filhos, de uma série de casamentos.
Enquanto se manteve no activo, Brando teve uma carreira recheada de êxitos cinematográficos, tendo chamado a participar nos filmes de grandes nomes da realização.
"Um Eléctrico Chamado Desejo" e "O Último Tango em Paris" são duas das mais de 40 películas nas quais participou. Em 1997, a mesma revista "Empire" classificou-o em 13º lugar na lista das 100 estrelas de cinema de todos os tempos.
Uma das curiosidades sobre Brando incluídas no sítio de cinema The Internet Movie Database refere o facto de o actor, antes de o ser, ter trabalhado como operador de elevadores num armazém comercial durante quatro dias.
Morreu sem ter acabado o filme onde faria dele próprio. "Brando e Brando", dirigido por Ridha Behi, tinha estreia anunciada para o próximo ano.
quinta-feira, julho 01, 2004
Petição on-line >>ELEIÇÕES JÁ<<
Para quem entender que é necessário proceder a eleiões já... aqui está uma forma de se manifestar...
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